(Rio de Janeiro)
CENÁRIO DA ARQUITETURA DA ARTE
Montagens e espaços de exposições
Autora: Sonia Salcedo del Castillo Prefaciador: Agnaldo Farias
Martins Editora Coleção Todas as Artes
352 pp. 12,5 x 18,5 cm ISBN 978-85-99102-82-4
Lançamento: 19 de junho de 2008, às 19h, na livraria Argumento - Leblon
Em Cenário da Arquitetura da Arte, Sonia Salcedo del Castillo discute exposições de arte e o fenômeno de sua espetaculização, questão fundamental ao debate da cultura dos dias de hoje.
Trata-se de uma das raras publicações brasileiras sobre o assunto. Conforme seu prefaciador, o professor doutor Agnaldo Farias (fau-usp), “nasce, pois, com a vocação de obra de referência [...]. Pioneira sobretudo por sua articulação entre noções estéticas concernentes à produção moderna e contemporânea, com aspectos políticos e econômicos”, incluindo as instituições de arte.
A autora, cuja atuação profissional encampa a arquitetura e as artes visuais, dedica o primeiro capítulo a um rastreamento histórico do processo de defesa da autonomia do circuito, desde os primeiros Salões parisienses, passando por escolas, movimentos, sem esquecer de relacioná-lo às esferas do poder (aliás, ângulo que manterá até o fim), até a passagem das montagens expositivas de paredes plenas de obras do século xix ao paradigma espacial do “cubo branco” já no início do século xx.
No segundo capítulo, sua argumentação presentifica-se, à medida que o “espaço expositor torna-se ‘peça-chave’ do debate artístico”, em razão do número crescente de obras produzidas na própria exposição. A noção de neutralidade em favor da leitura das obras, característica do ‘cubo branco’, é então substituída pela flexibilidade semelhante à caixa preta teatral.
Em seu terceiro capítulo são apresentadas contribuições de “alguns dos movimentos mais importantes no âmbito dos anos 1960–70, responsáveis pela redefinição das noções de espaço e tempo na arte”, que concorreram para abalar de vez a noção de espaço asséptico para a veiculação artística, questionando a idéia de espaço expositivo ideal e a repercussão disso no fazer expositivo, em especial na lógica museal.
O último capítulo emoldura a tese (“que perpassa sutilmente o livro de ponta a ponta”), segundo a qual o modo de fruir oferecido por uma exposição importa mais que os objetos nela expostos. Sua linha argumentativa chega ao tom máximo no momento atual, quando a espetaculização expositiva recai no paradoxo de eclipsar as obras. Sonia Salcedo fecha seu livro levando-nos a pensar sobre os efeitos de tais fatos.
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