[ O mercado como critério estético ]

(internet)

por Luciano Trigo.

A crise da arte contemporânea reflete a crise da cultura como um todo, que por sua vez é a conseqüência direta da redução de todas as esferas da existência ao seu aspecto econômico.

(...) um dos efeitos perversos da redução de tudo à economia é que, aos poucos, entra na consciência das pessoas a idéia de que o que é caro é bom (se não fosse bom, não valeria tanto).

(...) Subordinados ao imperativo de lucros rápidos, os ciclos de tempo se achataram artificialmente, de forma que em três ou quatro anos as obras de artistas como Richard Prince (abaixo, seu quadro Bachelor Nurse), Marlene Dumas, Peter Doig ou o chinês Yang Shaobin subiram 400%, graças à voracidade de uma nova geração de colecionadores ricos e à estratégia das grandes galerias (Gagosian, Anthony d´Offay, Saatchi, Sonnabend, Sperone Westwater etc) e de espertalhões como Charles Saatchi. Não existem referências reais e duradouras para cotações tão altas.

(...) Acelerou-se, também, a incorporação de artistas da periferia ao grupo especial do sistema da arte, mas é preciso ser muito ingênuo para acreditar que isto foi uma conquista dissociada de interesses comerciais do próprio sistema.

(...) em troca de uma vaguinha no circuito, o artista do Terceiro Mundo enquadra sua produção em modelos palatáveis, que por sua vez realimentam a aparência de diversidade do todo. Renovam-se assim estéticas pós-neo-coloniais, baseadas não mais na submissão passiva da periferia aos centros do sistema, mas na sua incorporação a de modelos transculturais e transnacionais de difusão.

É importante ressaltar aqui que o artista e a obra não têm mais a menor importância em si: eles valem como portadores de signos e valores que circulam e movimentam o sistema.

(...) Antes existiam a arte e seus valores, em torno do quais se articulavam jogos de mercado, mídia e poder. Agora são os jogos de mercado, mídia e poder que engendram, fabricam e articulam a arte.

(...) Vivemos a era da reiteração. Mecanismos vorazes de repetição do mesmo, reiterado em versões cada vez mais caras, esmagam o impuso da criação, ou ao menos limitam drasticamente, sob a aparência da diversidade, o campo da inovação artística. Hoje ele é dominado pelas variações lúdicas sobre propostas do passado, se possível com um efeito desconcertante ou irônico como o de uma gracinha: transgressões controladas, apropriações de apropriações, citações irônicas e provocações tediosas constituem hoje o vocabulário de boa parte da arte contemporânea de sucesso, isto é, da arte reconhecida pelo mercado e pelas instituições, isto é, da arte oficial.
Esse relativismo estético absoluto engendra no meio artístico uma situação inimaginável em outros setores da indústria cultural, por mais mercantilizados que sejam: a obra por designação. Em nenhuma outra atividade se chegou a esse extremo de achatamento de critérios: não basta eu querer ser cantor, ou ator, ou escritor, para ser aceito como tal; um mínimo de vocação, de técnica, de aprendizado são exigidos (ainda). Nas artes plásticas não. Como rigorosamente tudo pode ser designado como obra, qualquer um pode se afirmar artista, desde que caia nas graças do sistema por meio de uma rede de relacionamentos e uma estratégia de marketing adequadas. Neste contexto, não interessa a ninguém interrogar o sentido das obras, analisar os procedimentos de sua criação ou expor seus emcanismos de validação.

Não é por acaso que, cada vez mais, se difunde uma sensação de tédio diante de obras toscas e sem conteúdo, mas com pretensões pseudo-intelectuais; diante da mistura aleatória e arbitrária de linguagens sem qualquer coerência interna; diante de instalações falsamente provocativas ou contestadoras, rapidamente assimiladas pelas instituições; diante de projetos que misturam a alta tecnologia com a superficialidade do reality show. É como se bastasse fazer algo com ironia para lhe atribuir valor: aproximou-se o estético do estéril. Essa atitude leva a uma situação de indigência, à banalização e à trivialização da arte.

leia o texto completo:
http://lucianotrigo.blogspot.com/2008/01/o-mercado-como-critrio-esttico.html

Abre Alas e Exposição Coletiva

(Rio de Janeiro)

A GENTIL CARIOCA tem o prazer de convidá-los para mais uma edição da exposição Abre Alas. Esta 4ª edição terá a participação de artistas de vários estados do Brasil e do exterior, como: Belém, Rio Grande do Sul, São Paulo, Estados Unidos e França.

O Abre Alas vem nos últimos anos abrindo espaço e sendo vitrine para novos artistas. Este ano chegaram mais de 200 portifólios, dos quais foram selecionados 23 artistas.

Depois de três edições inesquecíveis chegou-se à conclusão de que era preciso aumentar o espaço expositivo para dar melhor voz aos artistas escolhidos. Nesta edição nº 4, o Abre Alas acontece especialmente com a parceria da A GENTIL CARIOCA e o LARGO DAS ARTES, espaço recém inaugurado nesta vizinhança do qual A GENTIL CARIOCA é grande incentivadora.

Na A GENTIL CARIOCA temos o prazer de inaugurar a EXPOSIÇÃO COLETIVA com os 20 artistas representados pela galeria.

Além disso, a Parede Gentil exibirá “Colônias”, uma intervenção do artista Fenando de La Rocque. O projeto Parede Gentil conta sempre com o apoio de um colecionador, o que, além de ser uma maneira de apoiar o projeto, é uma estratégia de valorização e incentivo ao colecionismo. Nesta edição, o colecionador convidado é Guilherme Magalhães Pinto Gonçalves.

A GENTIL CARIOCA tem desde sua inauguração uma preocupação com a questão da educação. Como forma de produzir pensamento sobre o tema, A Camisa Educação, feita por Fábio Carvalho, vai ser lançada no dia da abertura das exposições.

convocatória para ocupação da galeria Quirino Campofiorito - Centro Cultural Paschoal Carlos Magno

(Niterói)

FINALIDADE

1. A Secretaria Municipal de Cultural, a Fundação de Arte de Niterói e o Centro Cultural Paschoal Carlos Magno (CCPCM) informam que no período de 27 de dezembro de 2007 a 31 de janeiro de 2008 estarão recebendo projetos e propostas para a utilização dos espaços expositivos da Galeria Quirino Campofiorito do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno.

2. Os projetos e propostas selecionados comporão a programação de 2008 da Galeria Quirino Campofiorito do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno.

3. Cada projeto selecionado será contemplado com uma ajuda de custo no valor de R$1.500,00 (um mil e quinhentos reais).

OBJETO

4. Os projetos e propostas deverão contemplar as características físicas, arquitetônicas, situacionais, políticas, históricas ou culturais da Galeria Quirino Campofiorito do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, localizado no Campo de São Bento, área central de Icaraí, o bairro mais populoso da cidade de Niterói. Os projetos e propostas deverão explorar / enfatizar / dialogar com essas especificidades do espaço e seus usos.

5. Embora os projetos e propostas devam ser apresentados para o espaço da Galeria Quirino Campofiorito, é altamente estimulado que os artistas articulem seus projetos com o entorno, irradiando-os para os espaços públicos do Campo de São Bento e da própria cidade de Niterói.

6. A ocupação dos espaços em torno do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno dependerá de autorização dos órgãos competentes.

7. Os projetos e propostas podem ser concebidos e apresentados como exposição individual ou coletiva, de maneira que o espaço Galeria Quirino Campofiorito do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, assim como seu entorno, possam ser utilizados por um ou vários artistas.

8. Serão destinadas 9 (nove) datas da programação de 2008 da Galeria Quirino Campofiorito do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno para o processo de seleção através desta Convocatória.

INSCRIÇÕES

9. Poderão participar artistas, grupos e outros profissionais vinculados às artes visuais de todo o Brasil e estrangeiros domiciliados no país há mais de 3 (três) anos, ainda que não tenham realizado qualquer exposição.

10. Na hipótese de inscrição de trabalhos em grupo, apenas um membro deverá constar como responsável pela inscrição, sendo identificado como proponente.

11. Serão aceitos projetos e propostas em todos os meios de expressão, incluindo os mais tradicionais (pintura, escultura, gravura, etc.). No entanto, é esperado que as propostas de exposição enfatizem e explorem as especificidades arquitetônicas, físicas, ambientais, situacionais, etc. da Galeria Quirino Campofiorito em particular e do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno como um todo.

12. De maneira a facilitar o processo de elaboração das propostas, imagens (fotos e plantas-baixas) estarão sendo disponibilizadas para consulta no site www.culturaniteroi.com.br (as unidades / centro cultural paschoal carlos magno).

13. Os projetos e propostas devem explicitar os materiais (se for o caso) a serem utilizados, sendo os artistas responsáveis pela viabilização do projeto. É importante salientar que os projetos / propostas não poderão pôr em risco ou causar qualquer dano às estruturas da Galeria Quirino Campofiorito do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno.

14. As propostas de exposição deverão necessariamente conter:

(a) o próprio projeto de exposição, no formato A4, através de desenhos, fotos, montagens fotográficas e/ou digitais, memoriais descritivos, plantas-baixas, ou quaisquer outros meios que, de acordo com o entendimento do(s) artista(s) proponente(s), ajudem a explicitar as intenções / conceitos que norteiam suas propostas.

(b) só serão aceitos CDs e/ou DVDs para projetos de vídeo e/ou performance.

(c) dados curriculares, restritos à formação e às atividades artísticas, do(s) artista(s) participante(s), incluindo nome, endereço completo, telefone e e-mail.

15. Os projetos e propostas poderão ser entregues diretamente no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno ou enviados pelo Correio para o seguinte endereço: Centro Cultural Paschoal Carlos Magno - Rua Lopes Trovão s/no. – Campo de São Bento – Icaraí – Niterói – RJ – CEP: 24220-071.

16. No caso de envio pelo Correio, só serão considerados os projetos e propostas que tenham a data de postagem de até 31 de janeiro de 2008. Recomenda-se o uso de sistema de entrega rápida.

SELEÇÃO

17. A seleção dos projetos e propostas será feita pelo Conselho do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, composto por 7 (sete) membros e presidido pelo Diretor do CCPCM.

18. Os proponentes selecionados serão notificados logo após a seleção através de e-mail ou telefone. A relação dos projetos / propostas selecionados também estará disponível para consulta no site www.culturaniteroi.com.br (as unidades / centro cultural paschoal carlos magno).

19. As propostas selecionadas ficarão sob a guarda do CCPCM por um período de 12 (doze) meses, sendo, em seguida, devolvidos aos artistas proponentes;

RESPONSABILIDADES DOS ARTISTAS PARTICIPANTES

20. Os artistas selecionados se obrigam a:

a) Assinar Termo em que se comprometem a executar o projeto selecionado conforme apresentado ao processo de seleção desta Convocatória, obedecendo aos prazos de exposição estabelecidos pela Direção do CCPCM.

b) Assumir a responsabilidade de todos os custos, encargos e operacionalização da execução do projeto selecionado.

c) Entregar todo o material necessário para a produção do folder com a programação do mês do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, de acordo com os prazos e cronograma estabelecidos pela Direção do CCPCM.

d) O(s) artista(s) se compromete(m) a participar do encontro realizado com o público em data a ser definida pela direção do CCPCM.

RESPONSABILIDADES DO CCPCM

21. É responsabilidade do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno:

(a) Fornecer ao artista proponente do projeto selecionado 300 (trezentos) folders de uma tiragem de 1.000 (mil) com a programação do mês do CCPCM, tendo como destaque a exposição da Galeria Quirino Campofiorito. O folder será produzido no formato A4, impressão em duas cores, frente e verso.

(b) Providenciar a divulgação das exposições através de todos meios disponíveis.

(c) Manter a Galeria Quirino Campofiorito aberta à visitação pública, e em condições de exposição por todo o período estabelecido no calendário do CCPCM.

(d) Cada Projeto selecionado será acompanhado por um conselheiro, que atuará com o intuito de mediar as necessidades do(s) artista(s) e da instituição.

DISPOSIÇÕES GERAIS

22. As propostas não selecionadas ficarão à disposição dos artistas proponentes por um prazo de 3 (três) meses, contados a partir do término das inscrições. Depois deste prazo, a Direção do CCPCM não mais se responsabilizará pela guarda das referidas propostas.

23. Não serão aceitas as inscrições que não estiverem de acordo com os termos desta seleção, cuja inscrição implica a automática e plena concordância das normas estabelecidas nesta Convocatória.

24. As decisões finais da seleção realizada pelo Conselho do CCPCM são irrecorríveis e irrevogáveis.

25. Os casos omissos e/ou controversos serão resolvidos pelo Conselho e/ou pela Direção do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno.