[ PARADA II - Reabertura ]

(Rio de Janeiro - RJ) 
reabertura: 7/05/2022 sábado 14-17h
visitação até 19/07/2022

Depois de mais de dois anos trancados no "bunker", o Exército Monarca, de Fábio Carvalho, volta a levantar vôo no Memorial Municipal Getúlio Vargas a partir de 7 de maio, com a reabertura da instalação PARADA II

PARADA II, do artista carioca Fábio Carvalho, é uma instalação com mais de 700 bandeirinhas de papel de seda com impressão de soldados portando fuzil, com asas de borboleta saindo das costas, que ocupará a área de exposições temporárias do Salão Principal do Memorial Municipal Getúlio Vargas, com curadoria de Shannon Botelho. A impressão das bandeirinhas foi feita uma a uma, com o uso de carimbos de borracha produzidos à mão pelo próprio artista, a partir de um desenho original de sua autoria.



O uso da imagem da borboleta monarca (Danaus plexippus) em vários dos trabalhos de Fábio Carvalho vai muito além do fato de borboletas serem normalmente associadas ao universo feminino, frágil e delicado, que em oposição aos símbolos usualmente aceitos como masculinos, de força e virilidade, como os militares, formam a principal dialética da sua produção artística, que procura levantar uma discussão sobre estereótipos de gênero, e questionar o senso comum de que força e fragilidade, virilidade e poesia, masculinidade e vulnerabilidade não podem coexistir.

Seu uso surge ainda como um contraponto à camuflagem dos uniformes militares. As borboletas monarca são tóxicas, e por isso evitadas pelos predadores. Há outras espécies de borboleta não venenosas que mimetizam o padrão exuberante da monarca, que assim são também evitadas pelos predadores. Camuflagem e mimetismo são estratégias opostas de sobrevivência e proteção, que objetivam confundir e enganar, ao se fingir ser algo que não se é.



As linhas de bandeirinhas são dispostas perpendicularmente às duas paredes, em sequência ordenada, começando do alto, descendo suavemente a cada nova fileira, até ficarem na altura do chão ao final do corredor da galeria. Desta forma, até um certo ponto se poderá entrar na instalação, até que a massa de bandeirinhas te impeça de seguir.

PARADA II é sobre ordem, a imposição de uma certa ordem, que padroniza, anula diferenças, ignora a diversidade, dita um ritmo, uma regra arbitrária de ocupação dos espaços, cartesiana, regular, mas que apesar de todo o esforço de padronização, de robotização dos corpos e mentes, a menor e mais singela interferência (a entrada de pessoas do público na exposição) já desestabiliza esta ordem rígida e monótona, insere movimento, poesia, beleza (através do movimento de ar gerado pelo deslocamento das pessoas no interior da instalação).


Outro detalhe, mais sutil, é que de imediato vemos essa ordem/rigor, mas se olharmos de perto, de dentro, é uma aparência, uma fachada (precária); há defeitos, emendas, rasgos, amassados; a vida real, suja, orgânica, entrópica, sempre se impõem à ordem rígida e artifical, arbitrária, que para ser preservada exige trabalho, esforço, reforço, força (violência).

A exposição PARADA II foi originalmente inaugurada em 14/2/2020. Por causa da pandemia de Covid19, iniciada em março daquele ano, ela foi fechada pouco tempo depois, e permaneceu fechada até agora. Apesar da fragilidade material da obra, ela permaneceu praticamente intacta nestes 27 meses de "reclusão".

SERVIÇO:

exposição PARADA II
de Fábio Carvalho
curadoria Shannon Botelho
Coordenação de Eunice Simeão
Memorial Municipal Getúlio Vargas
Praça Luís de Camões, s/n, subsolo - Glória - Rio de Janeiro
Abertura 7.05.2022 sábado 14-18h.
Visitação até 19.06.2022
quinta / domingo, 10h às 17hh



[ Natureza Camuflada - Fábio Carvalho ]

(Online)
a partir de: 14/04/2022, quinta sexta 19h
até: Exibição por demanda, disponibilidade permanente no link abaixo
local: tinyurl.com/naturezacamuflada


Em 2019 Fábio Carvalho participou da W Residência Artística em Ribeirão Preto. A residência aconteceu em um casarão cercado por um enorme jardim tropical luxuriante. Lá, como resultado da imersão na residência, o artista criou a obra Albarrada, uma série de azulejos de papel pintados à mão com desenhos autorais de plantas do jardim e das imediações da residência artística, combinadas com figuras militares.

A partir desta experiência, Fábio Carvalho começou a criar uma série de novos trabalhos em bordado, fotografia, desenho, gravura digital, objetos, vídeo e até instalação. Esta nova série de trabalhos responde pelo título geral Natureza Camuflada, que ao partir de plantas ornamentais como seu “assunto”, acaba por renovar e ampliar sua discussão dos últimos 13 anos sobre estereótipos de gênero.


No próximo dia 14 de abril, quinta, às 19h, o artista lançará o vídeo documentário inédito Natureza Camuflada – O que é preciso mascarar para (r)existir socialmente?, onde apresenta esta nova produção nos últimos quatro anos, de 2019 a 2022, bem como alguns trabalhos anteriores que já apontavam este caminho, mesmo que ainda não de forma consciente.


O uso de elementos botânicos foi sempre uma constante nas obras de Fábio Carvalho, por representarem, no imaginário popular, um contraponto feminino aos símbolos de virilidade. Entravam nas obras como ornamentação provocadora aos estereótipos de “homem macho”. Num certo momento, o artista também começou a usar ilustrações de pássaros e insetos em suas obras. Mais para frente, o que antes era ornamento, contraposição, provocação, gradualmente tornou-se assunto.

Este projeto contou com o patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Cultura Presente nas Redes 2.


#SececRJ #CulturaPresente #CulturaPresentenasRedes2 @sececrj 

FICHA TÉCNICA
Concepção, produção, roteiro, revisão, edição, obras, narração: Fábio Carvalho 
Fotos e vídeos (exceto onde indicado outro autor): Fábio Carvalho 
Instagram: @fabiocarvalho2105

SERVIÇO
DIA E HORÁRIO (ESTRÉIA):  14 de abril, quinta, 19h
DURAÇÃO: Exibição por demanda, disponibilidade permanente no link acima.
DADOS TÉCNICOS: vídeo, cor, estéreo, Full HD 1080p, 30 minutos.