[ A Sua Superfície – Rodrigo Mogiz ]

(Belo Horizonte)
abertura: 18/06/2015 - 19h
até: 19/08/2015



A galeria Chimera Cultural apresenta exposição individual do artista Rodrigo Mogiz: desenhos feitos com linha e agulha - um mergulho no universo das tatuagens através de bordado. Na mostra Mogiz experimenta novos formatos em 9 trabalhos - quase todos feitos exclusivamente para o evento -, onde busca similaridades e associa a dor de tatuar o corpo à dor de desenhar alinhavando o tecido.  Para ele, ambas as superfícies são espaço a ser ornamentado e um processo dolorido.

O tema da mostra se conecta não somente pela técnica de desenhar com a linha e a agulha, mas pela composição dos elementos e cores. Corpos marcados, repletos de imagens alinhavadas que contam algo. Em cada trabalho, alguns com grandes formatos, estão concentrados clichês da tatuagem (rosas, pássaros, caveiras, coroas, marinhos, corações e tantos outros)que remetem à beleza, dore violência, explorando a afetividade e a sexualidade em uma narrativa quase literária.

A obra de Mogiz utiliza imagens da mídia contemporânea - revistas, tv, internet, cinema, moda, etc., estabelecendo novas conexões entre as figuras bordadas em entretelas translúcidas e sobrepostas. Há ainda a presença de elementos como miçangas, contas e alfinetes para capturar o olhar do observador e mostraro encoberto. Estas características permeiam a construção imagética do artista desde a academia.

A sua Superfície’, de Rodrigo Mogiz
de 19/06/2015 à 19/08/2015 das 14hs às 20hs
Av. Cristóvão Colombo 631 | tel.: 95258080
Entrada livre e gratuita (toque a campainha)

[ exposição Situação Delicada, de Fábio Carvalho ]

(Rio de Janeiro) 
aberura: 15/06/2015
até: agosto 2015 

Na exposição Situação Delicada Fábio Carvalho nos convida a repensar verdades pré concebidas


O artista carioca Fábio Carvalho abre no próximo dia 15 de junho exposição individual na EIXO Arte Contemporânea - 
www.eixoarte.com.br. A exposição, que apresenta colagens digitais, fotografias alteradas e um grande bordado sobre tecido, traz como destaque a série inédita Situação Delicada, que dá nome à mostra.

Desde 2009 Fábio Carvalho nos convida a uma reflexão sobre os elementos que constituem as expectativas de gênero. Seus trabalhos operam na superposição e conflito entre elementos tradicionalmente considerados femininos, como flores, borboletas, porcelana, bordado, rendas, com os estereótipos do homem viril, como o militar, o policial, o halterofilista, o cowboy, etc.


Em Situação Delicada Fábio Carvalho uniu fotos de armas de brinquedo, normalmente destinadas ao público infantil masculino, com reproduções de páginas de antigos álbuns de fotografia e scrapbooks do período vitoriano, atividades tipicamente femininas daquela época. A “situação delicada” que o trabalho nos apresenta não se refere apenas ao conflito de elementos chave dos estereótipos de gênero, mas também ao fato de armas de brinquedo serem proibidas no Brasil desde 2003, com a justificativa de que assim se diminuiria a criminalidade futura. 

Mas será que brincar com armas de plástico é o que deixa uma criança mais violenta? Fábio Carvalho relata sua própria experiência "eu e meus irmãos brincamos a infância inteira com armas de brinquedo, e nenhum de nós se tornou um ladrão ou assassino. E se é para evitar a exposição à violência, por que se proíbe apenas as armas de brinquedo, mas se permite a transmissão de assassinatos na hora do almoço nos telejornais, a presença de violência e mortes brutais em novelas, filmes e seriados? Não seriam também a falta de diálogo, pais ausentes, impunidade, falta de oportunidades, omissão do Estado, etc., as verdadeiras raízes da violência que só faz crescer no país? "

Continuando na discussão sobre a violência em nosso dia a dia, o artista apresenta a obra 
Pele de Chintz - Vila Cruzeiro, também inédita, onde vemos silhuetas de policiais durante uma ação de repressão ao crime organizado na favela Vila Cruzeiro em 2010, no Rio de Janeiro, recortadas sobre padrão floral chintz de decoração de porcelana. Segundo Fábio Carvalho, A série Pele de Chintz “surgiu como um comentário indignado sobre a situação absurda em que operações policiais foram transmitidas ao vivo na TV, numa total banalização da violência”. Como afirma Rodrigo Vila, que assina o texto de apresentação da exposição, temos aqui “o paradoxo de uma imagem bela, sedutora, e ao mesmo tempo representativa da violência, da guerra, da repressão. Aqui não podemos ter uma sem a outra. Não podemos separar dor e delícia.


A seguir, temos o 
bordado Bai feliz buando, no bico dum passarinho nº 7, no qual Fábio Carvalho bordou à mão em uma toalha de mesa um fuzil em tamanho real que se mistura com os elementos padronizados dos lenços dos namorados, um item enraizado na cultura popular portuguesa. O lenço era bordado por um mulher apaixonada, que o fazia chegar ao homem amado, que o passaria a usar em público, caso o sentimento fosse correspondido. “Torna-se interessante que os lenços eram elaborados por mulheres, com motivos do universo feminino, mas para serem usados por homens”, afirma Rodrigo Vila.

Completando a exposição, vemos a obra 
Yours Sincerely”, composta por 18 fotografias de soldados da I Guerra Mundial de um campo de prisioneiros na Alemanha. As fotos eram trocadas entre os próprios soldados como lembrança, quase sempre com dedicatórias afetuosas. Às fotos originais Fábio Carvalho adicionou digitalmente ornamentações florais de decalques antigos. As 18 fotos foram selecionadas de uma coleção de mais de 200 fotos que pertenceu a um sargento inglês, ele mesmo um dos prisioneiros, que as guardou consigo até sua morte.

Fábio Carvalho espera que a reflexão proposta por toda sua produção possa nos levar a novas posturas e ações frente a questões tão urgentes em nossos dias. Basta lembrar a quantidade absurda de pessoas agredidas e até mesmo mortas diariamente no Brasil pelo simples fato de serem diferentes. Será tão impossível afinal que força e delicadeza, virilidade e poesia, masculinidade e vulnerabilidade coexistam?

vista da exposição virtual

Sobre o artista:
Fábio Carvalho, artista carioca em atividade desde 1994 (15 exposições individuais e mais de 140 coletivas), participou dos mais importantes projetos de levantamento de produção de arte emergente no Brasil nos anos 1990, e já fez exposições por quase todo o país, e integrou mostras na Alemanha, Argentina, Chile, Cuba, Espanha, Equador, EUA, Hungria, Peru, Portugal, Reino Unido, República Tcheca e Rússia.  Participou de diversas Residências Artísticas em Portugal em anos recentes, entre estas, “Bordallianos do Brasil”, na fábrica Faianças Artísticas Bordallo Pinheiro (2011), “Maus Hábitos” (2012), “ID POOL” na fábrica Porcelana Vista Alegre (2013), “Cerâmica Oficina da Formiga” (2013) , “Cerâmica São Bernardo” (2014) e HS13rc (2015).
Tem quase 90 obras em diversas coleções públicas e privadas, destacando-se MAM-RJ - RJ; Centro de Arte Contemporáneo Wilfredo Lam - Havana – Cuba; MALI - Museo de Arte de Lima - Lima – Peru; Museu da Porcelana Vista Alegre – Portugal; Museu Bordallo Pinheiro – Portugal; Vieira Resende Barbosa & Guerreiro Advogados – RJ, entre diversas outras.

Serviço:
Exposição Situação Delicada, de Fábio Carvalho
Curadoria: Fábio Carvalho e EIXO Arte Contemporânea
Texto de Apresentação: Rodrigo Vila
Abertura: dia 15 de junho
Em cartaz até agosto

[ Fábio Carvalho abre individual REJUNTE na Galeria Pretos Novos ]

(Rio de Janeiro)
abertura: 27/5/2015 - 18h

até: 25/7/2015



Ação artística nas fachadas de Lisboa em exposição na Gamboa

A exposição Rejunte, de Fábio Carvalho, com a curadoria de Marco Antonio Teobaldo, será inaugurada no dia 27 de maio, às 18 horas, na Galeria Pretos Novos. Obras inéditas e registros da ação artística em Lisboa, realizados a partir da intervenção urbana Aposto, no qual o artista criou três novos padrões de azulejos impressos a laser sobre papel, que foram aplicados com cola de amido em fachadas de prédios lisboetas onde os azulejos originais haviam desaparecido por deterioração ou vandalismo.


Foram 35 dias e 300 peças aplicadas em 45 pontos de intervenção. Os "azulejos de papel", ao mesmo tempo que causam um certo estranhamento ao olhar, podem ser por vezes facilmente confundidos com os azulejos originais. Os projetos de arte urbana de Fábio Carvalho atuam como pequenas inserções, que invadem o espaço e ganham uma força maior ao tensionarem o que já estava lá.

APOSTO n° 7
impressão fine arte sobre papel photo matte | 45 x 60cm | 2015

Tudo começou a partir dos trabalhos da série Delicado desejo, formados por um patchwork de rendas diversas, produzidas originalmente para serem aplicadas em roupas femininas. Neste caso, elas são combinadas em formato de armas de fogo em tamanho real, contrapondo a delicadeza natural do material com artefatos normalmente associados à virilidade bruta.


Na exposição Rejunte serão apresentadas 4 peças desta série: 3 pistolas e 1 fuzil modelo AR-15. De acordo com o artista, sua produção atual procura questionar o senso comum que reforça a incompatibilidade entre força e fragilidade, virilidade e poesia, masculinidade e vulnerabilidade, propondo uma discussão sobre estereótipos de identidade de gênero.

Delicado desejo n° 6
rendas | 2014 | 30 x 40 cm

A série Transposto, trabalho inédito desenvolvido expecialmente para a exposição Rejunte, parte de azulejos e fragmentos de azulejos coletados pelo artista em caçambas de lixo, resultado de restos de obras de remodelagem das antigas casas. O material foi inserido em moldes com cimento, de forma a se criar "pedaços de parede", como se tentasse resgatar uma memória daquilo que estes azulejos um dia foram por tanto tempo, antes de serem descartados. Sobre estes "pedaços de paredes" foram colados os mesmos "azulejos de papel" usados na intervenção urbana em Lisboa.

Transposto n° 2
azulejos, impressão laser s/ papel, cimento, cola PVA, lona, chassi de madeira | 41 x 33 cm | 2015

O artista propõe ainda uma ação coletiva batizada de (Re)Junto, na qual os visitantes da exposição poderão colar "azulejos de papel" diretamente sobre as paredes da galeria, delegando ao público a composição final da obra, numa referência direta a Athos Bulcão, que por vezes deixava por conta dos operários a decisão de como os azulejos deveriam ser aplicados em seus painéis, como ocorreu por exemplo, com a obra da Praça da Apoteose, Sambódromo, Rio de Janeiro (1983).

exposição REJUNTE
de Fábio Carvalho
curadoria: Marco Antonio Teobaldo

inauguração 27 de maio - 18h
visitação 28 de maio a 25 de julho
terça a sexta - 12h > 18h
sábado - 10h > 13h

Galeria Pretos Novos
Rua Pedro Ernesto, 34 - Gamboa
fone 2516-7089