[ Seminário “Ouvindo os olhos da crítica” ]

(Rio de Janeiro)

O objetivo do encontro é perceber o atual momento das artes plásticas nos seus aspectos positivos – que toda mudança é capaz de gerar – quanto ao questionamento de seus aspectos negativos, embutidos nessa nova atitude da arte, dos artistas e da crítica de arte. Entre eles, o crescimento do número de artistas, assim como uma profissionalização do mercado editorial e do circuito das artes, com novas publicações, galerias, coleções, feiras e bienais que se espalham cada vez mais pelo mundo, além do aumento na produção de teses universitárias sobre arte.

Debatedores: Agnaldo Farias, Glória Ferreira, Marcio Doctors, Rodrigo Moura, Ronaldo Brito

3 a 11 de maio de 2010, 19h30

Inscrições: 21-3202-8554/3202-8550/4141-9240 e 8236-1825 ou pelo email: cultura@evaklabin.org.br

R$350,00 (há meia-entrada para estudantes e maiores de 60 anos)

Fundação Eva Klabin
Av. Epitácio Pessoa 2480, Lagoa, Rio de Janeiro - RJ
21-3202-8554 / 8550 / 4141-9240 e 8236-1825 ou pelo email: cultura@evaklabin.org.br
www.evaklabin.org.br

Discutir o cenário contemporâneo das artes plásticas brasileiras através de debates e ilustrações de críticos e artistas atuantes do circuito. Essa é a proposta do seminário Ouvindo os olhos da crítica, que acontece entre 3 a 11 de maio, na Fundação Eva Klabin, na Lagoa.

Para o coordenador do evento e curador da instituição, Marcio Doctors, “estamos diante de um cruzamento em que percebemos que, por um lado, o universo da arte está sendo ‘espetacularizado’ em detrimento de valores artísticos que foram cultivados ao longo de cinco séculos de história da arte, da Renascença à segunda metade do século XX; e, por outro, presenciamos o surgimento de novos acontecimentos e procedimentos artísticos que geram perplexidade e um ‘fosso’ na compreensão entre as obras e o público.

Programação

03 de maio, segunda-feira, 19h30

Debatedor: Ronaldo Brito - Professor do Programa de história social da cultura / PUC, RJ

Assunto: A Ética, a Poética da Crítica

A questão da crítica de arte está vinculada, necessariamente, à Dimensão Crítica, uma das instâncias constitutivas do projeto moderno pós-iluminista. E é essa Dimensão Crítica o que parece cada vez mais, hoje em dia, arcaica ou inviável. Ao mesmo tempo em que a alternativa se revela irrisória - um behaviorismo generalizado - para não desmoralizar o termo Pragmatismo, uma das correntes filosóficas cruciais da modernidade - que incentiva uma visão do real como um processo opaco, imune ao pensamento. Que dirá, então, ao pensamento poético.

04 de maio, terça-feira, 19h30

Debatedor: Marcio Doctors - Curador da Fundação Eva Klabin

Assunto: A Nervura do Devir

A partir da análise da obra de Anna Maria Maiolino, será abordado o processo da construção da imagem nos dias de hoje. Isto é, a maneira como a manifestação da imagem não implica mais em um estado de imobilidade. Demonstraremos que o núcleo essencial que a obra de arte visual preserva é constituído por mudança e, na mudança. A idéia de um núcleo essencial, sempre mutante, é o que garante o sentido da obra contemporânea e o que faz com que atinja diretamente o íntimo das coisas, explicitando o sentido de nossa época.


05 de maio, quarta-feira, 19h30

Debatedor: Rodrigo Moura - Curador do Instituto Inhotim

Assunto: Por dentro e por fora / De perto e de longe

Do ponto de vista de um curador de arte contemporânea, a comunicação vai traçar breve histórico dos movimentos de re-espacialização da arte nas últimas décadas e analisar o trabalho de artistas que lidam com este desafio e o papel das exposições e dos museus neste processo.


10 de maio, segunda-feira, 19h30

Debatedor: Agnaldo Farias - Curador da 29ª Bienal de São Paulo

Assunto: Notas sobre a relação entre arte e política - O processo de construção da 29ª . Bienal de São Paulo

Conquanto toda arte seja política, cumpre apresentar os variados matizes que essa relação vem apresentando. E o fato dela haver sido escolhida pelos curadores Agnaldo Farias e Moacir dos Anjos, como eixo da 29a. edição da Bienal de São Paulo, cuja inauguração ocorrerá no próximo mês de setembro, deve-se por dois motivos: pelo modo ostensivo como essa relação vem se impondo no âmbito da produção contemporânea, e pela necessidade de se contribuir para a prática política desde o lugar da arte. Nesse sentido, a comunicação apresentará as referências teóricas e poéticas da exposição, além de noticiar o processo de sua tradução no espaço expositivo.

11 de maio, terça-feira, 19h30

Debatedora: Glória Ferreira - Doutora em História da Arte pela Sorbonne

Assunto: A crítica entre ver, olhar e escutar

Ouvir os olhos da crítica, como proposição abre, creio, para dois tipos de questões : o ato crítico, com suas escolhas e, assim, embates com trabalhos específicos que exigem a escuta da crescente e ativa progressão de teorias textualizadas pelos artistas, constitutivas do devir da obra; face a atual e reconhecida situação de crise da crítica de arte, os nexos entre os fatos artísticos e as descrições, avaliações e interpretações críticas são inseparáveis da inscrição da crítica como um dos dados do conceito estourado de “obra” de arte.

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