[ Pensar a arte hoje: perspectivas críticas ]

(São Paulo)

Centro Universitário Maria Antonia
Salão Nobre e Sala 100
R. Maria Antonia, 294 Vila Buarque São Paulo SP 01222-010

Datas e horários:
De 13 a 15 de dezembro de 2006, das 14h às 16h e das 17h às 19h
Entrada gratuita

Reservas e informações:
com Raul Cecílio
Tel: 3091-4084/ 3091-4096 ramal 35
Segunda a sexta-feira, das 10h às 17h.

Apresentação
O título deste ciclo de conferências – Pensar a arte hoje: perspectivas críticas – sugere, mais do que uma indagação acerca da situação atual das disciplinas que tradicionalmente se lançaram à reflexão sobre arte – a história, a crítica e a teoria –, a pergunta sobre a possibilidade mesma de se constituir um pensamento da arte na contemporaneidade. É sabido que o sentido moderno dessa palavra forjou-se no fim da Idade Média e que desde o século XV ela designou um fenômeno histórico em que o trabalho artístico e a reflexão sobre arte fizeram-se de modo entrelaçado, num processo de emulação recíproca; dessa maneira, a questão que o ciclo propõe – se é possível, hoje, produzir um pensamento da arte – implicará tanto inquirir se se pode pensar a arte rigorosamente, quanto se esta é capaz de produzir pensamento próprio, isto é, se pode pensar o mundo a partir de sua própria experiência e como o faz.

A iniciativa deste evento surgiu dos desafios de ordem metodológica e conceitual que se apresentaram ao longo de pesquisa iniciada em 2005 pelo Centro de Pesquisa em Arte Brasileira do Departamento de Artes Plásticas da ECA/USP. A rotina da pesquisa demonstrou que qualquer discussão sobre a arte moderna brasileira obrigaria ao exame simultâneo de uma complexidade de questões correlatas. De fato, a pergunta preliminar sobre uma história da arte brasileira não progrediria sem a problematização concomitante da modernidade brasileira, que por sua vez não se poderia compreender fora dos quadros da modernidade/modernização nos países centrais. Seria indispensável analisar, igualmente, a questão nacional, isto é, interrogar como (e se) uma “história nacional” poderia inscrever-se na história global. E essas questões teriam de passar ao mesmo tempo pelo crivo da perspectiva histórica e da análise cultural. Verificou-se, enfim, que os temas precipitados no curso das discussões do grupo não apenas extravasavam o objeto da pesquisa – a “experiência local” – como também mostravam a insuficiência da história da arte para abordá-lo, ainda que desde o princípio se atinasse com as possibilidades renovadas de uma história insuflada pela crítica e informada pela teoria da arte. Tornava-se urgente, portanto, retornar a perguntas primeiras, e estas dizem respeito às próprias possibilidades cognitivas do pensamento em arte na situação contemporânea.

Grupo de Pesquisa em Arte Brasileira*
Depto. De Artes Plásticas/ECA-USP


*coordenação: Sônia Salztein / pesquisadores: Ana Luiza Dias Batista, Heloísa Espada, José Augusto Ribeiro, Liliane Benetti, Milton Ohata, Taisa Pascale Palhares, Thais Rivitti / assistente: Raul Cecílio

Programa:

Quarta, 13/12
17 às 19h
Cultura pop: o mito da arte sem mediações
Sônia Salzstein
No último quartel do século XX, o termo pop se viu presa de uma aguerrida batalha de reconfigurações ideológicas, retomado ora como marco de uma nova e benfazeja era da cultura, ora como desfecho da “arte histórica” que finalmente auspiciava o advento da “Arte” como puro conceito. É necessário discutir o rescaldo contemporâneo desse debate, isto é, as mudanças que uma “questão pop” implicou para a esfera da arte: os novos públicos que formou, a profunda reordenação que impôs à noção clássica de espaço público e, sobretudo, o questionamento, a que obriga, da noção de “trabalho” na expressão “trabalho de arte”.
Sônia Salzstein é crítica de arte e professora de história da arte do Departamento de Artes Plásticas da ECA-USP.


Quinta, 14/12
14 às 16h
Encalhes e desmanches. Ruínas do modernismo na arte contemporânea brasileira.
Lorenzo Mammì
Em uma parte importante da arte brasileira recente, a história da arte moderna nacional aparece não como mera resistência nostálgica ou como valor localizado, mas como um problema. A tensão e, ao mesmo tempo, a não separação efetiva entre natureza e cultura são uma constante que perpassa importantes marcos culturais do país: de Brasília às obras de artistas como Nuno Ramos, Cildo Meireles, Tunga, Hélio Oiticica e Lygia Clark, entre outros.
Lorenzo Mammì é crítico de arte e professor do Departamento de Filosofia da FFLCH-USP.

17 às 19h
Conversa com o artista
Waltercio Caldas
Waltercio Caldas é artista plástico.

Sexta, 15/12
14 às 16h
Debate crítico?!
Gloria Ferreira
Abordagem das mutações do exercício da atividade crítica a partir dos anos 1960 e de suas novas relações com a produção artística, interrogando, em particular, as conseqüências da crescente presença dos artistas nas esferas teórica, crítica e curatorial.
Gloria Ferreira é crítica de arte e professora colaboradora da Escola de Belas Artes da UFRJ.

17 às 19h
A arte e seus sucedâneos
Rodrigo Naves
As dificuldades enfrentadas pela produção artística contemporânea tendem a ser freqüentemente escamoteadas. A tal ponto que a própria arte parece ter se constituído
no principal empecilho para a continuidade da arte. Questões como “a morte da arte”, “arte e vida” e as críticas ao “formalismo” moderno — todas recorrentes nos nossos dias — sinalizam nessa direção. Pretende-se discutir esses pontos de vista.
Rodrigo Naves é historiador da arte e professor.

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