[ TR3S ]

(Rio de Janeiro)
abertura: 17/5/2014
até: 31/5/2014


A partir do dia 17 de maio, a Sergio Gonçalves Galeria apresenta a exposição “TR3S”. A mostra traz os trabalhos dos artistas Raimundo Rodriguez, Felipe Barbosa e Carlos Aires, que através de diferentes linguagens versam sobre uma temática cada vez mais em voga: o reaproveitamento. Três artistas, três vertentes, três maneiras diferentes de encararem aquilo que é facilmente descartável pela maior parte da humanidade. Não para esses três artistas.

Raimundo Rodriguez apresenta sua obra baseada em suas pesquisas com latas. Chamada de Latifúndio, essa série do artista é apresentada num grande painel, que a primeira vista parece único, mas que, com um olhar mais atento, nos mostra as subdivisões propostas pelo artista. Atualmente, o trabalho de Raimundo Rodriguez ganhou destaque nacional no cenário da novela “Meu Pedacinho de Chão”, da Rede Globo, onde o artista é o diretor de arte e montou uma cidade cenográfica inteira feita de lata, remetendo ao material utilizado por antigos brinquedos do século XIX.

Felipe Barbosa leva seus trabalhos feitos com bolas de futebol, onde desconstrói e reinsignifica a redonda, criando um diálogo entre o mundo das artes e do esporte. A série, iniciada em 2003, apresenta painéis que dão formatos geométricos as bolas, descosturando os hexágonos de couro sintético e tornando-os planos.

A partir de cédula antigas de diversos países, Carlos Aires mostra em seu trabalho que esse papel pelo qual tanta desgraça acontece, pode subitamente perder valor e ficar esquecido pelos cantos, mesmo que impregnados do sofrimento causado a tantos. Inspirado pelos desastres econômicos, Aires reaproveita o papel moeda e transforma em arte.

Com curadoria de Sergio Gonçalves, a exposição “TR3S” terá sua abertura no dia 17 de maio, às 11h, na Sergio Gonçalves Galeria. A mostra faz parte do calendário do CIGA 2014 - Circuito Integrado das Galerias de Arte, onde mais de 40 instituições culturais, museus e galerias – espalhados por sete bairros da cidade - abrem suas portas com uma programação especial de vernissages, exposições, visitas a ateliês, performances, palestras e conversas com artistas e curadores.

Exposição: “TR3S”
Artista: Raimundo Rodriguez, Felipe Barbosa e Carlos Aires
Local: Sérgio Gonçalves Galeria
Endereço: Rua do Rosário 38 – Centro
Telefone: 2263-7353
Abertura: 17 de maio de 2014
Encerramento: 31 de maio de 2014
Horário: de terça a sexta, das 11h às 19h e sábados das 11h às 18h

[ Fábio Carvalho volta a Portugal para mais uma residência artística ]

foto: Maria de Fátima Lambert

Depois de Caldas da Rainha (Faianças Bordallo Pinheiro, 2011), Porto (Maus Hábitos, 2012), Vista Alegre (Porcelana Vista Alegre, 2013) e Ílhavo (Oficina da Formiga, 2013), Fábio Carvalho irá voltar pela quarta vez a Portugal, em junho deste ano, para participar de sua quinta residência artística no país, desta vez em Alcobaça.

Esta será a quarta residência artística de Fábio Carvalho com cerâmica, que terá lugar na São Bernardo Ceramics, fundada nos anos 1980 pelo arquiteto Manuel da Bernarda, cuja família está envolvida na industria da cerâmica desde 1875. Alcobaça é uma cidade onde a tradição da produção cerâmica remonta ao século XII. O projeto e a curadoria da residência artística é de Maria de Fátima Lambert, curadora residente no Porto, Portugal, atuante em todo aquele país e no exterior, incluindo o Brasil.

A São Bernardo Ceramics tem tradição na colaboração com renomados designers internacionais, como Gerald Gulotta, Jasper Conran, James Packer, John Rochas, Arnold Zimmerman, Nancy Smith, entre outros. Além de Fábio Carvalho mais 2 artistas brasileiros (Estela Sokol e Grabriela Machado) e 12 portugueses (Beatriz Horta Correia, Bela Silva, Graça Pereira Coutinho, Luís Nobre, Maria Pia Oliveira, Sofia Castro, Albuquerque Mendes, Isaque Pinheiro, Jorge Abade, Susana Piteira, Catarina Branco, Carolina Paz) farão parte desta residência artística.

Desta vez Fábio Carvalho pretende produzir uma peça de grande dimensão, ou um conjunto de peças que ocupem uma grande área, de forma a experimentar e ampliar os limites da sua recente experiência em cerâmica. Posteriormente as peças de cerâmica produzidas por todos os artistas participantes do projeto serão expostas no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto.

Este ano, Fábio Carvalho foi também convidado a englobar um grupo de 10 artistas internacionais para criar cada qual, em Lisboa, uma peça de grande dimensão com os tradicionais azulejos portugueses. Estas peças serão montadas em fachadas de prédios devolutos.

[ Rosana Palazyan - Oxalis corniculata Homo ]

Oxalis corniculata Homo, 2014
Da série: Multiplicação das espécies
18 cm x 14,7 cm x 1.5 cm
Edição de 50

Oxalis corniculata Homo com edição de 50 peças, é a primeira obra da série Multiplicação das espécies. E dá prosseguimento à proposta de questionar e gerar reflexão a classificações, definições e rótulos que transformam seres vivos em daninhas.

Como em obras anteriores, tem base na pesquisa em livros de agronomia (com definições de plantas consideradas daninhas) em paralelo às frases que usualmente são citadas por uma parte da mídia e da sociedade, relacionando-as às pessoas que se encontram em situação de exclusão social – pessoas com as quais venho trabalhando em encontros e conversas, gerando trocas e dentro de um profundo processo ao longo dos últimos anos.

Neste caso, a frase encontrada durante a pesquisa e que deu origem a esta obra - “... tem grande capacidade de multiplicação das espécies...” - me fez pensar na relação entre dois questionamentos: a facilidade de multiplicação das espécies de seres vivos considerados “daninhas”; e a proposição de múltiplos de obras de arte.


Dentro deste contexto de multiplicação de espécies/imagens/obras de arte, a escolha de materiais e procedimentos começou a ser definido:

- Em cada peça a imagem da espécie Oxalis corniculata foi impressa com tinta para carimbo, utilizando a própria planta como matriz; e com papel carbono foi desenhada a imagem de uma figura humana. Ambas deram origem ao título da obra Oxalis corniculata Homo - nome científico criado para esta nova espécie – planta/homem.

Meio pioneiro e tradicional para duplicação de textos, desenhos e documentos - o papel carbono - e almofadas impregnadas com tinta para carimbos como meio de multiplicação de formas e marcas – ambos utilizados usualmente na cor azul - foram aqui recuperados como memória visual - hoje esquecidos e substituídos pela tecnologia.

- Uma pequena garrafa de vidro que guarda em seu interior sementes originais da planta Oxalis corniculata; deixa transparecer a imagem do homem desenhada sobre o tecido, como se juntos ambos fossem as sementes desta nova espécie. Trazendo a ideia de dispersão de sementes como a forma mais tradicional e eficaz ainda hoje na multiplicação das espécies.

Em aproximadamente 70 dias de produção, a primeira fase consistiu na coleta de plantas nas ruas do RJ e seu o cultivo dentro do atelier. Durante todo o processo o ciclo natural de floração e nascimento das sementes foi respeitado até que estas pudessem ser coletadas no período de dispersão e secagem em seu tempo natural para em seguida serem utilizadas.

- O carimbo produzido com a inscrição: “Daninha?” ao questionar subverte a ideia de carimbos e rótulos. Dentro desta poética, mais uma vez proponho ao espectador que se depare em uma situação sem verdades e sem repostas absolutas.

Detalhe


Embora a obra esteja inserida em uma edição de 50 peças e apenas uma única espécie de planta tenha sido utilizada, dentro de todo o processo, elas surgem diferentes. Delicadas e frágeis, sem resistência ao impacto da impressão, suas formas foram se transformando. Além disso, foram utilizadas como matrizes novas plantas da mesma espécie com formatos diferentes encontrados na natureza. Os desenhos da figura humana produzidos um a um, mesmo que com papel carbono também tomaram formas individuais.

Por este motivo, e pela execução totalmente manual de todos os outros procedimentos realizados peça por peça, as obras têm aparência diferenciada. Mais uma vez fazendo refletir sobre a questão de multiplicação e identidade.

O que nesta obra se tornou mais evidente, tem sido recorrente em meu processo. Tanto o homem quanto a natureza são investigados de forma não homogênea. Buscando ouvir individualmente cada história, respeitando suas identidades, numa tentativa para o entendimento de uma nova sociedade.

Rosana Palazyan, Maio de 2014


Saiba mais : Clube Hall / Arte Hall
http://www.artehall.com.br/clube-hall/clubehall-rio-primeira-edicao

[ Orexia ]

(Rio de Janeiro)
até 23/5/2014


De 8 a 23 de maio, o espaço Barracão Maravilha, no Rio de Janeiro, recebe a exposição Orexia, da Cia. Excessos, formada pelo casal de artistas Tales Frey e Paulo Aureliano da Mata. Composta por onze vídeos – seis pertencentes ao universo onírico e outros cinco que foram incorporados por afinidade –, além de uma instalação provocada a partir do banquete (uma feijoada), a exposição abre com uma performance de Tales Frey.

Serviço:

Performance - instalação e Exposição da Cia. Excessos
Performance com Tales Frey: Dia 08 de maio, às 19h
Exposição da Cia. Excessos: De 08 a 23 de maio.
Local: Barracão Maravilha – Av. Gomes Freire, 242 – Lapa, RJ

[ Fórum: As esculturas Públicas e a Cidade Contemporânea ]

(Campinas)
dia 14/5/2014

O evento congrega campos distintos do conhecimento que buscam demonstrar a forte conexão da escultura pública contemporânea com a vida cotidiana e urbana, de forma a replicar o interesse acadêmico que essa linguagem artística tem gerado nas últimas décadas dentre estudiosos, artistas, arquitetos e urbanistas, conservacionistas, instituições públicas e privadas fomentadoras da criação artística. As mesas deste evento trazem representantes atuantes em sua área de especialização, convidados ao debate sobre os aspectos globais e locais da arte em seus múltiplos espaços de circulação urbana.

data/local: Auditório do Instituto de Artes da Unicamp. 14 de maio de 2014 das 9h às 17h30
inscrições gratuitas pelo site do evento: http://esculturaspublicas.wordpress.com/

organização: profa dra Sylvia Furegatti e prof dr Marco do Valle

Programa:

Manhã
8h30 – Credenciamento
9 h – Abertura:
Prof. Dr. Esdras Rodrigues Silva (Diretor do Instituto de Artes)
Dr. Arly de Lara Romêo (Presidente da SANASA Campinas)

9h30 – Mesa 1: Uma perspectiva sobre os enfrentamentos da arte no espaço público contemporâneo
Palestrante: Iran do Espírito Santo (artista visual com produção expressiva no campo tridimensional)
Debatedor: Prof. Dr. Abilio Guerra (docente (FAU Mackenzie SP, arquiteto, editor do Portal Vitruvius e da Romano Guerra editora)

10h30 – 11h – Pausa

11h00 – Mesa 2: Arte e Paisagem Urbana em duas cidades brasileiras: Santos e Florianópolis
- Palestra: Esculturas Monumentais na orla de Santos - Palestrante: Murilo Netto (Coordenador de Museus e Galerias da Secretaria de Cultura de Santos)
- Palestra: A escultura pública e o Desenvolvimento Urbano em Florianópolis - Palestrante: Prof. Dr. Cesar Floriano dos Santos (Secretário adjunto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura Municipal de Florianópolis, docente da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC)
Debatedor: Prof. Dr. Wilson Flório (docente DAP IA Unicamp)

12h00 – 14h00 – Almoço

Tarde
14h00 – Mesa 3: A coleção escultórica no espaço da cidade-campus universitário
Palestrante: Profa. Dra. Maria Cecilia França Lourenço (docente FAU USP, diretora da Pinacoteca do Estado de São Paulo de 1983 a 1987, autora de vários títulos sobre o tema)
Debatedor: Profa. Dra. Sylvia Furegatti (docente DAP IA Unicamp)

15h30 – 16h – Pausa

16h – Mesa 4: O espaço da escultura contemporânea entre o Global e o Local
Palestrante: José Resende (arquiteto, artista visual de reconhecido trajeto internacional no campo da escultura contemporânea);
Debatedor: Prof. Dr. Marco do Valle (docente DAP IA Unicamp)

17h30 – Encerramento

[ Obras de Fábio Carvalho integram a exposição "Como refazer o mundo" ]

Obras da série "Em sendo patente..." de Fábio Carvalho integram a exposição "Como refazer o mundo", com curadoria de Divino Sobral, na galeria Luiz Fernando Landeiro Arte Contemporânea, em Salvador, de 15/5 a 31/7/2014.



A exposição Como refazer o mundo evidencia a prática artística contemporânea como uma atividade que se dedica a refazer aspectos do mundo. Reúne obras que trabalham com diferentes categorias e suportes, que reconstroem e deslocam o estatuto e a configuração de imagens e figuras, de pequenas coisas do dia a dia, de acontecimentos que passam despercebidos, de objetos que deixamos de notar, de afetos para os quais não temos tempo, de desejos que frustramos, de espaços da imaginação que deixamos de colocar em conversação com os espaços do mundo.

A mostra reúne obras feitas em diálogo com o mundo e que nos colocam atentos a ele, que nos convidam a vivenciá-lo, que operam e produzem sentido diante dele e para ele, trabalhos que propõem inúmeras formas de conversações com as questões da vida atual.



Os trabalhos de Fábio Carvalho que participam da exposição fazem parte da série "Em sendo patente...", e são decorrentes da Residência Artística que o artista realizou no Maus Hábitos Espaço de intervenção Cultural, no Porto, Portugal, em abril 2012, onde Fábio Carvalho buscou incorporar, na pesquisa do seu trabalho, elementos típicos dos labores ditos femininos ainda presentes na cultura lusitana, em particular o bordado dos lenços de namorados, um elemento de conexão no passado entre Portugal e Brasil, embora conhecidos por poucos em nosso país.



Os lenços de namorados são uma forte tradição da cultura popular portuguesa no norte do país, que teve origem pelo século XVIII. Eram lenços bordados pelas mulheres solteiras, usados originalmente para declarar seu interesse por um determinado rapaz. Elas entregavam o lenço para o pretendente, que se o usasse em sua roupa no dia seguinte, indicava que ele correspondia ao sentimento da moça. Mais tarde, os lenços passaram também a ser presenteados ao namorado ou marido que partia para uma terra distante em busca de melhores condições de vida, na maioria das vezes o Brasil.

Os lenços eram bordados com uma quadra de autoria da própria mulher, cercada de ilustrações que simbolizam a paixão, amor, fidelidade, etc., sempre em cores fortes. Este lenço passou a ser como uma carta (tema muito repetido nos lenços) que o seu namorado ou marido levava sempre consigo no bolso, para se lembrar da amada que ficou longe, em Portugal.



Os trabalhos da série "Em sendo patente..." tem como base naperons (paninhos de mesa) portugueses antigos, aos quais são acrescentadas insígnias militares autênticas. Depois, o artista bordou ele mesmo à mão elementos tradicionais do bordado português dos lenços de namorados, como o passarinho que leva um carta ao bico, ramos florais simples e ingênuos, bem como fez uso de apliques industriais, cristais, contas, pérolas e miçangas.

Os trabalhos atuais de Fábio Carvalho surgiram a partir de uma reflexão sobre os elementos que constituem as expectativas de gênero e sexualidade. A sua dialética opera na superposição e no conflito entre elementos tradicionais do universo feminino, tido como frágil e delicado, em particular os padrões decorativos florais, e a louça de porcelana, o scrapbook vitoriano, o bordado, as pérolas e os cristais, com os estereótipos de masculinidade, como o soldado, o halterofilista, o cowboy, entre outros, usualmente pensados como símbolos imaculados de força e virilidade. A produção artística de Fábio Carvalho procura levantar uma discussão sobre estes estereótipos de gênero, e questionar o senso comum de que força e fragilidade, virilidade e poesia, masculinidade e vulnerabilidade não podem coexistir.



Serviço
Exposição Como refazer o mundo
abertura: 15 de maio de 2014, às 19 horas.
até: 16 de maio a 30 de julho de 2014.
visita guiada com o curador: 17 de maio, às 17 horas.
horário: segunda/sábado, 10 - 19 horas
Luiz Fernando Landeiro Arte Contemporânea
Rua da Paciência, nº 227, Rio Vermelho, 41.950-010, Salvador / BA.
Tel. 55 71 3035-4154 / 8802-4154