[ O Brasil na Visão de Guignard ]

(São Paulo)

Uma vida de devoção à arte, aos amigos, ao ensino, à contemplação da natureza e à delicadeza na sua transposição. Guignard, um dos maiores artistas plásticos brasileiros, será homenageado pela Pinakotheke São Paulo com a mostra ALBERTO DA VEIGA GUIGNARD (1896-1962). Na abertura para convidados, no dia 18 de outubro, será lançado livro homônimo pela Edições Pinakotheke, com textos da antropóloga Lélia Coelho Frota e de Max Perlingeiro, diretor da instituição, e excertos de textos publicados por diversas personalidades como os artistas Amílcar de Castro e Carlos Scliar, além dos críticos de arte Antônio Bento e Mário de Andrade entre outros.

A exposição, que privilegia as pinturas de Guignard, reúne 60 obras representativas de sua carreira, está dividida em 10 temas: Retratos e auto-retratos; Flores e naturezas-mortas; Surrealismo; História; Lirismo nacionalista; Festas de São João; Pinturas decorativas; Composições religiosas; Rio de Janeiro; Minas Gerais.

Dentre as obras selecionadas, cabe destacar: Auto-retrato com 33 anos, que participou da histórica exposição “Salão de 31”, As gêmeas (Lea e Maura) da coleção do Museu Nacional de Belas Artes, prêmio de viagem ao país no XLVI Salão Nacional de Belas Artes; Família do Fuzileiro Naval, adquirida por Mário de Andrade no 2º Salão de Maio em 1938, hoje parte do acervo no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo; Fantasia, uma paisagem imaginária de formato inusitado (28 x 120 cm) da coleção do Museu de Arte da Pampulha; colagens surrealistas; um Cristo “retirante” dedicado a Candido Portinari e um Cristo “mulato” dedicado a Di Cavalcanti; uma rara paisagem de Itatiaia pintada de memória em Ouro Preto em 1949.

Dentre a coleção de retratos cabe destacar o do pintor Emilio Pettoruti (1894-1971), e a Japonesa (Kioko), somente exposto no Rio de Janeiro em 1959 na exposição individual do artista, quando foi adquirido. Estará presente na mostra, ainda, o histórico quadro Execução de Tiradentes, presente do artista ao então presidente da república Juscelino Kubitschek. Nas obras religiosas destacam-se duas visões líricas da Procissão da Semana Santa diurna e noturna. Das paisagens mineiras estão presentes O Parque Municipal e paisagens reais e imaginárias das cidades de Sabará, Ouro Preto e Lagoa Santa.

Como complementação didática, a Pinakotheke São Paulo vai reproduzir a cabana onde o artista morou em Itatiaia, no antigo Hotel Repouso (hoje Hotel Donati), entre 1940 e 1941, onde retornava sobretudo no período do Natal. Nesta cabana ele pintou as portas, janelas e o interior com motivos florais e frases como “Amar é Viver”. Além disso, uma instalação multimídia estará disponível dentro da exposição com imagens inéditas. Professores podem agendar a visitação escolar pelo telefone 11-3758-5202, onde receberão um suplemento com atividades didáticas de educação infantil a ensino médio.

Exposição Alberto da Veiga Guignard (1896-1962)

De 19 de outubro a 23 de dezembro
Abertura para convidados - 18 de outubro, às 20h30m.
Pinakotheke São Paulo
Rua Ministro Nelson Hungria 200 - Real Parque – Morumbi – Tel.: 11-3758-5202.
Aberta à visitação de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h, e aos sábados, das 10h às 16h.
Visitas escolares devem ser agendadas pelo telefone 11-3758-5202, com Tereza.
ENTRADA FRANCA

Livro Alberto da Veiga Guignard (1896-1962)
Edições Pinakotheke
Textos de Lélia Coelho Frota e Max Perlingeiro (excertos de Amílcar de Castro, Antônio Bento, Carlos Scliar, Wilson Coutinho, entre outros).
160 páginas / R$ 80

[ Transeuntes – América Latina ]

(São Paulo)

O Museu de Arte Contemporânea da USP inaugura – dia 29 de setembro, a partir das 18h30 - a exposição TRANSEUNTES – AMÉRICA LATINA, reunindo cem obras entre pinturas, gravuras, esculturas, desenhos, objetos, assemblages, vídeos e fotografias de artistas de 16 países. Tendo como referência a obra Transeuntes (1954), do chileno Nemésio Antunes, a mostra procura refletir sobre as metáforas plásticas de artistas modernos e contemporâneos, atentos às transformações de seu tempo. A curadoria escolheu três núcleos para essa reflexão: Buscas de Identidade, Lutas, sonhos e Utopias e Entre Rupturas e Conjugações.

A arte brasileira está representada com obras da coleção do Museu de Tarsila do Amaral, João Câmara Filho, Leda Catunda, Regina Silveira, Arnaldo Ferrari, Frans Krajcberg, Cildo Meireles, Vicente do Rego Monteiro, Marcelo Nitsche, Cândido Portinari, Cristina Canale, Denise Milan, Ari Perez e Carlos Prado, além de um núcleo do Acervo em Destaque com fotografias de Alice Brill. Ernesto Neto e Vick Muniz, completam os TRANSEUNTES brasileiros.

Abertura 29 de setembro de 2005, 18h30
Encerramento 15 de novembro de 2005
Funcionamento Terça a sexta das 10 às 19, sábados e domingos das 10 às 16 horas
Local MAC Cidade Universitária – Rua da Reitoria, 160
Telefone (11) 3091.3039
Agendamento (11) 3091.3328
Entrada franca

[ Livro+DVD da MIP - Manifestação Internacional de Performance ]

(São Paulo)

o CEIA - Centro de Experimentação e Informação de Arte convida para o lançamento nacional do Livro+DVD da MIP - Manifestação Internacional de Performance.

A MIP foi o segundo evento internacional produzido pelo CEIA. Durante um mês estiveram presentes em Belo Horizonte performers, artistas plásticos, críticos e estudiosos de arte de vários países e de vários estados brasileiros, estabelecendo um espaço privilegiado de vivência e reflexão sobre a performance. Em suas 324 páginas, o livro MIP traz a íntegra dos textos apresentados pelos palestrantes, bem como de outros convidados + um apanhado de fotos das performances apresentadas no evento. Encartado no livro MIP, o DVD traz 80 minutos de vídeos-registro da performances, palestras e exposições que integraram a MIP.

Participam da publicação: Márcia X (RJ), Renato Cohen (SP), Monali Meher (Índia), Laura Lima (RJ), Maria Angélica Melendi - Piti (MG), Felipe Chaimovich (SP), Marcos Hill (MG), Marta Neves (MG), Teresinha Soares (MG), Wilson de Avellar (MG), Arahmaiani (Indonésia), Gregg Smith (África do Sul), Marco Paulo Rolla (MG), Yiftah Peled (SC), Moniek Toebosch (Holanda), Christine Greiner (SP), Júlio Martins (MG), André Brasil (MG), Reza Afisina (Indonésia), Otobong Nkanga (Nigéria), Jill Magid (EUA), Cristina Ribas (RS), Izabel Pucú (RJ), Paulo Nenflídio (SP), Grupo de Intervenção Ambiental - GIA (BA), Cinthia Marcelle (MG), Graziela Kunsch (SP)
São Paulo - 22 de setembro, quinta-feira, às 21h
15º Video Brasil - Festival Internacional de Arte Eletrônica
SESC Pompéia - Rua Clélia 93 Pompéia. Info: (11) 3645 0516
www.videobrasil.org.br

Fortaleza - 7 de outubro, sexta-feira, às 18h
Programa troca de idéias - Auditório do Centro Cultural Banco do Nordeste
Rua Floriano Peixoto 941 Centro. Info: (85) 3464 3108

Florianópolis - 11 de novembro, sexta-feira, às 17H30
Auditório do Centro de Artes da UDESC
Avenida Madre Benvenuta, 1907 Itacorubi. Info: (48) 333 4335

http://www.ceia.art.br/mip/mip_site.html

[ Linha Imaginária ]

(Porto)

Fábio Carvalho, Fernando Cardoso, Guilherme Machado, Marta Neves, Mônica Rubinho, Néle Azevedo, Sidney Philocreon.

abertura: 24/09/2005 - 14h
exposição até 03/11/2005

galeria PAA
rua Miguel Bombarda 527
Porto - Portugal

[ Arte no Ventilador ]

(Petrópolis)

Encerrando sua programação de 2005, o Programa de Artes Visuais - Museu Imperial/Funarte - cujo objetivo é difundir a arte contemporânea, formando novas platéias, mediante exposições e ações educativas - dá inicio ao projeto Arte no Ventilador. Trata-se de uma série de ações teóricas e práticas que integram as metas desta parceria entre o Centro de Artes Visuais da Funarte e o Museu Imperial.

O Arte no Ventilador ocorrerá na Sala Multimídia do Museu Imperial, paralelamente ao calendário expositivo do Programa de Artes Visuais e, assim, disponibilizando gratuitamente ao público interessado palestras, debates e workshops acerca de questões da arte dos dias de hoje.

A partir deste último trimestre, jovens artistas, críticos e historiadores, além de profissionais atuantes e já engajados no circuito de arte, apresentarão suas reflexões e teses artísticas. Mas, já em setembro, aquecendo os motores, o Arte no Ventilador dá a palavra a jovens artistas que perfazem o quadro de monitoras do Programa de Artes Visuais.

Dessa forma, o Programa de Artes Visuais têm o prazer de divulgar sua programação do Arte no Ventilador dos meses de setembro e outubro. Oportunamente disponibilizaremos nossa programação para Novembro e Dezembro.

Arte no Ventilador - Programação:

25 de setembro, 16h: Aline Castela, Sigrid Haack, Carolina Ponte, Glaucia Mayer e Cristiane Borsino.

9 de outubro, 16h: Beatriz da Rocha Lagoa - Mira Schendel

16, 17 e 18 de outubro, 16h: Lia do Rio - workshop sobre intervenção em espaços públicos

23 de outubro: Zalinda Cartaxo - sua produção artística


25 de setembro a 23 de outubro de 2005
Sala Multimídia do Museu Imperial
Rua da Imperatriz 220, Centro, Petrópolis - RJ
(Entrada de pedestre pelo Bosque do Imperador s/ número)
24-2237-8000, ramais 230/238 ou artesvisuais2@museuimperial.gov.br
Realização: Funarte, Museu Imperial
Coordenação: Neno del Castillo e Sonia Salcedo del Castillo
Produção: Paulo César de Resende

[ Chang Chi Chai ]

(São Paulo)

A artista sino-brasileira Chang Chi Chai apresenta seis trabalhos. A palavra "paz" escrita com pólvora em diversas línguas chama-se Vox Ignis e o registro filmado do rastilho queimando, Vox Ignis 2. O mapa do mundo desenhado com ouro e com fronteiras de pólvora chama-se Diáspora e o registo, Diáspora 2. Around é um filme feito no Tibete, que mostra monges caminhando. Refúgio é uma asa de anjo desenhada com pólvora, que será queimada na abertura da exposição.

CONFLITOS
por José Bento Ferreira

A arte de Chang Chi Chai fala de um tempo em que está posta a necessidade de conviver com diferenças e em que o convívio dificilmente deixa de ocorrer como conflito. Da palavra "paz" escrita com pólvora em diversas línguas e das fronteiras de um mapa do mundo, também desenhadas com pólvora, restam apenas os rastros fumegantes. Cada trabalho tem dois aspectos: a meticulosa realização pictórica, por um lado, e os registros filmados dos rastilhos incandescentes, pelo outro.

À parte tudo o que estes trabalhos têm a dizer sobre a realidade explosiva do tempo presente e da própria História, note-se os dois momentos destas ações: o momento pictórico e o momento do filme. Nos quadros, a diversidade das línguas e das nações, desenhada por um rastro de violência. Em nome da paz se faz a guerra.

Há quem diga que a linguagem distingue o ser humano dos outros animais e que por meio da linguagem os homens se entendem. Nos trabalhos que a artista chamou de Vox Ignis, a linguagem é uma fonte de dissenso.

Em todas as línguas se diz "paz" como quem brande um armamento e ninguém se entende. O título em latim - "voz do fogo" - refere-se à língua-mãe das outras línguas, à língua do Império. Mesmo o mapa do mundo, que também se diz "mapa-mundi", refere-se à pretensão imperial de dominar tudo o que é conhecido.

O título Diáspora alude à perseguição milenar sofrida pelo "povo escolhido" e levanta
a questão crucial: para onde fugir depois que tudo foi consumido pela guerra? Diante desses quadros de pólvora chamuscada parece não haver saída.

Mas diante dos filmes, há uma réstia de esperança. Impossível deixar de notar como o mundo parece pequeno diante das dimensões de quem brande, não um armamento, mas a vareta de incenso. Com serenidade, acende-se um por um os rastilhos de pólvora. Ouve-se o suave sussurro de povos carbonizados.

Quase se sente o perfume do incenso misturado com o odor rude das queimaduras. Depois que tudo foi queimado, sente-se certo alívio. É lícito dizer que, por um momento, a "voz do fogo" não designa apenas as atrocidades que teceram a História, mas anuncia a brevidade de tudo o que é humano. Dos impérios imponentes, ainda que abracem todo o mundo conhecido, fatalmente não restarão senão ruínas. Tudo passa, dissipa-se no ar. A altiva eloqüência das línguas e a riqueza das nações desenhadas com ouro cedem ao silêncio dos budistas no filme Around, realizado pela artista no Tibete. Sabe-se que a impermanência é um dos pensamentos fundamentais do budismo tibetano.

Em meio à pólvora chinesa e ao ouro que motiva todos os conflitos, monges caminham
solitários por vielas e escadarias, alheios à realidade ruidosa ao redor deles. O olhar descreve um movimento vertiginoso em busca dessas figuras fugidias, a custo as acompanha e sempre as perde. Por vezes, parece ele mesmo perdido no labirinto de escadarias e vielas, abandonado a si mesmo.

Seria esta a esperança de se furtar ao círculo incessante de apego e aversão, de opressão e guerra: resignar-se ao vácuo, a que em última instância todas as coisas tendem. Por fim, Refúgio é o desenho da asa de um anjo, também feito com pólvora chamuscada. Se isto significa que há algo de auspicioso nisso tudo ou que a "voz do fogo" consumiu até mesmo o último "refúgio", é questão que fica sem resposta, suspensa no ar.

II Mostra do Programa de Exposições 2005 do CCSP
Abertura: 21 de setembro
Período: 22 de setembro a 23 de outubro

Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso - São Paulo - SP
www.centrocultural.sp.gov.br
Atendimento ao Público: 3277-3611 - ramal 221

[ Corrosão ]

(Uberlândia)



MUna - Museu Universitário de Arte de Uberlândia
Praça Cícero Macedo 309
tel.: (34) 3231-7708

inauguração: 20 de setembro
enceramento: 21 de outubro

Organização: MUnA e Grupo Linha Imaginária
www.linhaimaginaria.com.br

[ 60 Pós-60 ]

(São Paulo)

Mostra abarcando uma amostragem significativa de trabalhos de sessenta artistas do acervo da Pinacoteca Municipal - entre pinturas, gravuras, desenhos, fotografias, objetos e esculturas -, todos de fatura posterior aos anos 1960.

A curadoria priorizou, neste recorte cronológico, uma abordagem orientada menos por um impulso em estabelecer um conceito ou detectar afinidades estilísticas, que pela possibilidade de trazer a público trabalhos de visibilidade ou circulação reduzida.

Curadoria: Guy Amado

Abertura 21 de setembro às 19h


UM OLHAR SOBRE O ACERVO DA PINACOTECA MUNICIPAL

Ao me envolver no prazeroso desafio de imersão no acervo da Pinacoteca Municipal, no que viria a constituir a realização desta mostra, rapidamente pude constatar certa dificuldade na delimitação de um mote curatorial estanque. A despeito dos tantos exemplos de inegável valor na coleção – que de modo geral segue ainda pouco conhecida do grande público -, percebe-se em certos momentos que a mesma apresenta um teor de heterogeneidade por demais acentuado em sua conformação, ressentindo-se de uma estratégia de aquisições mais pontuais que possa por exemplo minimizar o descompasso entre seu rico acervo em papel e certa falta de equivalência – sobretudo quantitativa - em trabalhos em outros suportes. Familiarizando-me com o perfil do acervo, optei então por assimilar o que poderia em princípio ser encarado como um dificultante, nas lacunas e na diversidade do mesmo, como um fator a ser positivamente incorporado ao conjunto de trabalhos aqui reunido, abarcando uma amostragem significativa de pinturas, gravuras, desenhos, fotografias, objetos e esculturas de sessenta artistas - todos de fatura posterior aos anos 1960.

Frente à premissa de operar sobre este recorte cronológico, pareceu-me assim uma via natural proceder a uma abordagem mais descompromissada na seleção das peças – no sentido de orientar o recorte a ser realizado não tanto por um impulso em estabelecer um conceito ou detectar afinidades formais ou estilísticas a todo custo, mas antes pela possibilidade de trazer a público, por exemplo, trabalhos de visibilidade ou circulação reduzida até hoje. O que não significa, contudo, que esse procedimento tenha se imposto como um critério rígido; ainda que atrelado à inerente carga de subjetividade que caracteriza qualquer experiência curatorial, o razoável grau de ecletismo presente no conjunto final, em que aquisições recentes convivem com peças de quatro décadas de existência, não impede que brotem aqui e ali diálogos mais e menos imprevisíveis ao longo da mostra.

Finalmente, convém também ressaltar a presença central do Gabinete de Papel deste acervo, um de seus pontos fortes, no escopo da mostra, convidando ao exercício de uma apreciação saborosa e intimista de uma produção que se acredita substancialmente representativa do período englobado pela exposição.

Guy Amado
Pesquisador e crítico de arte contemporânea


Centro Cultural São Paulo
R. Vergueiro, 1000 - Paraíso - São Paulo
Quando: 22/09 a 20/11 de 2005

[ A Educação, Olha! ]

(Rio de Janeiro)

Exposição de desenhos comemorativa dos 2 anos de atividade da galeria A Gentil Carioca.

Aimberê César, Alexandre Vogler, Adriana Varejão, Analu Cunha, Ana Holck, Brígida Baltar, Barrão, Cabelo,Carlos Bevilacqua, Carla Zaccagnini, Cinthia Marcelle, Carlos Contente, Claudia Bakker, Ducha, Erika Verzutti, Edu Coimbra, Efrain Almeida, Eliane Duarte, Ernesto Neto, Fabiano Gonper, Fábio Carvalho, Franklin Cassaro, Fernando Gerheim, Fernanda Gomes, Fernando de la Roque, Gabriela Machado, Guga Ferraz, José Damasceno, José Bento, João Modé, Jorge Emmanuel, Jarbas Lopes, Laura Lima, Livia Flores, Luiz Zerbini, Marcelo Sola, Marssares, Márcio Botner e Pedro Agilson, Marco Veloso, Márcio Ramalho, Marilá Dardot, Marga Puntel, Marepe, Marco Paulo Rolla, Marcos Chaves, Márcia X, Mauricio Ruiz, Nicolás Robbio, Paulo Nenflídio, Paulo Climachauska, Paulo Paes, Rosana Palazyan, Rivane Neushwander, Ricardo Basbaum, Ronald Duarte, Rosangela Rennó, Ricardo Ventura, Sara Ramos, Simone Michelin, Tatiana Grinberg, Tiago Carneiro da Cunha, Thiago Rocha Pitta, Yiftah Peled
17 de setembro, sábado, 14h

Julia Csëko - Inauguração do Projeto Parede Gentil
17 de setembro, sábado, 14h

Hermano Vianna
Palestra sobre a nova música da periferia do Brasil e suas implicações nas Artes Visuais
17 de setembro, sábado, 17h30

A Gentil Carioca
Rua Gonçalves Ledo 17 sobrado, Centro, Rio de Janeiro - RJ
21-2222-1651 ou correio@agentilcarioca.com.br
www.agentilcarioca.com.br
Terça a sexta, 12-19h; sábados, 12-17h
Exposição até 15 de outubro de 2005

Inauguração do Projeto Parede Gentil - a cada 4 meses um novo artista fará um projeto especial para PAREDE GENTIL, com a ocupação da parede lateral da A GENTIL CARIOCA.

[ Projeto Amplificadores I 2005/2006 ]

(Nacional)

A Fundação de Cultura da Cidade do Recife, através do Museu Murillo La Greca, realizará o concurso público para artistas, arte educadores e curadores que queiram participar do Projeto Amplificadores de artes visuais e teóricas, com cursos ministrados no próprio museu e exposições coletivas através de seleção de curadorias a serem realizadas nas salas de exposições temporárias, bem como nos espaços externos ao Museu Murillo LaGreca.

O concurso pretende a constituição da programação anual (setembro2005/abril2006) do MMLG que constará de 02 (duas) exposições coletivas e 02 (dois) cursos. Contudo, tal programação poderá ser complementada por projetos especiais, escolhidos pela Diretoria do Museu Murillo La Greca.

Podem inscrever-se artistas, arte educadores e curadores brasileiros e estrangeiros, desde que residentes no Brasil. As exposições serão realizadas no decorrer de 2005/2006, com datas a serem definidas juntamente com os selecionados, após a divulgação da seleção.

As inscrições poderão ser feitas de segunda a sexta-feira, no horário das 9h às 12h e das 14h às 17h, no Museu Murilo La Greca, (rua Leonardo Bezerra Cavalcanti, 366 – Parnamirim. CEP 52060-030, Recife-PE. Tel/fax (81) 32688011), ou pelo correio com data de postagem até 13/10/2005.

O artista, arte educador ou curador deverá apresentar sua proposta especificando o conceito ou abordagem da exposição coletiva e no caso de curso teórico e/ou prático, um detalhamento do conteúdo programático.

Os projetos selecionados de curadorias e cursos receberão um cachê de R$ 1.800,00 (hum mil e oitocentos reais), sendo deduzidos os impostos cabíveis.

Cronograma:

Inscrições: de 31 de setembro a 13 de outubro de 2005
Seleção dos projetos: 19 e 20 de outubro
Divulgação do resultado: 24 de outubro

Faça o download do regulamento e ficha de inscrição clicando aqui

Museu Murilo La Greca
rua Leonardo Bezerra Cavalcanti, 366 – Parnamirim
CEP 52060-030, Recife-PE
Tel/fax (81) 32688011

[ Ephemeras ]

(São Paulo)

Desde 1996, Vanderlei Lopes articula em seu trabalho, conceitos opostos como realidade e ilusão, construção e destruição, passado e presente, ação e impossibilidade. Nesta nova exposição intitulada ephemeras, com 18 desenhos e um vídeo, todos realizados entre 2004 e 2005, o artista dá continuidade
às suas pesquisas e, como indica o título, aborda a idéia de transitoriedade e sobreposição de tempo, relacionando desenho e imagem.

O vídeo apresentado na exposição registra o desenho de uma árvore sendo feito pelo artista diretamente no chão, utilizando pólvora. Por fim, é colocado fogo na figura, e este então percorre as linhas de pólvora, refazendo o desenho. Assim que o fogo passa, a figura reaparece novamente, gravada, fundida no chão. Por meio da ação, há nesse trabalho, uma alternância entre o que é revelado e o que é apagado, entre o que se vê e o que se pensa.

Nos desenhos, todos feitos com álcool sobre papel estêncil, e todos no mesmo formato [23.5 x 34.5], o artista explora relações de linha, mancha e espaço do papel. Embora sem a presença da chama, o estêncil reage ao álcool num processo de queima, alterando sua cor. O resultado são fumaças, espaços e objetos representados, que podem ser pensados como imagens que remetem aos primórdios da fotografia (daguerreótipos), ou como fragmentos de um filme, dispostos na parede da galeria numa seqüencia.

exposição de 16 setembro a 08 de outubro de 2005
visitação segunda a sexta das 10 às 19h sábado das 10 às 17

Galeria Virgílio
R.Dr Virgilio de Carvalho Pinto 426
tels. (11) 30629446 30612999
artevirgilio@uol.com.br www.galeriavirgilio.com.br

[ Paisagens Plásticas e Sonoras ]

(São Paulo)

A exposição Paisagens Plásticas e Sonoras apresenta trabalhos de artistas que, em busca de novas sonoridades, deram forma ao som, aproximando música e artes plásticas na criação de novos instrumentos musicais.

Fazem parte desta mostra, no térreo do prédio do Sesc: Walter Smetak e Irmãos Baschet. No terceiro andar estão: Tom Zé, Marco Antonio Guimarães, Fernardo Sardo, Marcelo Petraglia, Carusto Camargo, Marco Scarassatti, Wilson Sukorski, Paulo Nenflidio, Livio Tragtenberg e Chelpa Ferro.

SESC
Térreo e átrium do terceiro andar
Rua Paes Leme 195
visitação de 20/08 a 2/10
terça a sexta 13 as 21h30; sábados 10h as 21h; domingos e feriados 10h as 18h30. Entrada gratuita.

[ 10 anos de um novo MAM: Antologia do acervo ]

(São Paulo)

Mostra "10 anos de um novo MAM: Antologia do acervo", com curadoria de Tadeu Chiarelli, marca a revitalização pela qual o museu passou na última década

O MAM - Museu de Arte Moderna de São Paulo, apresenta, de 25 de agosto a 2 de outubro, a exposição "10 anos de um novo MAM: Antologia do acervo", composta por obras incorporadas ao acervo do museu na última década, período em que o MAM passou por intensa reforma física e estrutural, sob a gestão de Milú Villela. O curador da mostra Tadeu Chiarelli, selecionou pinturas, fotografias, gravuras, objetos, instalações e esculturas de 37 artistas. Alguns trabalhos são inéditos. As obras, todas do acervo, foram doadas ao museu ou adquiridas nos últimos 10 anos. O MAM é atualmente a instituição que mais investe em aquisições de arte contemporânea brasileira no país.

“A idéia da mostra é revelar a nova sensibilidade trazida para o campo da arte depois da Segunda Grande Guerra, como conseqüência do processo de intensa urbanização pelo qual o Brasil passou”, explica Chiarelli. O curador cita algumas obras significativas presentes nesta exposição, como “Retrato de Lydia ou O Respeito do Filho” (1969/70), de Wesley Duke Lee, “A experiência Mondrian” (1978), de Waltercio Caldas, “Nota sobre uma cena acesa ou os dez mil pilares” (2000), de José Damasceno, “Trabalho dos dias” (1998/2000), de Caio Reisewitz e “Doador” (1999), de Elida Tessler. A exposição comemorativa exibe ainda obras inéditas: “Complemento Nacional”, de Arlindo Machado, “Vila Normanda”, de João Loureiro, o vídeo “Partida”, de Alberto Bitar e uma fotografia sem título de Geraldo de Barros, da década de 50.

Integram também a exposição trabalhos dos artistas José Roberto Aguilar, Hércules Barsotti, Mick Carnicelli, Sandra Cinto, Domitilia Coelho, Paulo D’Alessandro, Iran do Espírito Santo, Hermelindo Fiaminghi, Carlos Goldgrub, Carmela Gross, Jac Leirner, Lizarraga, Mauricio Nogueira Lima, João Loureiro, Cristiano Mascaro, Ding Musa, Rivane Neushenvender, Marcello Nitsche, Arnaldo Pappalardo, Luis Sacilotto, Regina Silveira, Sergio Sister, Ana Maria Tavares, Cláudio Tozzi, Cássio Vasconcellos, Alfredo Volpi, Márcia Xavier e Marcelo Zocchio.

Exposição: “10 anos de um novo MAM: Antologia do acervo”, curadoria de Tadeu Chiarelli
Local: Grande Sala
Abertura: 25 de agosto 2005, quinta-feira, às 19 horas
Visitação: De 26 de agosto a 2 de outubro de 2005
End. Parque Ibirapuera, portão 3 - tel (11) 5549-9688/ 5085-1300
Horários: terça a domingo e feriados das 10h às 18h
Ingressos: R$ 5,50 (estudantes pagam meia)
Sócios e parceiros do MAM, crianças até 10 anos e adultos com mais de 65 anos não pagam entrada. A entrada é franca aos domingos, durante todo o dia
Estacionamento gratuito no local
www.mam.org.br

[ Éden – esculturas de Efrain Almeida ]

(Rio de Janeiro)

Nesta terceira exposição individual na Galeria Anna Maria Niemeyer, Efrain Almeida apresenta trabalhos inéditos. O nome Éden veio à mente do artista a partir da temporada recentemente passada na casa de seus pais em Boa Viagem, sua terra natal, no sertão do Ceará; um lugar extremamente árido e ao mesmo tempo belo e melancólico. Todos os trabalhos desta exposição foram iniciados nesse ambiente e segundo o artista, seus motivos povoam sua memória desde a infância.

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Faz parte da mostra uma série de três cães esculpidos em madeira [série Lázaro], dispostos no chão da galeria . Esses trabalhos foram pensados a partir da imagem de São Lázaro que Efrain adquiriu numa loja de artigos religiosos no centro de Fortaleza. A imagem apresenta um ancião com o corpo repleto de chagas e rodeado por cães que lambem suas feridas. Desde criança o artista ouve histórias a respeito do poder curativo da saliva dos cães.

Ninho, uma peça, esculpida minuciosamente em madeira, consiste em dois galhos que emergem da parede e que sustentam um ninho contendo filhotes de pássaros. Ao desenvolver essa peça o artista diz estar interessado nas idéias de aconchego, fragilidade e abandono.

Compõe também a mostra uma série de trabalhos em marchetaria: quatro peças mostrando borboletas em pleno vôo. Devido ao fato de os trabalhos serem feitos do mesmo material [laminado de cedro], tanto o fundo quanto a figura se fundem. O título desta série, Mimetismo, foi criado pensando-se na capacidade mimética das borboletas.

abertura: 8 de setembro (quinta-feira) - 20h
exposição até 30 de setembro de 2005

GALERIA ANNA MARIA NIEMEYER
www.annamarianiemeyer.com.br
Rua Marques de São Vicente, 52/205 - Shopping da Gávea
TEL: (21) 22399144 - FAX: (21) 22592082
E-MAIL: galamn@centroin.com.br

[ Visualização de Dados de Interações Sociais em Rede ]

(São Paulo)

Palestra de Fernanda Bertini

A pesquisadora Fernanda Bertini Viégas (MIT Media Lab, http://web.media.mit.edu/~fviegas/) fala sobre "Visualizando para entender. Wikis, newsgroups, email e a dinâmica social do mundo online":

A que se deve o sucesso da Wikipedia, a enciclopédia online que qualquer pessoa pode visitar e editar? Como funcionam comunidades virtuais onde milhares de estranhos se reúnem para trocar idéias, discutir política, criar software e procurar parceiros românticos? Quem são essas pessoas, como colaboram e resolvem conflitos em suas comunidades?

Uma pista para entendermos melhor esses ambientes online são os arquivos deixados pelas interações diárias que lá ocorrem. A maioria das interações sociais gera documentos que se acumulam ao longo do tempo, formando arquivos que são verdadeiras minas de informação social: emails trocados, mensagens de newsgroups, versões de páginas de wiki, postings de blogs. Ocultos nesses enormes arquivos estão padrões de atividade que, se fossem mais facilmente percebidos, poderiam tornar a dinâmica social do mundo online muito mais legível.

Esse seminário apresentará visualizações de arquivos sociais online - desde discussões em newsgroups até a evolução de páginas em sites Wiki - e discutirá as diferentes maneiras como esses sistemas podem ajudar usuários e pesquisadores a melhor compreender os espaços virtuais. Um exemplo dessas visualizações está exposta, com amplas ilustrações, em http://researchweb.watson.ibm.com/history/index.htm, onde se estuda a evolução do texto de verbetes na Wikipedia.

27 de setembro, terça-feira, 19h30

PUC-SP - Centro de Ciências Exatas e Tecnologia - Sala 19
Rua Marquês de Paranaguá 111, São Paulo - SP
(MIT Media Lab, http://web.media.mit.edu/~fviegas/)

[ FotoPalavra ]

(São Paulo)

FotoPalavra, uma iniciativa da editora Cosac Naify em parceria com o Instituto Itaú Cultural, põe em debate a produção fotográfica brasileira, seus principais temas, olhares e experiências.

Em doze encontros semanais, de setembro a dezembro, mediados pelo jornalista Eder Chiodetto, grandes fotógrafos mostrarão seus trabalhos e conversarão com o público e com especialistas na área. Paralelamente aos encontros, a Cosac Naify lançará a coleção FotoPortátil, com livros de Miguel Rio Branco, Mario Cravo Neto, Rosângela Rennó, Eustáquio Neves, Antônio Saggese, Cris Bierrenbach, Luiz Braga e Kenji Ota.

CRONOGRAMA DE SETEMBRO

13/09, 19h30
Fotografia em Transe

A fotógrafa Claudia Andujar exibe em projeção parte de sua vasta e prestigiada produção, recentemente publicada no livro A Vulnerabilidade do Ser (Cosac Naify). O sociólogo e pesquisador Laymert Garcia dos Santos e o curador e galerista Eduardo Brandão comentarão o trabalho.

20/09, 19h30
A Cidade Possível

A possibilidade de desvelar no ato fotográfico uma cidade como São Paulo será a questão colocada por Cássio Vasconcellos que terá seu trabalho analisado em relação à produção de Militão Augusto de Azevedo (1837 - 1905) pelo historiador e pesquisador Boris Kossoy.

27/09, 19h30
Paisagem Móvel

O fotógrafo carioca César Barreto apresenta uma série de imagens panorâmicas da paisagem do Rio de Janeiro que serão exibidas juntamente com fotografias do pioneiro Marc Ferrez (1843 - 1923) e analisadas pelo pesquisador da história da fotografia Ricardo Mendes.

Itaú cultural
Av. Paulista, 149 - São Paulo
Entrada franca.
Inscrições: Tel (11) 2168-1876
De segunda à sexta, das 10h às 18h.

[ Jogo da Memória ]

(Rio de Janeiro)

Alessandra Vaghi, Janaína Tschäpe, José Rufino, Leonilson, Mauricio Dias & Walter Riedweg, Rosângela Rennó, Sandra Cinto

Curadoria de Franklin Espath Pedroso e Pieter Tjabbes

17 de agosto a 25 de setembro de 2005
Terça a sexta, 12-18h; sábados, domingos e feriados, 12-19h

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Av Infante Dom Henrique 85, Parque do Flamengo - RJ
21 2240-4944 ou mam@mamrio.org.br
www.mamrio.org.br

[ Circuito Integrado Santa Teresa ]

(Rio de Janeiro)
3 de setembro de 2005

Chave Mestra
Arte de Portas Abertas
Registros da 15ª edição
Exibição das imagens premiadas no FotoCross
Hotel Bela Vista Mauá – Rua Monte Alegre 277 a partir das 15h
Tels: 2509 5037 / 2507 5352

DZ9
Projeto Vitrine Efêmera
Vitrine Só - Isabel Löfgren
Travessa do Oriente 16 A, das 19 às 23h
até 19 de setembro
Tel: 2232 6572

Estúdio 260
Chico Fernandes Claudia Hersz
Esta exposição associa a obra de 2 artistas - Chico Fernandes e Claudia Hersz - que, pensando o corpo de forma insólita no processo de criação de suas obras, levantam questões sobre as maneiras de estar no mundo. Rua Julio Otoni 260, das 19 às 23h
Terça a sexta das 14 às 19h até 19 de setembro
Tel: 2285 3190

[ Coletivações - CORO - Coletivos em Rede e Ocupações ]

(Nacional)

Dialogo prático e reflexivo entre coletivos de arte brasileiros e coletivos de arte franceses

Inscrições até 19 de setembro de 2005

Envio de material:
Rua Cajaiba 475, apt 10, Vila Pompéia, São Paulo - SP, 05025-000
11-3875-7634 / 3262-1602 / 9221-7658 ou flavivacqua@gmail.com.br / Adalgisa_c@yahoo.com.br

Coletivações: 1º a 15 de outubro de 2205
Biblioteca da Universidade de St. Denis Paris 8, França

Realização:Abigail Nunes - (Ateliers d'Artistes de Belleville - Paris/FR),Adalgisa Campos - (Grupo Braço - SP/BR), Ana Prado - (Chave Mestra - RJ/BR),Flavia Vivacqua - (CORO - SP/BR), Julio Castro - (Atelier DZ9 - RJ/BR)

Coletivações é uma iniciativa coletiva,totalmente independente e sem recursos financeiros

Três ações estão propostas para esse período de 2005:

Art Parade - 1º de outubro
Uma travessia coletiva, francesa e brasileira de Arte Pública,
inserida na Nuit Blanche, festival multicultural noturno de Paris.

A Exposição Coletivações - 5 a 15 de outubro:
na Biblioteca da Universidade de St. Denis Paris 8,
serão reunidos documentários e registros em vídeos, fotos e textos,
impressos ou digitais, além de links para visitação de blogs e sites de coletivos em ação.
Essa mostra que se propõe nômade, é composta de varias iniciativas brasileiras e independentes.

O Fórum de debates Coletivações - 11 de outubro:
sobre Arte Pública e Coletiva, presencial e por vídeo-conferência,
a partir do auditório da Universidade de St. Denis Paris, 8.

Como partcipar do Coletivizações:

1 - A organização do Coletivações se responsabiliza em traduzir para o francês, um pequeno parágrafo de apresentação de cada coletivo, rede ou iniciativa independente, integrante do CORO.

2 - Na medida do possível, o material enviado deve estar traduzido, ao menos para o inglês. Essa não é uma condição eliminatória na participação do Coletivações, mas sim de possibilidade de comunicação.

3 - Por colaboração, o ArtBr http://www.artbr.com.br/2005/ fará o site inicial do CORO. O Espaço Entre, colaborará com a comunicação visual, desenhando o logo CORO. Cada coletivo, iniciativa independente ou rede participantes do CORO, terá uma página no site da rede, com breve apresentação, fotos e link para seu blog ou site.

4 - Todo material enviado ao Banco de Dados CORO deve estar identificado e ser acompanhado de autorização de uso do material e orientação de como lidar com o material, caso haja especificações. Os coletivos já pertencentes ao Banco de Dados devem encaminhar com urgência essa autorização, sem a qual não será possível a participação na exposição Coletivações. Esses materiais passarão a integrar o Banco de dados CORO e não serão devolvidos após a exposição.

5 - Material de coletivos, redes ou iniciativas indendentes que desejem participar do Coletivações sem integrar-se ao CORO também deverão vir acompanhados da autorização e especificações descritas no item 4. Esses materiais ficarão disponíveis para retirada por um mês, após o termino da exposição.

6 - Formatos Possíveis:

-Impressos, publicações ou material fotográfico, maiores do que o formato A3 (42 X 29,7) e que não podem ser dobrados, deverão ser entregues em tubo.
-Vídeos, curtas ou documentários devem ser entregues obrigatoriamente em formato DVD, identificados com nome do coletivo, rede ou iniciativa independente, título, ano e duração. Se possível, traduzidos ou legendados.
-Slide Show em formato Power Point, de preferença bilingue, em CD-ROM ou DVD.
-Links de Blog, Video-Blog ou Site

[ Humano-pós-Humano ]

(Brasília)

Andréa Sá, Alexandre Félix, Bia Medeiros, Cíntia Falkenbach, Clarissa Borges, Eduardo Luiz de Oliveira Lopes, Elder Rocha, Elyezer Szturm, Geraldo Orthof, Illana Koling, Luiza Venturelli, Lygia Sabóia, Maria Luiza Fragoso, Marel Maciel, Miguel Ferreira, Miguel Simão, Nélson Maravalhas, Pedro Alvim, Rafael Carlucci, Rafael (Pibic), Ricardo L.M. de Queiroz, Roni Ribeiro, Sérgio Rizo, Silvio Zamboni, Suzete Venturelli, Terezinha Losada, Vicente Martinez, Walter Menon, William Kosmo.

Curadoria de Suzete Venturelli

12 de julho a 18 de setembro de 2005

Centro Cultural Banco do Brasil
SCES Trecho 2 Lote 22, Brasília - DF
61-310-7087
ccbbsb@bb.com.br
Terça a domingo, 10-21h

[ Henry Moore - Visitas Guiadas ]

(Rio de Janeiro)

A exposição vai oferecer visitas guiadas com críticos, artistas ou curadores

Programação:
14 de julho - Anna Bella Geiger, quinta-feira, 13h
28 de julho - Cristina Salgado
11 de agosto - Iole de Freitas
25 de agosto - Ricardo Ventura
1º de setembro - Rafael Cardoso
8 de setembro - Fernando Cocchiarale
15 de setembro - Carlos Contente

Paço Imperial
Praça XV de Novembro 48, Centro, Rio de Janeiro - RJ
21-2533-4407
Exposição até 18 de setembro de 2005

[ Luft Addition ]

(Braunschweig)

Hugo Fortes, Leya Mira Brander, Síssi Fonseca e Valerie Mota

Em conjunto com o Projeto Linha Imaginária

Local: Allgemeiner Konsumverein
Endereço: Hinter Liebfrauen 2, Braunschweig, Alemanha
Vernissage: 18 de agosto, às 20:00h, com performance de Síssi Fonseca
Data: 18 de agosto a 10 de setembro de 2005
Horário de funcionamento: quintas-feiras, das 16 às 20h, sábados e domingos, das 14 às 18h
Tel:00 49 531-796991
www.konsumverein.de

Luft Addition: Arte Contemporânea Brasileira na Alemanha

A justificativa para reunir artistas é geralmente simples: a união de pensamentos transformados em imagem que passam a estabelecer uma nova forma de interpretação.

Luft Addition propõe uma união de artistas brasileiros com residências geográficas distintas neste momento: Hugo Fortes (Berlim), Leya Mira Brander (São Paulo), Síssi Fonseca (Berlim) e Valerie Mota (Paris).

Luft Addition é uma forma de olhar em close-up o que não é visível no mapa. É a intenção de ressaltar no texto a relação existentes entre pontos e vírgulas,falando metaforicamente, e esta é uma das principais características propostas nas mostras realizadas pelo projeto Linha Imaginária.

As mostras realizadas por este projeto tem por objetivo realizar diálogos entre distintas produções, possibilitando novas formas de inserção artística,diferente das curadorias históricas, ou sobre um eixo curatorial.

O convite para a exposição partiu da artista Angela Gelhar Camara, residente em Braunschweig, Alemanha, e que atua também como curadora no Allgemeiner Konsumverein.

A exposição reúne fotografia (Valerie Mota, Síssi Fonseca e Hugo Fortes), gravura (Leya Mira Brander), performance(Síssi Fonseca), instalação (Hugo Fortes e Valerie Mota) e video (Hugo Fortes).

A exposição vai de 18 de agosto a 10 de setembro no Allgemeiner Konsumverein em Braunschweig. Na abertura, dia 18 de agosto às 20:00 horas, Síssi Fonseca apresenta uma performance. No encerramento, dia 10 de setembro às 18:00 horas haverá uma conversa com os artistas.

[ Cartazes ]

(Brasília)

Osvaldo Carvalho

11 de agosto, quinta-feira, 19h

Nesses novos trabalhos os cartazes programáticos são o suporte para uma série de investigações cuja relação se estabelece entre a escrita e a imagem. Na ordem de signos lingüísticos buscam a essência da linguagem em si, enquanto que na acepção remetem a uma pluralidade subjetiva que requer do leitor visual uma extrapolação de sentidos.

O cartaz é peça de divulgação daquilo que se quer que se torne público. Afixadas às paredes em locais de livre acesso estão disponíveis para uma leitura que se exige seja rápida e cujo aspecto visual atraia quem passa.
Aliando conceitos sutilmente extraídos de contextos variados procuro novas conjeturas quanto ao que se lê e ao que se vê. Do sticker, individualmente, parto para a construção de um mosaico elaborado que permite uma ampliação de idéias além da mera visualidade.

Casa da Cultura da América Latina - Galeria Acervo
SCS Quadra 4 - Edifício Anápolis 2º Piso, Brasília - DF
61-3321-5811 ou cal@unb.br
Segunda a sexta, 12-20h; sábados, domingos e feriados, 12-18h
Exposição até 8 de setembro de 2005

[ 7 Pecados ]

(Niterói)

A exposição 7 Pecados estará aberta para visitação a partir do dia 7 de agosto até 4 de setembro, no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, das 10 às 17 horas.

A mostra traz reflexões e questionamentos sobre os sete pecados capitais que, em maior ou menor intensidade, fazem parte da alma e do dia-a-dia de todos nós: soberba, inveja, ira, preguiça, avareza, gula e luxúria. Nesta mostra, reflexo e reflexão são complementares, o que gera um grande fascínio e ao mesmo tempo leva a introspecção. A cada um dos sete artistas convidados para a exposição coube a responsabilidade de representar um desses pecados.

Edmilson Nunes trabalhou a luxúria dentro de um universo pop, com elementos da comunicação de massa, em uma explosão de cores.

Flávio Ferraz revelou a preguiça a partir de objetos e seres relacionados à idéia de repouso, lentidão e espera, valendo-se da reciclagem de materiais, que é a característica de sua série “Embutidos”.

Jorge Fonseca partindo de sua consagrada utilização da iconografia popular, trabalhou com o conceito de que a soberba é uma escada para o abismo, no qual o degrau mais alto representa uma condição insustentável que pode levar a uma queda maior e a uma situação equivocada.

Marcos Cardoso traz um trabalho que é uma festa para os olhos, no qual a gula é representada por uma grande bandeira do Brasil feita de almofadinhas de embalagem plástica de biscoitos.

Petrillo pensou a ira pelo seu reverso, contida em um imenso jogo de paciência, com aproximadamente 2.500 cartas coletadas em bares, casas de jogos e todo tipo de ambiente onde a ansiedade impera e o autocontrole encontra-se por um fio.

Rachel Falcão mostra que a inveja está diretamente ligada ao olhar e à auto-estima. Passando delicadeza a materiais naturalmente pesados, seu trabalho propõe uma viagem íntima em que o olhar que fere é o reflexo do mesmo olhar cego às graças recebidas.

Ramón Brandão desenvolveu sua obra sobre a avareza a partir da imagem-ícone das notas de R$ 1, buscando evidenciar a estranha relação afetiva que pode se estabelecer entre o indivíduo e o dinheiro, como uma maneira de preencher vazios existenciais, resultando, entretanto, em vazios cada vez maiores.

7 Pecados – Centro Cultural Paschoal Carlos Magno
Visitação: de 3 de agosto a 4 de setembro de 2005
Horário: de 10 às 17 horas
Classificação etária: livre
Local: Centro Cultural Paschoal Carlos Magno (Campo de São Bento)
End: Rua Lopes Trovão, s/n°, Icaraí, Niterói.

[ Os olhos palmilhando esse caminho estreito ]

(Recife)

exposição de Alexandre Nóbrega

abertura 4 de agosto, quinta-feira, 20h

O preto e o branco são as matérias-primas utilizadas pelo artista Alexandre Nóbrega para compor sua exposição intitulada "Os olhos vão palmilhando esse caminho estreito". A exposição apresenta ao público 15 desenhos inéditos. Segundo Nóbrega, "através da fusão de traços e cores, as obras obedecem à mesma relação que existe entre a luz e a escuridão, o som e o silêncio, a clausura e a vontade de viver".

As obras apresentadas por Alexandre Nóbrega escapam do óbvio e propõem ao observador divagações e interpretações diversas. Seus trabalhos não são enquadrados como figurativos ou abstratos, eles permitem que se chegue a novos conceitos sobre a arte de desenhar.

As peças de "Os olhos vão palmilhando esse caminho estreito" são de grandes dimensões, há trabalhos de 2m x 1m. Para compor as obras, foram utilizados vários tipos de papéis e materiais em preto e branco, como o carvão, nanquim, esmalte sintético, crayon, tinta acrílica, etc.

Além dos desenhos, Nóbrega ainda apresenta ao público um vídeo que traz imagens de nuvens, com narração ao fundo discutindo o próprio conceito da exposição e seus desenhos. "Me interesso pelo desenho em seu conceito de“início”, uma forma “simples” como origem de uma idéia, como aquela que imaginamos ao mirar uma nuvem que remete a algo “reconhecível” ou como os rabiscos feito na agenda telefônica. Esse é o conceito da exposição.", explica Nóbrega.

Galeria Mariana Moura
Av. Rui Barbosa 735, Graças, Recife - PE
81-3421-3725 ou mariana@marianamoura.com.br
www.marianamoura.com.br
Segunda a sexta, 10-19h; sábados, 10-13h
Exposição até 3 de setembro de 2005

[ Convite a Uma Outra Viagem ]

(São Paulo)

Artista: Dani Tagen

Dani Tagen, apresenta seu trabalho fotográfico na exposição “Convite a Uma Outra Viagem” que acontece na Estação da Luz entre os dias 16 e 31 de Agosto. Sua foto gigante de 3,00 m x 2,00 m faz parte do Projeto Simultaneidade, que desenvolve desde 2004. Esse projeto tem como conceito a releitura do termo site-specificity (local específico), pois a artista acredita que qualquer lugar é singular, mas que o mundo está conectado numa multiplicidade de eventos e que toda a existência é uma.

Local: Estação da Luz
Data: de 16 a 31 de Agosto de 2005
Horários: diariamente das 06:00h às 24:00h
telefone: 11 8235 5574

[ Olhares cruzados sobre a cidade]

(Porto Alegre)

Guaritas, mostradas em projeções com intervenção da artista e em fotografias intercaladas com objetos. Mapas antigos e atuais de um local da cidade sobrepostos, imagens presentes em fotos e vídeos, percurso no entorno da ECARTA.

Elementos que constituem, respectivamente, os trabalhos de Elaine Tedesco e Maria Ivone dos Santos. As artistas propõem obras que fazem parte de um processo reflexivo em andamento.



Maria Ivone repensa o trecho da cidade onde se situa a Fundação ECARTA, do Parque Farroupilha à Rua João Alfredo. O título da obra, Vendo o entorno, enfatiza a importância de olharmos o que nos rodeia e nos conscientizarmos do que vemos. Documentos antigos mostram-nos o pântano que cobria a atual área do parque e o arroio Dilúvio, passando pela rua mencionada. Desvelar aspectos da história urbana é re-significar nosso lugar presente. É aumentar nossa consciência de que uma cidade carrega em si sua história, abrindo perspectivas de participação, aqui e agora.

Guaritas é a obra de Elaine Tedesco . Fotografadas ao longo de vários anos, em caminhadas que partem da proposição de que o atelier da artista é a rua, essas construções ocupam irregularmente o espaço público e evidenciam uma série de contrastes. A partir das diferenças de classes sociais entre os moradores de uma rua e aqueles que zelam por sua segurança, a artista percebeu e tenta transmitir em sua obra, as tensões entre proteção e ameaça, solidez e precariedade, aconchego e desconforto. Ao lado das fotografias, Elaine coloca objetos feitos de ferro e cobertores, que materializam essas tensões.

Essa mostra, desenvolvida como tal especialmente para o espaço da ECARTA, visa evidenciar a riqueza dos cruzamentos de olhares que propõem, através das obras, novas reflexões sobre a cidade, que possam provocar outras formas de participação.

de 12 de julho a 31 de agosto de 2005

Fundação Assistencial e Cultural ECARTA
Av. João Pessoa, 943 - Porto Alegre - RS - Brasil - Fone: 51.3226-1319
www.fundacaoecarta.org.br/galeria/default.asp

enviado por santos@adufrgs.ufrgs.br

[ Cotidiano ]

(Rio de Janeiro)







O cotidiano de Adriana Tavares está impresso em sua pintura no que ela tem de mais particular: a intimidade do ambiente. O olhar aguçado da artista passeia pelos cantos da casa, pelas prateleiras, sobre a mesa. Em cores vibrantes, com contornos precisos, os objetos revelam o habitante e sua relação com o mundo.

Esse cotidiano subverte a natureza morta como matéria carregada de sentido. Estão ali o rádio, o ventilador, o celular, o despertador e o bibelô, dispostos com realista casualidade. A arte de Adriana Tavares não se acanha em expor a marca do chiclete, a capa daquele livro, o frasco daquele perfume. E abre as portas para a desarrumação do guarda-roupa com absoluto despojamento.

“Gosto de capturar esses pequenos espaços da rotina humana, e urbana, que refletem costumes, prazeres, manias. Todos são próximos, íntimos, conhecidos. E tenho grande prazer em trabalhar as cores, traduzindo na tela o ambiente da forma como o percebo. A graça que encontro na pintura está nessa viagem policromática. Quando olho uma mesa com um jornal aberto, uma xícara de café pela metade, os óculos de leitura abandonados, sei que alguém está ali. Não é uma natureza morta. É uma cena viva, cheia de referências, vivências” – explica ela.

www.adrianatavares.com.br

abertura: Terça-feira, dia 27 de julho, às 18h30min

Pequena Galeria do Centro Cultural Candido Mendes
Rua da Assembléia, 10 / subsolo – Praça XV.
Tel: 2531-2000 r. 236
artecentro@candidomendes.edu.br
28 de julho a 30 de agosto de 2005
segunda à sexta-feira, das 12h às 19h

[ prog:ME ]

(Rio de Janeiro)

programa de mídia eletrônica



Festival de mídia eletrônica do Rio de Janeiro que vai acontecer de 19 de julho a 28 de agosto no Centro Cultural Telemar, no Rio de Janeiro-RJ.

O evento propõe-se a fazer um mapeamento dos artistas que desenvolvem trabalhos de arte e tecnologia, contribuindo para o estímulo da produção nacional e para a exibição de artistas novos e artistas reconhecidos no circuito internacional, paralelamente à participação de curadores estrangeiros que apresentarão artistas de vídeo-arte de diversas localidades do globo.

Participarão trabalhos de net-art, cd-roms interativos e de vídeo-arte, também mostraremos trabalhos de performance e interferência urbana usando meios eletrônicos. Haverá palestras com teóricos em arte eletrônica, workshops, shows de música eletrônica com djs/vj´s, e conversa com artistas selecionados que estarão apresentando os seus trabalhos.

de 19 de julho a 28 de agosto

Centro Cultural Telemar
Rua Dois de Dezembro, 63
Flamengo - Rio de Janeiro
tel: (21) 3131-1227

prog:ME
www.progme.org

Centro Cultural Telemar
www.institutotelemar.org.br/centrocultural

[ Renata Lucas – Gentileza ]

(Rio de Janeiro)

Sábado, dia 30/07, a Gentil Carioca abre a mostra "Gentileza" da artista Renata Lucas.




Renata re-delimita internamente o espaço da arte ao seu entorno, trabalhando com intervenções radicais na arquitetura de instituições ou em lugares arquitetônicos, em cruzamentos urbanos, calçadas, incidindo no espaço objetivo, nas relações sociais, na institucionalidade das coisas.

Diante desta relação sujeito-artista-lugar, Renata se surpreendeu com o entorno da A Gentil Carioca. Para quem não sabe e usando palavras da própria artista, a A Gentil Carioca está entranhada num circuito de lojas de imigrantes, sobretudo árabes, no centro do Rio de Janeiro, a região do ‘Saara’, como é popularmente conhecida. Neste local amontoado de lojas e ambulantes, encontra-se todo tipo de comércio: vende-se artigos de papelaria, armarinhos, tecidos, perucas, fantasias de carnaval, calçados, mochilas etc. Funcionam ateliês de costura, bureaus, agências fotográficas e os mais variados negócios. É um verdadeiro mercado aberto onde os produtos à venda se misturam e confudem os limites entre uma loja e outra, numa paisagem multicolorida e populosa", isto é, um lugar popular de negócios e relações humanas.

Sem abdicar deste contexto-acontecimento estético, Renata resolveu trazer de alguma forma o estado de coisas comunitário para o dentro-fora de sua obra. Decidiu intervir na vizinhança, no mais delicado e íntimo lugar símbolo das relações sociais, no sossego do vizinho. O trabalho, denominado Gentileza, teve início testando os limites da negociação (gentileza, colaboração, abuso, etc).

Renata, através de dois cortes precisos e cirúrgicos revela o íntimo, o escondido, o particular. Traz este espaço inusitado para o espaço público, a galeria, o lugar expositivo e, ao mesmo tempo, devassando a intimidade da galeria e seu cotidiano. Este corte que retira o limite que vela e separa a intimidade daqui e de lá, diferente de uma questão voyeurística, provoca um trânsito espacial, arquitetônico, institucional e político, e nos revela que os limites institucionalizados às vezes parecem muros intransponíveis. Mas nada que este abuso na jogada do jogo da gentileza e muita poesia não possam fazer para juntar o separado, colar o impossível.



Abertura 30/07/2005 às 16h
Exposição 02/08 a 27/08
Rua Gonçalves Ledo 17 sobrado - Centro
terça a sexta das 12h às 19h sábados das 12h às 17h
correio@agentilcarioca.com.br

[ Na Rede - parte 2 ]

(textos)

por Cristine Melo

(continuação)
Em SATMUNDI: 1)ARTEMUNDO;2)BODY;3)PATHOS (www.satmundi.com), Ricardo Barreto propõe que compartilhemos um mundo. Satélite mundo? Trata-se de um site experimental integrado por outros proponentes, em que extrai dele três trabalhos pessoais. Em ARTEMUNDO expressa um manifesto sobre o devir da arte na contemporaneidade e a maneira como problemas da ecologia, da genética, dos direitos humanos, dos meios de comunicação de massa e das minorias se introduzem nesse campo. Avatares mediam conexões entre a realidade ali compartilhada e links com outros sites (mais de 600) são acionados, no envio das nossas próprias reivindicações políticas para organizações não-governamentais. Em BODY, oferece reflexões e novas experiências sobre a questão do corpo no mundo virtual, e em PATHOS, gera uma paisagem onírica, realista mas quase abstrata, como em Turner, a partir de uma ferramenta de criação 3D, no próprio VRML. Uma espécie de desvio criativo do uso dessa ferramenta, ou subversão do uso convencional dessa escrita.

Cronofagia (www.paleotv.com.br/cronofagia), de Kiko Goifman e Jurandir Müller, aborda a violência, o tempo e a sobrevivência das imagens na Internet. Como bergsonistas do ciberespaço, impregnados de forte consciência conceitual, empreendem uma narrativa-limite calcada em matéria/imaterial e memória. Uma imagem ocupa a página central do trabalho; ao ser clicada, essa imagem dispara o que se denomina relógio web. Pasmem: clica-se algo e nada acontece, nenhuma ação imediata. A partir de um determinado número de cliques, gradualmente são disparadas ações de destruição e desmaterialização da imagem. Durante o período da Bienal, serão sistematicamente substituídas imagens mortas por imagens novas. Voracidade e homicídio coletivo na rede.

Em sentido inverso, O Sol de sempre (paralelosclandestinos.net) de Enrica Bernardelli traz questões sobre o espaço e a transcendência. O sol como meio de interligar a humanidade tanto quanto a Internet. Espaços sem limites. O espaço puro. É impossível acompanhar o movimento (da rede) dos astros mas é possível nos localizarmos pelos (URLs) paralelos. Em resposta ao não-objeto, Bernardelli media seu trabalho por uma celostato, máquina ótica de captar a imagem do sol (um objeto celeste). A imagem do sol on-line e ao vivo, sob o ponto de vista do planetário da cidade do Rio de Janeiro, a partir do paralelo 22 e do meridiano
43. Enquanto uma câmara capta essa imagem, um computador a recolhe e a envia para um servidor de rede, que permite, no acesso do usuário, o reencaminhamento de sua sombra - ou o seu paralelo clandestino -, que passa a intervir e a inserir-se no sistema. Durante o período da Bienal, Bernardelli fará habitualmente o percurso de sua casa ao planetário, recolhendo objetos que encontrar pelo caminho, para que possa gerar sombras com eles. Desmistifica o sol como símbolo de poder e o coloca acessível, comum, para todos.

Lucas Bambozzi direciona, em Meta4walls (www.comum.com/diphusa/meta) conflitos derivados do uso público e privado na Internet. Disponibiliza lixos da rede - mensagens invasivas, que recebe de forma não-autorizada - por ele colecionados desde 1999. Denota as distorções, os excessos e desvios da rede. Ao mesmo tempo, o mondo cane, que preferimos não ver. A tela inicial é artifício de voyeur: como o olho que espreita por trás da porta, vemos, enquadrada, uma pintura de Coubert, para logo em seguida sermos remetidos
a outro tipo de imagem, extraída provavelmente de um site de pornografia, mas sob o mesmo ângulo da anterior. A partir daí dissolvem-se as fronteiras entre mundo real e fictício na construção de uma narrativa que nos encaminha a links e mais links pela rede. A obra se instaura sobre o processo de metalinguagem. Como retorno, mensagens de controle: nada é impune no confronto das mídias com a vida real.

Lúcia Leão, em seus Plural Maps: Lost in São Paulo (www.lucialeao.pro.br/pluralmaps), incorpora labirintos construídos em VRML e links que levam os usuários a interagirem com web cams espalhadas em pontos específicos da cena urbana. A metrópole vista como um rizoma, em que cada cruzamento é um ponto (de partida ou chegada), e todos esses pontos se conectam com o todo. Mapas plurais, subjetivos, um vidro da cidade, ou um outro modo de perder-se no grande labirinto que é a rede.

Gilbertto Prado, outro pioneiro da arte telemática no Brasil, nos oferece em Desertesejo www.itaucultural.org.br/desertesejo), um mundo construído em VRML, a ser navegado em ambiente de realidade virtual interativo, multiusuário, que permite a presença simultânea de até 50 participantes. Uma narrativa com características imersivas: o visitante entra nesse mundo como um avatar - termo denominado, na filosofia hindu, como corpo físico - e é transportado como uma onça, uma cobra ou uma águia. Percorre paisagens desérticas, na tentativa de estabelecer contato humano mediado por outro avatar. Em um desses ambientes, Viridis, uma webcam, é conectada à Internet para captar imagens do céu em tempo real. Cada visitante imprime, assim, o seu próprio céu. O resultado é um céu coletivo, gerado on-line. Econtros virtuais, repletos de silêncio mítico, suspensão no tempo/espaço e associações oníricas.

Ouroborus (artecno.ucs.br/ouroboros), apresentado por Diana Domingues e o Grupo Artecno, permite-nos compartilhar experiências num viveiro de cobras. Insere o simbolismo da serpente mítica, que come a própria cauda, ligado ao ciclo da vida e à morte. A idéia de início e fim como um interminável continuum, tanto quanto os mundos sintéticos. Conexões do corpo em ambientes virtuais geram aqui deslocamentos em mundos artificiais. O corpo interfaceado por mouse, teclado, joystick, headphone e microfones, ao ser mediado por um robô com uma webcam acoplada em sua cabeça, produz contato com as cobras. Telepresença na rede e ação remota no mundo natural. Desígnios recentes, rumo à arte transgênica e biotecnológica. Um conjunto desenvolvido na emergência da arte da informação, pensado como instrumento de imaginação conceitual e de conceituação imaginativa11. Uma arte que faz alarde pela liberdade e que busca desviar dos aparelhos, intenções meramente calcadas nos interesses econômicos12. Uma arte movida pelo desejo, pela experiência, pelas incertezas, que promove grandes viagens nas redes imaginárias da contemporaneidade.

Christine Mello foi Curadora-adjunta do segmento RepresentaçãoBrasileira - Sala Especial Net Arte - 25 Bienal de São Paulo.

1 Arlindo MACHADO, O Quarto iconoclasmo e outros ensaios hereges. Rio de Janeiro:Rios Ambiciosos, 2001.

2 In: "... O princípio do movimento se impôs ao do lugar", http://www.uol.com.br/artecidade/2002frame_ie.htm (09/02/02).

3 Lucia LEÃO, A Estética do Labirinto, Tese de doutorado, São Paulo, Programa de Comunicação e Semiótica, PUC/SP, 2001.

4 Robin BARGAR e Insook CHOI, Ground truth, Timothy DRUCKREY (org.), in: Ars Electronica: facing the future, Massachusetts: The MIT Press, 1999.

5 Extraído de uma citação sobre J. M. Floch, in Nancy BETTS, A Intertextualidade na obra de Nelson Leirner, Dissertação de Mestrado, São Paulo, Programa de Comunicação e Semiótica - PUC/SP, 2002.

6 Algumas das associações aqui sugeridas entre rede e cidade foram feitas em conjunto a Daniel Sêda, em 12/02/02.

7 In: Fábio DUARTE, Arquitetura e tecnologias de informação: da revolução industrial à revolução digital, São Paulo:FAPESP / Editora da UNICAMP, 1999.

8 Vilém Flusser (1920-1991), filósofo nascido em Praga, foi um dos mais radicais pensadores dos meios tecnológicos. Viveu no Brasil por um longo período, em que ministra aulas e escreve textos críticos. Entre seus alunos, o artista multimeios Otávio Donasci, em entrevista concedida em 02/02/02, relata conceitos de Flusser sobre a vida nas cidades, que foram apresentados nos EUA nos 1980, antes mesmo do surgimento da Internet.

9 Gilbertto PRADO, Cronologia de experiências artísticas nas redes de telecomunicações, in: Revista Trilhas n. 6,v. 1, Campinas: Unicamp, 1997.

10 www.artmuseum.net/w2vr/timeline/Futurist.html (09/02/02).

11 Conferência de Vilém Flusser durante a XVI Bienal de São Paulo, sobre Imagem-Imagem Técnica.

12 Associação a partir de idéia extraída do artigo "Os novos rumos da holografia", de Arlindo Machado, para o Jornal Folha de São Paulo de 23 de outubro de 1984.

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[ Na Rede - parte 1 ]

(textos)

por Christine Mello

Ao fluxo quantitativo das mensagens utilitárias econfortantes que trafegam diariamente nos canais
majoritários da mídia a arte responde com
a incerteza, a indeterminação e o desconforto existencial1.
Arlindo Machado

A contemporaneidade instaura novos paradigmas nas artes a partir das possibilidades introduzidas pelas redes de comunicação. A cultura movida pelas mídias proporciona uma geração de artistas interessada nas linguagens numéricas e nos recursos oferecidos pelos meios digitais interativos e pelas telecomunicações.

Preocupam-se com as transformações políticas e sociais estabelecidas a partir disso, criam mediações simbólicas e pesquisam novos significados para o trabalho artístico e sua forma de recepção. Relacionam-se de maneira ativa com o meio tecnológico, agenciando o instrumento: não mais aceitam o modo contemplativo e participativo atribuído anteriormente ao meio eletrônico. Uma arte aberta, efêmera, descontínua. Fluida pela mídia.
Deslocalizar

Pensar na arte da rede implica não só pensar nos trabalhos que intervêem nos fluxos informacionais, mas também em seus proponentes e no modo como refletem a grande rede que é hoje a cidade contemporânea. Mapas de percursos imprevisíveis são situações muito mais relacionadas ao movimento do que aos lugares2. Como o viajante do labirinto, perde-se a visão global e panorâmica do espaço total a ser percorrido3 e é só por intermédio da experiência vivida que se recuperam os sentidos.

O contexto de trabalho é a rede e o conteúdo, o modo como a obra é construída nesse ambiente virtual. O artista se firma como provedor de conteúdo e sua ação denota uma performance coletiva. Ele não está isolado no processo criativo, é na co-presença e na troca com o outro que a obra se realiza. Deslocamentos da autoria, trânsitos contínuos. O conteúdo não é o que se coloca na composição, mas sim o modo como se prepara o sistema4. O sistema identificado como o conjunto das relações de diferenças e semelhanças, e o processo, como o conjunto de agenciamentos dos elementos selecionados5. O sistema passa a ser a construção, e a obra, uma prática viva.

Ruas, viadutos, transeuntes e grandes anéis viários: links, interfaces, arquivos e servidores. A rede torna-se a própria metáfora da cidade: reproduz no microcosmo informacional a cena urbana, com todas as suas qualidades e infinitos problemas. Ao problema insolúvel dos engarrafamentos, a cidade virtual propõe como solução a banda larga, logo saturada também com o aumento exponencial dos sites e dos acessos. A cidade da informação mantém sua velocidade e seu fluxo na proliferação de avenidas invisíveis, no transporte de mensagens via fibra ótica, fios de cobre e cabos6.

Ao problema do espaço na metrópole opõe-se, na rede, o problema do tempo: como percorrer todas as informações que interessam, se o tempo necessário é maior do que o que podemos dispor? Como indica Paul Virilio, trata-se de um tempo desvinculado do tempo cronológico, caracterizado por ações simultâneas, o tempo das dias7. É necessário saber os atalhos, fazer expedições, usar a experiência humana e os mecanismos de busca para as investigações. Como uma poética dos fluxos ininterruptos, a recepção da obra flui num ambiente altamente dispersivo, um organismo de relações hipermidiáticas, on-line 24 horas por dia. A ação artística se realiza em um espaço descontínuo, sem volume, e o tempo revela-se sob a forma de ubiqüidade. O trabalho organiza-se em comunidade e em escala mundial, e é calcado em termos de trocas e simultaneidade. Uma esfera global, interligada e pública. Wired city, como já pensava Vilém Flusser8.

Arte na rede pressupõe, assim, estratégias formais de presentificação do tempo de forma compartilhada, inseridas no contexto da arte telemática. Procedimentos vivenciados também na fax arte, slow-scan TV (televisão de varredura lenta), videotexto, ligações telemáticas, televisão interativa via satélite ou na telepresença. Bem como em muitas das estratégias já conhecidas pela mail art9. Supõe conhecer propostas experimentais, que dialogam com as relações arte/vida e homem/máquina/espaço.

Os trabalhos artísticos nesse meio são não-objetos, não-locais, em constante transformação. Integram uma tradição nas artes, desenvolvida ao longo do século XX e iniciada pelo futurismo — em que se procurava captar a velocidade, a energia e as contradições da vida contemporânea, assim como buscava um tipo de arte que pudesse ter um efeito totalizante10, interdisciplinar. Relacionam-se também em torno à desmaterialização do objeto artístico e à geração de narrativas-limites. Gestos radicais, como os empreendidos por Marinetti, Giacomo Balla, John Cage, Allan Kaprow, Nam June Paik, Roy Ascott, Jeffrey Shaw e Jodi (Joan Heemskerk e Dirk Paesmans), entre tantos outros.

Ambientes desterritorializados e presentificados on-line. Encontramos mudanças no processo da criação artística, no modo de articular as relações de autoria e na maneira como se propõem novas formas de estabelecer conexões em plena era da informação. Uma escritura das interfaces, não-linear e em tempo presente. Uma escritura compartilhada.

Fluir

Apresentamos trabalhos sob o domínio de espaços fluidos, que denotam a dissolução das fronteiras nas artes: em sua maioria produzidos em equipes e que se realizam a partir da co-autoria do usuário. Obras em processo, exploram as múltiplas relações e as marcas de transgressão poética — ou zonas fronteiriças — proporcionadas pelas híbridas linguagens, códigos de programação, dispositivos interativos, simuladores, interfaces gráficas e sonoras, web cams, ambientes colaborativos em tempo real e sistemas abertos de navegação no ciberespaço.

Em Ceci n'est pas un nike (www.desvirtual.com/nike), Giselle Beiguelman parte da imagem de um tênis Nike - extraída da própria Internet - e a confronta com o cachimbo de Magritte. É a dinâmica das discussões em torno ao que é a representação na rede que a interessa. Propicia uma situação-limite entre o que é superfície (site/nike) e o que é interface. Ao compartilharmos seu jogo poético, permite que o nosso próprio texto se insira ao trabalho, criando um grande palimpsesto coletivo, assim como um exercício de desfonetização da linguagem. Jogos novos também são possibilitados pelo uso de telefones celulares como mídia complementar, gerando simultaneidades entre website e wapsite.

Artur Matuck, um pioneiro no uso de redes e propostas colaborativas, cria em Literaterra/Landscript (http://bienalsaopaulo.terra.com.br/teksto), uma máquina datilográfica desregulada, que de-escreve textos, frases e palavras, substituindo letras e criando recombinações semi-ramdômicas. Uma máquina geradora e coletora de neologismos para expressar novas palavras e novos significados. Seu trabalho luta com os códigos moles do programa e permite que cada um de nós seja também um desescritor.

[ Eliane Duarte - Esculturas ]

(Rio de Janeiro)

A Galeria Anna Maria Niemeyer estará mostrando de 02 a 20 de agosto de 2005 esculturas de Eliane Duarte.





A exposição engloba um conjunto de 3 grupos de esculturas: ANDARILHAS, CAMUFLAGEM e ESPIÕES, todas realizadas em 2004/2005, com técnica mista (tecido costurado e recheado com algodão, cera de abelha, pigmento, sementes, barbante, cristais, etc) e têm como ponto de partida sua última individual realizada em 2003, no Projeto Zona Instável/Cavalariças, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro.

abertura: 02 de agosto - 20 h
exposição até: 20 de agosto de 2005

GALERIA ANNA MARIA NIEMEYER
Rua Marques de São Vicente, 52/205
Shopping da Gávea
Tel: 21 22399144 - Fax: 21 22592082
e-mail: galamn@centroin.com.br
site: www.annamarianiemeyer.com.br

Horário de Funcionamento:
segunda a sexta-feira : das 11:00 as 21:00 horas
sábados (visitação) : das 11:00 as 18:00 horas

[ Semana Victor Meirelles ]

(Florianópolis)

17 a 19 de agosto de 2005.
comemoração ao aniversário de nascimento de Victor Meirelles (18 de agosto de 1832)

PROGRAMAÇÂO:

17 de agosto, às 18h:
Encontro com artistas Hélio Fervenza e Yiftah Peled


17 de agosto, às 19h:
Abertura da exposição Primeiras apresentações e pontuações recentes do artista Hélio Fervenza no Museu Victor Meirelles

Exposição “Victor Meirelles – Construção” - projetos integrantes:

Diálogos com a Desterro, com obra de Yiftah Peled

Obra em Perspectiva - Estudos de Trajes, com texto do Prof. Dr. Raul Antelo


18 de agosto, às 18h:
"Seminário Documeto Areal"

Mesa-redonda com os artistas: Maria Helena Bernardes, André Severo, Alexandre Moreira e Hélio Fervenza. Projeto de Ensino do Centro de Artes / UDESC, coordenado pela Prof. Raquel Stolf


18 e 19 de agosto, das 14h às 17h:
Oficina Micrografias (ou as impressões mínimas) - ministrada por Hélio Fervenza. Pré-inscrição até o dia 10 de agosto


A Semana Victor Meirelles comemorará no dia 18 de agosto de 2005, o 173º aniversário de nascimento do artista Victor Meirelles. Para esta importante data, o Museu Victor Meirelles realizará uma programação especial de atividades, gratuitas e abertas ao público.

Na quarta feira, às 18h, do dia 17 de agosto, haverá o tradicional Encontro com o Artista. Espaço dedicado a um diálogo entre o público e os artistas, Hélio Fervenza e Yiftah Peled, que estarão abrindo exposições e abordando um pouco de suas trajetórias e de suas produções artísticas.

Logo após o Encontro com o Artista, dia 17 de agosto, às 19h, o Museu Victor Meirelles promoverá a abertura da exposição “Primeiras apresentações e pontuações recentes”, do artista gaúcho Hélio Fervenza. Nesta mostra, Hélio realiza um diálogo entre sua produção recente e xilogravuras realizadas entre 1987 e 1990. A exposição poderá ser visitada até o dia 16 de outubro de 2005.

Nesta ocasião, acontecerá também a abertura dos projetos integrantes da exposição de longa duração “Victor Meirelles – Construção”: “Diálogos com a Desterro” que propõe um embate entre a pintura “Vista do Desterro, Atual Florianópolis” realizada por Victor Meirelles, em 1847, e a obra do artista Yiftah Peled, que apresenta uma intervenção urbana em uma casa demolida, em Florianópolis. O trabalho de Yiftah poderá ser visto no Museu Victor Meirelles até o dia 11 de dezembro de 2005; e o projeto “Obra em Perspectiva”, que nesta segunda edição, o convidado é o Prof. Dr. Raul Antelo, que desenvolveu um texto sobre os Estudos de Trajes Italianos, realizados por Victor Meirelles, entre 1854 e 1856. A idéia deste projeto é propor, periodicamente, uma nova reflexão sobre a produção de Victor Meirelles, realizada por pesquisadores do campo da arte e cultura. O ensaio elaborado será exposto junto à obra e distribuído ao público.

Nos dias 18 e 19 de agosto, das 14 às 17h, dando continuidade a programação, será oferecida a oficina teórica Micrografias (ou as impressões mínimas). A oficina será ministrada pelo artista e Prof. Dr. Hélio Fervenza, enfocando noções de escala/proporção, reprodução, inserção e circulação na produção gráfica da arte moderna e contemporânea. As inscrições para a oficina podem ser feitas até o dia 10 de agosto, através de e-mail. São apenas 30 vagas.

Dia 18 de agosto, às 18h, haverá ainda uma mesa-redonda, referente ao “Seminário Documento Areal”, realizada em parceria com o Projeto de Ensino homônimo do Centro de Artes - UDESC, coordenado pela Prof. Raquel Stolf, onde estarão reunidos os artistas Maria Helena Bernardes, André Severo, Alexandre Moreira e Hélio Fervenza que apresentarão as experiências artísticas e as publicações realizadas pelo Areal.

Areal é um projeto de arte contemporânea, proposto em Porto Alegre, em 2000, por André Severo e Maria Helena Bernardes. As principais vertentes de atuação do projeto são o suporte à produção de artistas convidados e a publicação da série de livros, intitulada “Documento Areal”.

O Seminário propõe uma reflexão sobre as publicações realizadas e, segundo Maria Helena Bernardes, um debate sobre questões como: o que define uma obra de arte hoje? É a possibilidade de sua apresentabilidade? Em que sentido ela se dá na pluralidade das experiências contemporâneas? Como se encontram relacionados, hoje, os principais agentes históricos que sustentaram, desde o renascimento, o triângulo ‘artista-obra-público’?

Museu Victor Meirelles
Rua Victor Meirelles, 59 - Centro - Florianópolis
Fone / Fax : 2220692
museu.victor.meirelles@iphan.gov.br
www.museuvictormeirelles.org.br

Horário: terça a sexta-feira das 13h às 18h; sábado, domingo e feriado das 15h às 18h

[ O Gasoso, O Borroso e A Estetização Difusa da Contemporaneidade ]

(textos)

por Guy Amado - Julho de 2005

Nos tempos turbulentos e "acelerados" em que vivemos, a existência se conforma em meio a uma profusão de códigos e padrões comportamentais cambiantes, hibridismos de toda espécie e ao surgimento de novas modalidades de pensamento, mais especializadas. A classificação de pós-moderno como emblema de uma época ou estado da cultura foi exaustivamente aplicada de diversos modos desde meados dos anos 1970, na tentativa de se buscar uma teoria que traduzisse o zeitgeist das últimas décadas. Fosse como definição de um estilo ou estado de espírito advindo de certa insatisfação com o modernismo na arte e na literatura, como tendência filosófica ou, ainda, de modo mais raso e abrangente, como a então mais recente época cultural do Ocidente, a teoria da pós-modernidade sempre esbarrava em inúmeras questões e problemas conceituais que se insinuavam tanto na descrição quanto na avaliação da arte e do pensamento que se propunha investigar, sendo hoje considerada superada ou insuficiente para abarcar a complexidade do estado das coisas que conforma a atualidade. O ceticismo que permeava boa parte do discurso pós-moderno [em larga medida vinculado a pensadores da escola estruturalista francesa], investindo na anulação ou suspensão de noções tais como verdade objetiva ou universalidade de significado, foi intensamente combatido por seus detratores, que de modo geral não viam nessa linha de pesquisa uma plataforma suficientemente consistente para abordar com propriedade a complexidade dos eventos que se propunham analisar.

Nesse contexto, fez-se pertinente a busca por outros canais de identificação com a realidade e as transformações de nossa era, mais atualizados e adequados à confecção de um diagnóstico da mesma; e um deles pode estar no que vem sendo descrito como uma "estetização difusa do mundo contemporâneo", como afirma o crítico de arte e teórico da estética Jose Luis Brea[1] . A importância da estética como interpretante do mundo contemporâneo é trabalhada e afirmada continuamente, em registros diversos, em teorias oriundas de diversas áreas do conhecimento, como a sociologia, a filosofia, a antropologia, a semiótica e ciências exatas como a matemática, a física e a cibernética. Investe-se mais e mais no excesso de especialização e na idéia de transdisciplinaridade, que se impõe como método procedimental mais afeito à investigação de fenômenos não mais passíveis de serem analisados em termos absolutos.

Seja qual for o juízo que se possa fazer sobre a ocorrência desse fenômeno da estetização, parece inevitável remeter sua origem à expansão das indústrias audiovisuais e de massmedia e à iconização exaustiva do mundo contemporâneo, associada à progressão das indústrias da imagem, do desenho e da publicidade. Esse fenômeno implicaria em conseqüências fundamentais sobre os modos de nossa experiência – e ainda sobre a própria constituição efetiva dos mundos da vida, sobre a constituição do real, mesmo que nem sempre nos apercebamos do fato.

Este mundo "estetizado" e debilmente definido, carente de alguma consistência em que assentar algum princípio firme de valoração das práticas - tanto estéticas como éticas – seria um mundo em que o homem já haveria perdido qualquer possibilidade de estabelecer seu próprio projeto frente à ascensão da tecnociência, no enfoque reticente de Brea. É também o mundo hiper-real diagnosticado por Jean Baudrillard, em que a cultura do simulacro e a polissemia de signos prevalecem sobre o cânone da representação, colaborando na configuração de uma experiência difusa em nossos modos de apreensão do mundo.

Nas sociedades atuais, a forma contemporânea de disseminação desta estetização supõe uma dinâmica claudicante, nos termos estabelecidos pelas ascendentes e poderosas indústrias do espetáculo e entretenimento, sob cujas regras e ditos se estrutura contemporaneamente a própria lógica da instituição "Arte". Uma lógica cujo enorme potencial de absorção parece desmobilizar qualquer gesto de resistência, qualquer tensão crítica, convertendo toda a retórica vanguardista da autonegação em uma falsa aparência requerida pelo jogo de interesses criados, aquela do choque e do "novo" que os próprios interesses de renovação periódica dos padrões dominantes do mercado institucionalizado de arte impõem. Mesmo as recorrentes "mortes da arte" contemporânea, para além de servirem para retro-alimentar a especulação no bojo desse mesmo mercado, se expressam nos termos de uma estetização generalizada dos mundos da vida e as formas da experiência.

À esta idéia de uma estetização difusa das sociedades atuais, desse ruído que permeia os modos de vida e as formas da experiência - a própria realidade, justaposta desta maneira ao mundo da cultura e da arte -, poder-se-ia contrapor dois outros conceitos específicos que de alguma maneira potencializam ou alargam o alcance daquela.

A primeira noção a ser aqui abordada, a propósito do referenciado processo de estetização difusa por que o mundo vem passando, e que certamente se alinha, em sua plataforma eminentemente relativista, provocativa e instigante, a algumas outras vertentes do pensamento contemporâneo, seria a teoria da "borrosidad", ou fuzzy logic - doravante levianamente aliterada para borrosidade -, tal qual postulada por Bart Kosko[2] . O pensamento borroso sustenta de modo geral que a forma de raciocinar em termos absolutos de verdadeiro ou falso já não nos serve, e que é preciso aplicar uma lógica "nebulosa", que capte os matizes acinzentados do mundo real, onde nada é absolutamente preto e branco. As verdades e certezas tomadas como relativas, e as "áreas cinzentas" traduzidas num modo de raciocínio por aproximação, ao invés da exatidão, permitiriam reflexões e descrições mais adequadas para determinados aspectos da realidade que nos cerca que o pensamento da lógica binária aristotélica.

A investigação dos fenômenos que abarcam a experiência da contemporaneidade pelas vias difusas da borrosidade consistiria, assim, em procurar compreender o mundo em suas nuances "cinzentas", em detectar a policromia de cinzas. Ao se aplicar um raciocínio amparado no binômio "preto-no-branco" para tentar compreender ou explicar um mundo cinzento, deve-se tratar algo que é tomado como verdadeiro em certa medida como se fosse ou inteiramente verdadeiro ("o copo está cheio") ou inteiramente falso ("o copo está vazio"). Cada passo em um processo racional requer uma simplificação desse tipo e, portanto, tende a adicionar outra camada de arbitrariedade e erro ao mesmo processo.

Abramos um parêntese para uma breve digressão acerca de alguns aspectos determinantes na da arte na atualidade. Se em outras épocas a arte já foi entendida como uma imagem da realidade, para a qual a história da arte oferecia uma moldura, na contemporaneidade porém ela já "escapou" desta moldura. As definições tradicionais já não dão conta de abarcá-la, com uma profusão de novas práticas proliferando, e não apenas valendo-se de meios e linguagens plásticas, mas originando-se de mídias eletrônicos ou de propostas envolvendo a biotecnologia, etc. Deslocando um pouco o foco, as práticas do âmbito das artes visuais nos dias de hoje ocupam também um espaço social paradoxal, a um só tempo "dentro" e "fora" da sociedade. Por um lado, elas estão plenamente integradas ao tecido cultural, social e econômico ocidental, onde existe uma poderosa rede pública e privada (galerias, museus, fundações, Bienais) que apóia e promove a arte contemporânea por meio de diversos mecanismos (aquisições, subsídios, isenção fiscal) e torna possível que o investimento em arte seja uma prática relativamente estável no mercado financeiro internacional. Mas apesar disso, a arte ainda parece ocupar uma posição relativamente marginal na sociedade atual, como se fosse apenas um elemento decorativo ou uma espécie ameaçada de extinção, mantida num santuário para garantir sua sobrevivência [de fato, em termos culturais, outras manifestações expressivas, como a música, cinema ou televisão têm relevância social muito mais intensa]. A produção artística, que em outras épocas causou grande impacto em sistemas sociais, tende a ser agora encarada como um tipo de excentricidade inofensiva, sendo avaliada com certa condescendência, em muito por conta de fatores como a banalidade que reveste sua prática hoje e a implacável lógica mercantil que a um só tempo a difunde e restringe ou amortece seu potencial transformador. A borrosidade apresentaria um instrumental adequado a uma análise do estatuto ambíguo que conforma o sistema da criação e circulação da arte hoje, fornecendo talvez uma via de acesso que permita introduzir "nuances de cinza" sobre esse cenário. Verificar, por exemplo, em que medida é ainda possível ou relevante pensar no significado visual e verbal da arte, frente às demandas e imposições do mercado e da presente cultura do espetáculo - em que a importância da obra de arte [e não raro do artista] é mensurada em termos da publicidade e da notoriedade por ela atingida; e, em caso positivo, descobrir quais seriam as mecânicas de suas instâncias de comunicação.
* * *
Nesse panorama a um só tempo complexo e fugidio dos dias que vivemos, em pleno curso de um processo de globalização que se desenrola de modo tão inexorável quanto incerto, desenhou-se uma nova configuração cultural e sociopolítica do mundo que ressalta contrastes e acena com o abalo de crenças e o fim de utopias. A dinâmica que modularia a forma contemporânea do homem embater-se com o real, sua mediação com o mesmo, se dá sob a égide de uma potentíssima indústria da comunicação e impressionantes avanços tecnológicos que mais e mais influem diretamente em nossos modos de vida. Fez-se mister, assim, desenvolver novas formas de se analisar e assimilar o impacto dessas transformações junto à esfera da existência cotidiana. De modo emblemático dessa nova ordem mundial e da perda de referenciais inferida já em boa parte do pensamento pós-moderno, muitas dessas leituras - executadas por teóricos de áreas heterogêneas como a física, a economia política ou a filosofia - adotam um tom perpassado por certo "desencanto" - ou mero cinismo, como preferem os menos afeitos ao grau de abstração incutido nessas propostas. Desencanto a não ser necessariamente interpretado como um enfoque pessimista ou a ser associado de pronto à idéia de negatividade, constituindo-se antes como uma tática de abordagem que visa a formulação de diagnósticos mais compatíveis com o estado das coisas de seu tempo e ao surgimento de novas poéticas ligadas à incerteza e a definições incertas de formas e valores. Algumas dessas análises, contudo, até pela natureza relativamente "volátil" ou instável do objeto a que se dispõem analisar, eventualmente se baseiam em estruturas conceituais destoantes daquelas apregoada pelas convenções de sistemas de pensamento mais, digamos, tradicionais.

Ilya Prigogine, por exemplo, essencialmente um homem da ciência, interessado em analisar o papel e aproveitamento da mesma na sociedade e no futuro da humanidade, provocou estardalhaço e renovou a inter-relação entre ciência, filosofia e cultura quando chamou a atenção para as estruturas dissipativas da realidade [fenômenos de criação de ordem distantes do referencial de equilíbrio estabelecido pelas leis da termodinâmica, ou sistemas em não-equilíbrio] e o "fim das certezas", valendo-se também da Teoria do caos e do conceito de complexidade [que não caberia tratar aqui de forma mais demorada mas que grosso modo denotaria, na avaliação de teóricos especializados, que as coisas não apenas se "complicam", mas de alguma forma também se multiplicam, indo muito além do que seria um todo apenas justaposto, somado]. É evidenciada, na obra de Prigogine como na de pensadores atuantes em outros campos do saber, a importância da atuação da ciência contemporânea, imiscuída à filosofia ou a outras áreas, na relativização do conhecimento absoluto, estanque, e desestabilização do poder das "verdades" científicas – uma guinada na forma de se pensar o mundo que apresenta traços comuns, ainda que em graus diversos, com outras teorias abordadas neste texto.

É nesse contexto que se apresenta a segunda noção, ou conceito, igualmente emblemática da estética difusa da presente era supermoderna ou pós-industrial, proposta pelo filósofo Yves Michaud nos termos de uma arte em estado gasoso[3] – que poderia ser descrita em termos gerais como uma arte em que importa menos o objeto em si do que a experiência fugidia, flutuante, do receptor, ou espectador.

A produção artística atual, com a profusão de estilos, gêneros e subgêneros que lhe é peculiar, se apresentaria assim como uma “arte em estado gasoso”, na medida em que ela tende mais e mais a se expandir para todos os lados, assumindo uma fisionomia e uma dinâmica de apresentação volátil – num movimento que radicaliza a tendência que já se tentou definir como desmaterialização na arte -, além de romper com antigos dogmas como a premissa da "obra exclusiva". A arte contemporânea pode ser entendida, mesmo em seu presente estatuto incerto, como uma dentre muitas "realidades alternativas", com seu próprio conjunto de presunções tácitas, procedimentos e mecanismos abertamente proclamados para sua auto-afirmação e autenticação, tendo alcançado certo grau de independência da realidade "não-artística". Uma de suas características mais acentuadas reside numa perda sensível de seus elos tradicionais com o compromisso da "representação": ela já não admite que a "verdade" a ser captada pela obra de arte se ache em ocultação "exterior" – na realidade não–artística – esperando ser encontrada e receber uma tradução artística. Em vez de refletir a vida, ela passa a se somar a seus conteúdos, por meio de imagens e signos que mediam esse processo e que não mais representam, mas simulam – e a simulação, como postulado por Baudrillard, "...se refere a um mundo sem referência, de que toda referência desapareceu"[4]. Essa perda ou mudança de referenciais no âmago da visualidade contemporânea certamente contribui de modo incisivo para acentuar uma percepção "gasosa" da realidade.

A arte em estado gasoso apresentaria duas facetas ou tipos de "função": de um lado, uma hedonista, voltada para o prazer – mas uma nova forma de prazer, marcada pelo signo do cool, insinuante; e de outro, uma função expressiva cujo objetivo é demarcar identidades – inclusive suas próprias. Pensa-se aqui, segundo Michaud, em uma arte que tenha a ver com o jogo, a diversão, com práticas de lazer, mas contaminada por temas e referências cada vez mais provenientes de universos em princípio a ela estranhos; processo no qual essa arte, e a própria instituição-arte perdeu, em certa medida, parte de sua dimensão aureática, no sentido de simbolizar uma realidade transcendente, ou a "proximidade que manifesta uma distância", na bela definição de Walter Benjamin ("proximidade" esta que definitivamente parece não ter mais lugar na experiência de fruição da arte contemporânea; e, indo um pouco mais longe, se poderia acrescentar que a própria estética "não mais se revelaria como uma propriedade essencial ou definidora da arte"[5]). Uma arte ainda calcada na experiência e no sensitivo, que se dá em uma época em que as capacidades perceptivas humanas de base não mudaram, mas sim seus modos de intervenção nas condutas artísticas; e em que a arte, enfim, teria perdido parte de seu poder de transformação. E o modo como a experiência estética se dá no bojo desta arte é cada vez mais nebuloso: se o seu repertório aumenta, se vê reduzida na mesma proporção a capacidade de atenção e fruição do espectador diante da mesma, em função do bombardeio de informações e estímulos visuais e subseqüente instâncias de "anestesiamento" a que nosso olhar vem sendo submetido, bem como à profusão de códigos específicos que passaram a ser requeridos para a efetivação desta experiência pela produção contemporânea.

O termo "estado gasoso" designaria assim um estágio determinado da evolução da cultura, um momento em que a arte certamente se volatiliza enquanto objeto, mas que [ainda] permite uma compreensão hedonista da experiência estética – de natureza envolvente mas flutuante e instável.
* * *
Para concluir, essas questões e teorias sugerem que vivemos num mundo em que os fenômenos, como lembra Omar Calabrese[6], "já não falam por si sós e pela evidência. É preciso construí-los como objetos teóricos". E se não se detecta esta "objetividade imediata dos fatos", por outro lado os significados se apresentam como sugestões, permitindo convites ao seu estudo ou análise [mantendo a possibilidade eventual de sua demonstração], bem como sua interpretação e reinterpretação [também passível de ser realizada no registro da desconstrução]. Pouco ou nenhum significado se apresenta explicitamente; reforça-se a impressão que habitamos um mundo em que os signos flutuam em busca de significados e os significados se deixam levar em busca dos signos, contexto que reforçaria a pertinência da aplicação de conceitos como os que estimulam uma leitura da estética na contemporaneidade pelas vias do "cinza" e do "borroso".

notas:

[1] La estetización difusa de las sociedades actuales y la muerte tecnológica del arte, Madrid: Aleph Pensamiento, 1997.

[2] Pensamiento borroso – La nueva ciencia de la lógica borrosa. Barcelona: Crítica, 1995

[3] L'art à l'état gazeux – Essai sur le triomphe de l'esthétique. Paris: Stock, 2003

[4] In Baudrillard Live: selected interviews, ed. Mike Gane. Londres: Routledge, 1993.

[5] DANTO, Arthur C. After the end of art. Princeton, 1997.

[6] A idade neobarroca. Lisboa: Edições 70, 1988.