[ Convite a Uma Outra Viagem ]

(São Paulo)

Artista: Dani Tagen

Dani Tagen, apresenta seu trabalho fotográfico na exposição “Convite a Uma Outra Viagem” que acontece na Estação da Luz entre os dias 16 e 31 de Agosto. Sua foto gigante de 3,00 m x 2,00 m faz parte do Projeto Simultaneidade, que desenvolve desde 2004. Esse projeto tem como conceito a releitura do termo site-specificity (local específico), pois a artista acredita que qualquer lugar é singular, mas que o mundo está conectado numa multiplicidade de eventos e que toda a existência é uma.

Local: Estação da Luz
Data: de 16 a 31 de Agosto de 2005
Horários: diariamente das 06:00h às 24:00h
telefone: 11 8235 5574

[ Olhares cruzados sobre a cidade]

(Porto Alegre)

Guaritas, mostradas em projeções com intervenção da artista e em fotografias intercaladas com objetos. Mapas antigos e atuais de um local da cidade sobrepostos, imagens presentes em fotos e vídeos, percurso no entorno da ECARTA.

Elementos que constituem, respectivamente, os trabalhos de Elaine Tedesco e Maria Ivone dos Santos. As artistas propõem obras que fazem parte de um processo reflexivo em andamento.



Maria Ivone repensa o trecho da cidade onde se situa a Fundação ECARTA, do Parque Farroupilha à Rua João Alfredo. O título da obra, Vendo o entorno, enfatiza a importância de olharmos o que nos rodeia e nos conscientizarmos do que vemos. Documentos antigos mostram-nos o pântano que cobria a atual área do parque e o arroio Dilúvio, passando pela rua mencionada. Desvelar aspectos da história urbana é re-significar nosso lugar presente. É aumentar nossa consciência de que uma cidade carrega em si sua história, abrindo perspectivas de participação, aqui e agora.

Guaritas é a obra de Elaine Tedesco . Fotografadas ao longo de vários anos, em caminhadas que partem da proposição de que o atelier da artista é a rua, essas construções ocupam irregularmente o espaço público e evidenciam uma série de contrastes. A partir das diferenças de classes sociais entre os moradores de uma rua e aqueles que zelam por sua segurança, a artista percebeu e tenta transmitir em sua obra, as tensões entre proteção e ameaça, solidez e precariedade, aconchego e desconforto. Ao lado das fotografias, Elaine coloca objetos feitos de ferro e cobertores, que materializam essas tensões.

Essa mostra, desenvolvida como tal especialmente para o espaço da ECARTA, visa evidenciar a riqueza dos cruzamentos de olhares que propõem, através das obras, novas reflexões sobre a cidade, que possam provocar outras formas de participação.

de 12 de julho a 31 de agosto de 2005

Fundação Assistencial e Cultural ECARTA
Av. João Pessoa, 943 - Porto Alegre - RS - Brasil - Fone: 51.3226-1319
www.fundacaoecarta.org.br/galeria/default.asp

enviado por santos@adufrgs.ufrgs.br

[ Cotidiano ]

(Rio de Janeiro)







O cotidiano de Adriana Tavares está impresso em sua pintura no que ela tem de mais particular: a intimidade do ambiente. O olhar aguçado da artista passeia pelos cantos da casa, pelas prateleiras, sobre a mesa. Em cores vibrantes, com contornos precisos, os objetos revelam o habitante e sua relação com o mundo.

Esse cotidiano subverte a natureza morta como matéria carregada de sentido. Estão ali o rádio, o ventilador, o celular, o despertador e o bibelô, dispostos com realista casualidade. A arte de Adriana Tavares não se acanha em expor a marca do chiclete, a capa daquele livro, o frasco daquele perfume. E abre as portas para a desarrumação do guarda-roupa com absoluto despojamento.

“Gosto de capturar esses pequenos espaços da rotina humana, e urbana, que refletem costumes, prazeres, manias. Todos são próximos, íntimos, conhecidos. E tenho grande prazer em trabalhar as cores, traduzindo na tela o ambiente da forma como o percebo. A graça que encontro na pintura está nessa viagem policromática. Quando olho uma mesa com um jornal aberto, uma xícara de café pela metade, os óculos de leitura abandonados, sei que alguém está ali. Não é uma natureza morta. É uma cena viva, cheia de referências, vivências” – explica ela.

www.adrianatavares.com.br

abertura: Terça-feira, dia 27 de julho, às 18h30min

Pequena Galeria do Centro Cultural Candido Mendes
Rua da Assembléia, 10 / subsolo – Praça XV.
Tel: 2531-2000 r. 236
artecentro@candidomendes.edu.br
28 de julho a 30 de agosto de 2005
segunda à sexta-feira, das 12h às 19h

[ prog:ME ]

(Rio de Janeiro)

programa de mídia eletrônica



Festival de mídia eletrônica do Rio de Janeiro que vai acontecer de 19 de julho a 28 de agosto no Centro Cultural Telemar, no Rio de Janeiro-RJ.

O evento propõe-se a fazer um mapeamento dos artistas que desenvolvem trabalhos de arte e tecnologia, contribuindo para o estímulo da produção nacional e para a exibição de artistas novos e artistas reconhecidos no circuito internacional, paralelamente à participação de curadores estrangeiros que apresentarão artistas de vídeo-arte de diversas localidades do globo.

Participarão trabalhos de net-art, cd-roms interativos e de vídeo-arte, também mostraremos trabalhos de performance e interferência urbana usando meios eletrônicos. Haverá palestras com teóricos em arte eletrônica, workshops, shows de música eletrônica com djs/vj´s, e conversa com artistas selecionados que estarão apresentando os seus trabalhos.

de 19 de julho a 28 de agosto

Centro Cultural Telemar
Rua Dois de Dezembro, 63
Flamengo - Rio de Janeiro
tel: (21) 3131-1227

prog:ME
www.progme.org

Centro Cultural Telemar
www.institutotelemar.org.br/centrocultural

[ Renata Lucas – Gentileza ]

(Rio de Janeiro)

Sábado, dia 30/07, a Gentil Carioca abre a mostra "Gentileza" da artista Renata Lucas.




Renata re-delimita internamente o espaço da arte ao seu entorno, trabalhando com intervenções radicais na arquitetura de instituições ou em lugares arquitetônicos, em cruzamentos urbanos, calçadas, incidindo no espaço objetivo, nas relações sociais, na institucionalidade das coisas.

Diante desta relação sujeito-artista-lugar, Renata se surpreendeu com o entorno da A Gentil Carioca. Para quem não sabe e usando palavras da própria artista, a A Gentil Carioca está entranhada num circuito de lojas de imigrantes, sobretudo árabes, no centro do Rio de Janeiro, a região do ‘Saara’, como é popularmente conhecida. Neste local amontoado de lojas e ambulantes, encontra-se todo tipo de comércio: vende-se artigos de papelaria, armarinhos, tecidos, perucas, fantasias de carnaval, calçados, mochilas etc. Funcionam ateliês de costura, bureaus, agências fotográficas e os mais variados negócios. É um verdadeiro mercado aberto onde os produtos à venda se misturam e confudem os limites entre uma loja e outra, numa paisagem multicolorida e populosa", isto é, um lugar popular de negócios e relações humanas.

Sem abdicar deste contexto-acontecimento estético, Renata resolveu trazer de alguma forma o estado de coisas comunitário para o dentro-fora de sua obra. Decidiu intervir na vizinhança, no mais delicado e íntimo lugar símbolo das relações sociais, no sossego do vizinho. O trabalho, denominado Gentileza, teve início testando os limites da negociação (gentileza, colaboração, abuso, etc).

Renata, através de dois cortes precisos e cirúrgicos revela o íntimo, o escondido, o particular. Traz este espaço inusitado para o espaço público, a galeria, o lugar expositivo e, ao mesmo tempo, devassando a intimidade da galeria e seu cotidiano. Este corte que retira o limite que vela e separa a intimidade daqui e de lá, diferente de uma questão voyeurística, provoca um trânsito espacial, arquitetônico, institucional e político, e nos revela que os limites institucionalizados às vezes parecem muros intransponíveis. Mas nada que este abuso na jogada do jogo da gentileza e muita poesia não possam fazer para juntar o separado, colar o impossível.



Abertura 30/07/2005 às 16h
Exposição 02/08 a 27/08
Rua Gonçalves Ledo 17 sobrado - Centro
terça a sexta das 12h às 19h sábados das 12h às 17h
correio@agentilcarioca.com.br

[ Na Rede - parte 2 ]

(textos)

por Cristine Melo

(continuação)
Em SATMUNDI: 1)ARTEMUNDO;2)BODY;3)PATHOS (www.satmundi.com), Ricardo Barreto propõe que compartilhemos um mundo. Satélite mundo? Trata-se de um site experimental integrado por outros proponentes, em que extrai dele três trabalhos pessoais. Em ARTEMUNDO expressa um manifesto sobre o devir da arte na contemporaneidade e a maneira como problemas da ecologia, da genética, dos direitos humanos, dos meios de comunicação de massa e das minorias se introduzem nesse campo. Avatares mediam conexões entre a realidade ali compartilhada e links com outros sites (mais de 600) são acionados, no envio das nossas próprias reivindicações políticas para organizações não-governamentais. Em BODY, oferece reflexões e novas experiências sobre a questão do corpo no mundo virtual, e em PATHOS, gera uma paisagem onírica, realista mas quase abstrata, como em Turner, a partir de uma ferramenta de criação 3D, no próprio VRML. Uma espécie de desvio criativo do uso dessa ferramenta, ou subversão do uso convencional dessa escrita.

Cronofagia (www.paleotv.com.br/cronofagia), de Kiko Goifman e Jurandir Müller, aborda a violência, o tempo e a sobrevivência das imagens na Internet. Como bergsonistas do ciberespaço, impregnados de forte consciência conceitual, empreendem uma narrativa-limite calcada em matéria/imaterial e memória. Uma imagem ocupa a página central do trabalho; ao ser clicada, essa imagem dispara o que se denomina relógio web. Pasmem: clica-se algo e nada acontece, nenhuma ação imediata. A partir de um determinado número de cliques, gradualmente são disparadas ações de destruição e desmaterialização da imagem. Durante o período da Bienal, serão sistematicamente substituídas imagens mortas por imagens novas. Voracidade e homicídio coletivo na rede.

Em sentido inverso, O Sol de sempre (paralelosclandestinos.net) de Enrica Bernardelli traz questões sobre o espaço e a transcendência. O sol como meio de interligar a humanidade tanto quanto a Internet. Espaços sem limites. O espaço puro. É impossível acompanhar o movimento (da rede) dos astros mas é possível nos localizarmos pelos (URLs) paralelos. Em resposta ao não-objeto, Bernardelli media seu trabalho por uma celostato, máquina ótica de captar a imagem do sol (um objeto celeste). A imagem do sol on-line e ao vivo, sob o ponto de vista do planetário da cidade do Rio de Janeiro, a partir do paralelo 22 e do meridiano
43. Enquanto uma câmara capta essa imagem, um computador a recolhe e a envia para um servidor de rede, que permite, no acesso do usuário, o reencaminhamento de sua sombra - ou o seu paralelo clandestino -, que passa a intervir e a inserir-se no sistema. Durante o período da Bienal, Bernardelli fará habitualmente o percurso de sua casa ao planetário, recolhendo objetos que encontrar pelo caminho, para que possa gerar sombras com eles. Desmistifica o sol como símbolo de poder e o coloca acessível, comum, para todos.

Lucas Bambozzi direciona, em Meta4walls (www.comum.com/diphusa/meta) conflitos derivados do uso público e privado na Internet. Disponibiliza lixos da rede - mensagens invasivas, que recebe de forma não-autorizada - por ele colecionados desde 1999. Denota as distorções, os excessos e desvios da rede. Ao mesmo tempo, o mondo cane, que preferimos não ver. A tela inicial é artifício de voyeur: como o olho que espreita por trás da porta, vemos, enquadrada, uma pintura de Coubert, para logo em seguida sermos remetidos
a outro tipo de imagem, extraída provavelmente de um site de pornografia, mas sob o mesmo ângulo da anterior. A partir daí dissolvem-se as fronteiras entre mundo real e fictício na construção de uma narrativa que nos encaminha a links e mais links pela rede. A obra se instaura sobre o processo de metalinguagem. Como retorno, mensagens de controle: nada é impune no confronto das mídias com a vida real.

Lúcia Leão, em seus Plural Maps: Lost in São Paulo (www.lucialeao.pro.br/pluralmaps), incorpora labirintos construídos em VRML e links que levam os usuários a interagirem com web cams espalhadas em pontos específicos da cena urbana. A metrópole vista como um rizoma, em que cada cruzamento é um ponto (de partida ou chegada), e todos esses pontos se conectam com o todo. Mapas plurais, subjetivos, um vidro da cidade, ou um outro modo de perder-se no grande labirinto que é a rede.

Gilbertto Prado, outro pioneiro da arte telemática no Brasil, nos oferece em Desertesejo www.itaucultural.org.br/desertesejo), um mundo construído em VRML, a ser navegado em ambiente de realidade virtual interativo, multiusuário, que permite a presença simultânea de até 50 participantes. Uma narrativa com características imersivas: o visitante entra nesse mundo como um avatar - termo denominado, na filosofia hindu, como corpo físico - e é transportado como uma onça, uma cobra ou uma águia. Percorre paisagens desérticas, na tentativa de estabelecer contato humano mediado por outro avatar. Em um desses ambientes, Viridis, uma webcam, é conectada à Internet para captar imagens do céu em tempo real. Cada visitante imprime, assim, o seu próprio céu. O resultado é um céu coletivo, gerado on-line. Econtros virtuais, repletos de silêncio mítico, suspensão no tempo/espaço e associações oníricas.

Ouroborus (artecno.ucs.br/ouroboros), apresentado por Diana Domingues e o Grupo Artecno, permite-nos compartilhar experiências num viveiro de cobras. Insere o simbolismo da serpente mítica, que come a própria cauda, ligado ao ciclo da vida e à morte. A idéia de início e fim como um interminável continuum, tanto quanto os mundos sintéticos. Conexões do corpo em ambientes virtuais geram aqui deslocamentos em mundos artificiais. O corpo interfaceado por mouse, teclado, joystick, headphone e microfones, ao ser mediado por um robô com uma webcam acoplada em sua cabeça, produz contato com as cobras. Telepresença na rede e ação remota no mundo natural. Desígnios recentes, rumo à arte transgênica e biotecnológica. Um conjunto desenvolvido na emergência da arte da informação, pensado como instrumento de imaginação conceitual e de conceituação imaginativa11. Uma arte que faz alarde pela liberdade e que busca desviar dos aparelhos, intenções meramente calcadas nos interesses econômicos12. Uma arte movida pelo desejo, pela experiência, pelas incertezas, que promove grandes viagens nas redes imaginárias da contemporaneidade.

Christine Mello foi Curadora-adjunta do segmento RepresentaçãoBrasileira - Sala Especial Net Arte - 25 Bienal de São Paulo.

1 Arlindo MACHADO, O Quarto iconoclasmo e outros ensaios hereges. Rio de Janeiro:Rios Ambiciosos, 2001.

2 In: "... O princípio do movimento se impôs ao do lugar", http://www.uol.com.br/artecidade/2002frame_ie.htm (09/02/02).

3 Lucia LEÃO, A Estética do Labirinto, Tese de doutorado, São Paulo, Programa de Comunicação e Semiótica, PUC/SP, 2001.

4 Robin BARGAR e Insook CHOI, Ground truth, Timothy DRUCKREY (org.), in: Ars Electronica: facing the future, Massachusetts: The MIT Press, 1999.

5 Extraído de uma citação sobre J. M. Floch, in Nancy BETTS, A Intertextualidade na obra de Nelson Leirner, Dissertação de Mestrado, São Paulo, Programa de Comunicação e Semiótica - PUC/SP, 2002.

6 Algumas das associações aqui sugeridas entre rede e cidade foram feitas em conjunto a Daniel Sêda, em 12/02/02.

7 In: Fábio DUARTE, Arquitetura e tecnologias de informação: da revolução industrial à revolução digital, São Paulo:FAPESP / Editora da UNICAMP, 1999.

8 Vilém Flusser (1920-1991), filósofo nascido em Praga, foi um dos mais radicais pensadores dos meios tecnológicos. Viveu no Brasil por um longo período, em que ministra aulas e escreve textos críticos. Entre seus alunos, o artista multimeios Otávio Donasci, em entrevista concedida em 02/02/02, relata conceitos de Flusser sobre a vida nas cidades, que foram apresentados nos EUA nos 1980, antes mesmo do surgimento da Internet.

9 Gilbertto PRADO, Cronologia de experiências artísticas nas redes de telecomunicações, in: Revista Trilhas n. 6,v. 1, Campinas: Unicamp, 1997.

10 www.artmuseum.net/w2vr/timeline/Futurist.html (09/02/02).

11 Conferência de Vilém Flusser durante a XVI Bienal de São Paulo, sobre Imagem-Imagem Técnica.

12 Associação a partir de idéia extraída do artigo "Os novos rumos da holografia", de Arlindo Machado, para o Jornal Folha de São Paulo de 23 de outubro de 1984.

volta à parte 1

[ Na Rede - parte 1 ]

(textos)

por Christine Mello

Ao fluxo quantitativo das mensagens utilitárias econfortantes que trafegam diariamente nos canais
majoritários da mídia a arte responde com
a incerteza, a indeterminação e o desconforto existencial1.
Arlindo Machado

A contemporaneidade instaura novos paradigmas nas artes a partir das possibilidades introduzidas pelas redes de comunicação. A cultura movida pelas mídias proporciona uma geração de artistas interessada nas linguagens numéricas e nos recursos oferecidos pelos meios digitais interativos e pelas telecomunicações.

Preocupam-se com as transformações políticas e sociais estabelecidas a partir disso, criam mediações simbólicas e pesquisam novos significados para o trabalho artístico e sua forma de recepção. Relacionam-se de maneira ativa com o meio tecnológico, agenciando o instrumento: não mais aceitam o modo contemplativo e participativo atribuído anteriormente ao meio eletrônico. Uma arte aberta, efêmera, descontínua. Fluida pela mídia.
Deslocalizar

Pensar na arte da rede implica não só pensar nos trabalhos que intervêem nos fluxos informacionais, mas também em seus proponentes e no modo como refletem a grande rede que é hoje a cidade contemporânea. Mapas de percursos imprevisíveis são situações muito mais relacionadas ao movimento do que aos lugares2. Como o viajante do labirinto, perde-se a visão global e panorâmica do espaço total a ser percorrido3 e é só por intermédio da experiência vivida que se recuperam os sentidos.

O contexto de trabalho é a rede e o conteúdo, o modo como a obra é construída nesse ambiente virtual. O artista se firma como provedor de conteúdo e sua ação denota uma performance coletiva. Ele não está isolado no processo criativo, é na co-presença e na troca com o outro que a obra se realiza. Deslocamentos da autoria, trânsitos contínuos. O conteúdo não é o que se coloca na composição, mas sim o modo como se prepara o sistema4. O sistema identificado como o conjunto das relações de diferenças e semelhanças, e o processo, como o conjunto de agenciamentos dos elementos selecionados5. O sistema passa a ser a construção, e a obra, uma prática viva.

Ruas, viadutos, transeuntes e grandes anéis viários: links, interfaces, arquivos e servidores. A rede torna-se a própria metáfora da cidade: reproduz no microcosmo informacional a cena urbana, com todas as suas qualidades e infinitos problemas. Ao problema insolúvel dos engarrafamentos, a cidade virtual propõe como solução a banda larga, logo saturada também com o aumento exponencial dos sites e dos acessos. A cidade da informação mantém sua velocidade e seu fluxo na proliferação de avenidas invisíveis, no transporte de mensagens via fibra ótica, fios de cobre e cabos6.

Ao problema do espaço na metrópole opõe-se, na rede, o problema do tempo: como percorrer todas as informações que interessam, se o tempo necessário é maior do que o que podemos dispor? Como indica Paul Virilio, trata-se de um tempo desvinculado do tempo cronológico, caracterizado por ações simultâneas, o tempo das dias7. É necessário saber os atalhos, fazer expedições, usar a experiência humana e os mecanismos de busca para as investigações. Como uma poética dos fluxos ininterruptos, a recepção da obra flui num ambiente altamente dispersivo, um organismo de relações hipermidiáticas, on-line 24 horas por dia. A ação artística se realiza em um espaço descontínuo, sem volume, e o tempo revela-se sob a forma de ubiqüidade. O trabalho organiza-se em comunidade e em escala mundial, e é calcado em termos de trocas e simultaneidade. Uma esfera global, interligada e pública. Wired city, como já pensava Vilém Flusser8.

Arte na rede pressupõe, assim, estratégias formais de presentificação do tempo de forma compartilhada, inseridas no contexto da arte telemática. Procedimentos vivenciados também na fax arte, slow-scan TV (televisão de varredura lenta), videotexto, ligações telemáticas, televisão interativa via satélite ou na telepresença. Bem como em muitas das estratégias já conhecidas pela mail art9. Supõe conhecer propostas experimentais, que dialogam com as relações arte/vida e homem/máquina/espaço.

Os trabalhos artísticos nesse meio são não-objetos, não-locais, em constante transformação. Integram uma tradição nas artes, desenvolvida ao longo do século XX e iniciada pelo futurismo — em que se procurava captar a velocidade, a energia e as contradições da vida contemporânea, assim como buscava um tipo de arte que pudesse ter um efeito totalizante10, interdisciplinar. Relacionam-se também em torno à desmaterialização do objeto artístico e à geração de narrativas-limites. Gestos radicais, como os empreendidos por Marinetti, Giacomo Balla, John Cage, Allan Kaprow, Nam June Paik, Roy Ascott, Jeffrey Shaw e Jodi (Joan Heemskerk e Dirk Paesmans), entre tantos outros.

Ambientes desterritorializados e presentificados on-line. Encontramos mudanças no processo da criação artística, no modo de articular as relações de autoria e na maneira como se propõem novas formas de estabelecer conexões em plena era da informação. Uma escritura das interfaces, não-linear e em tempo presente. Uma escritura compartilhada.

Fluir

Apresentamos trabalhos sob o domínio de espaços fluidos, que denotam a dissolução das fronteiras nas artes: em sua maioria produzidos em equipes e que se realizam a partir da co-autoria do usuário. Obras em processo, exploram as múltiplas relações e as marcas de transgressão poética — ou zonas fronteiriças — proporcionadas pelas híbridas linguagens, códigos de programação, dispositivos interativos, simuladores, interfaces gráficas e sonoras, web cams, ambientes colaborativos em tempo real e sistemas abertos de navegação no ciberespaço.

Em Ceci n'est pas un nike (www.desvirtual.com/nike), Giselle Beiguelman parte da imagem de um tênis Nike - extraída da própria Internet - e a confronta com o cachimbo de Magritte. É a dinâmica das discussões em torno ao que é a representação na rede que a interessa. Propicia uma situação-limite entre o que é superfície (site/nike) e o que é interface. Ao compartilharmos seu jogo poético, permite que o nosso próprio texto se insira ao trabalho, criando um grande palimpsesto coletivo, assim como um exercício de desfonetização da linguagem. Jogos novos também são possibilitados pelo uso de telefones celulares como mídia complementar, gerando simultaneidades entre website e wapsite.

Artur Matuck, um pioneiro no uso de redes e propostas colaborativas, cria em Literaterra/Landscript (http://bienalsaopaulo.terra.com.br/teksto), uma máquina datilográfica desregulada, que de-escreve textos, frases e palavras, substituindo letras e criando recombinações semi-ramdômicas. Uma máquina geradora e coletora de neologismos para expressar novas palavras e novos significados. Seu trabalho luta com os códigos moles do programa e permite que cada um de nós seja também um desescritor.

[ Eliane Duarte - Esculturas ]

(Rio de Janeiro)

A Galeria Anna Maria Niemeyer estará mostrando de 02 a 20 de agosto de 2005 esculturas de Eliane Duarte.





A exposição engloba um conjunto de 3 grupos de esculturas: ANDARILHAS, CAMUFLAGEM e ESPIÕES, todas realizadas em 2004/2005, com técnica mista (tecido costurado e recheado com algodão, cera de abelha, pigmento, sementes, barbante, cristais, etc) e têm como ponto de partida sua última individual realizada em 2003, no Projeto Zona Instável/Cavalariças, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro.

abertura: 02 de agosto - 20 h
exposição até: 20 de agosto de 2005

GALERIA ANNA MARIA NIEMEYER
Rua Marques de São Vicente, 52/205
Shopping da Gávea
Tel: 21 22399144 - Fax: 21 22592082
e-mail: galamn@centroin.com.br
site: www.annamarianiemeyer.com.br

Horário de Funcionamento:
segunda a sexta-feira : das 11:00 as 21:00 horas
sábados (visitação) : das 11:00 as 18:00 horas

[ Semana Victor Meirelles ]

(Florianópolis)

17 a 19 de agosto de 2005.
comemoração ao aniversário de nascimento de Victor Meirelles (18 de agosto de 1832)

PROGRAMAÇÂO:

17 de agosto, às 18h:
Encontro com artistas Hélio Fervenza e Yiftah Peled


17 de agosto, às 19h:
Abertura da exposição Primeiras apresentações e pontuações recentes do artista Hélio Fervenza no Museu Victor Meirelles

Exposição “Victor Meirelles – Construção” - projetos integrantes:

Diálogos com a Desterro, com obra de Yiftah Peled

Obra em Perspectiva - Estudos de Trajes, com texto do Prof. Dr. Raul Antelo


18 de agosto, às 18h:
"Seminário Documeto Areal"

Mesa-redonda com os artistas: Maria Helena Bernardes, André Severo, Alexandre Moreira e Hélio Fervenza. Projeto de Ensino do Centro de Artes / UDESC, coordenado pela Prof. Raquel Stolf


18 e 19 de agosto, das 14h às 17h:
Oficina Micrografias (ou as impressões mínimas) - ministrada por Hélio Fervenza. Pré-inscrição até o dia 10 de agosto


A Semana Victor Meirelles comemorará no dia 18 de agosto de 2005, o 173º aniversário de nascimento do artista Victor Meirelles. Para esta importante data, o Museu Victor Meirelles realizará uma programação especial de atividades, gratuitas e abertas ao público.

Na quarta feira, às 18h, do dia 17 de agosto, haverá o tradicional Encontro com o Artista. Espaço dedicado a um diálogo entre o público e os artistas, Hélio Fervenza e Yiftah Peled, que estarão abrindo exposições e abordando um pouco de suas trajetórias e de suas produções artísticas.

Logo após o Encontro com o Artista, dia 17 de agosto, às 19h, o Museu Victor Meirelles promoverá a abertura da exposição “Primeiras apresentações e pontuações recentes”, do artista gaúcho Hélio Fervenza. Nesta mostra, Hélio realiza um diálogo entre sua produção recente e xilogravuras realizadas entre 1987 e 1990. A exposição poderá ser visitada até o dia 16 de outubro de 2005.

Nesta ocasião, acontecerá também a abertura dos projetos integrantes da exposição de longa duração “Victor Meirelles – Construção”: “Diálogos com a Desterro” que propõe um embate entre a pintura “Vista do Desterro, Atual Florianópolis” realizada por Victor Meirelles, em 1847, e a obra do artista Yiftah Peled, que apresenta uma intervenção urbana em uma casa demolida, em Florianópolis. O trabalho de Yiftah poderá ser visto no Museu Victor Meirelles até o dia 11 de dezembro de 2005; e o projeto “Obra em Perspectiva”, que nesta segunda edição, o convidado é o Prof. Dr. Raul Antelo, que desenvolveu um texto sobre os Estudos de Trajes Italianos, realizados por Victor Meirelles, entre 1854 e 1856. A idéia deste projeto é propor, periodicamente, uma nova reflexão sobre a produção de Victor Meirelles, realizada por pesquisadores do campo da arte e cultura. O ensaio elaborado será exposto junto à obra e distribuído ao público.

Nos dias 18 e 19 de agosto, das 14 às 17h, dando continuidade a programação, será oferecida a oficina teórica Micrografias (ou as impressões mínimas). A oficina será ministrada pelo artista e Prof. Dr. Hélio Fervenza, enfocando noções de escala/proporção, reprodução, inserção e circulação na produção gráfica da arte moderna e contemporânea. As inscrições para a oficina podem ser feitas até o dia 10 de agosto, através de e-mail. São apenas 30 vagas.

Dia 18 de agosto, às 18h, haverá ainda uma mesa-redonda, referente ao “Seminário Documento Areal”, realizada em parceria com o Projeto de Ensino homônimo do Centro de Artes - UDESC, coordenado pela Prof. Raquel Stolf, onde estarão reunidos os artistas Maria Helena Bernardes, André Severo, Alexandre Moreira e Hélio Fervenza que apresentarão as experiências artísticas e as publicações realizadas pelo Areal.

Areal é um projeto de arte contemporânea, proposto em Porto Alegre, em 2000, por André Severo e Maria Helena Bernardes. As principais vertentes de atuação do projeto são o suporte à produção de artistas convidados e a publicação da série de livros, intitulada “Documento Areal”.

O Seminário propõe uma reflexão sobre as publicações realizadas e, segundo Maria Helena Bernardes, um debate sobre questões como: o que define uma obra de arte hoje? É a possibilidade de sua apresentabilidade? Em que sentido ela se dá na pluralidade das experiências contemporâneas? Como se encontram relacionados, hoje, os principais agentes históricos que sustentaram, desde o renascimento, o triângulo ‘artista-obra-público’?

Museu Victor Meirelles
Rua Victor Meirelles, 59 - Centro - Florianópolis
Fone / Fax : 2220692
museu.victor.meirelles@iphan.gov.br
www.museuvictormeirelles.org.br

Horário: terça a sexta-feira das 13h às 18h; sábado, domingo e feriado das 15h às 18h

[ O Gasoso, O Borroso e A Estetização Difusa da Contemporaneidade ]

(textos)

por Guy Amado - Julho de 2005

Nos tempos turbulentos e "acelerados" em que vivemos, a existência se conforma em meio a uma profusão de códigos e padrões comportamentais cambiantes, hibridismos de toda espécie e ao surgimento de novas modalidades de pensamento, mais especializadas. A classificação de pós-moderno como emblema de uma época ou estado da cultura foi exaustivamente aplicada de diversos modos desde meados dos anos 1970, na tentativa de se buscar uma teoria que traduzisse o zeitgeist das últimas décadas. Fosse como definição de um estilo ou estado de espírito advindo de certa insatisfação com o modernismo na arte e na literatura, como tendência filosófica ou, ainda, de modo mais raso e abrangente, como a então mais recente época cultural do Ocidente, a teoria da pós-modernidade sempre esbarrava em inúmeras questões e problemas conceituais que se insinuavam tanto na descrição quanto na avaliação da arte e do pensamento que se propunha investigar, sendo hoje considerada superada ou insuficiente para abarcar a complexidade do estado das coisas que conforma a atualidade. O ceticismo que permeava boa parte do discurso pós-moderno [em larga medida vinculado a pensadores da escola estruturalista francesa], investindo na anulação ou suspensão de noções tais como verdade objetiva ou universalidade de significado, foi intensamente combatido por seus detratores, que de modo geral não viam nessa linha de pesquisa uma plataforma suficientemente consistente para abordar com propriedade a complexidade dos eventos que se propunham analisar.

Nesse contexto, fez-se pertinente a busca por outros canais de identificação com a realidade e as transformações de nossa era, mais atualizados e adequados à confecção de um diagnóstico da mesma; e um deles pode estar no que vem sendo descrito como uma "estetização difusa do mundo contemporâneo", como afirma o crítico de arte e teórico da estética Jose Luis Brea[1] . A importância da estética como interpretante do mundo contemporâneo é trabalhada e afirmada continuamente, em registros diversos, em teorias oriundas de diversas áreas do conhecimento, como a sociologia, a filosofia, a antropologia, a semiótica e ciências exatas como a matemática, a física e a cibernética. Investe-se mais e mais no excesso de especialização e na idéia de transdisciplinaridade, que se impõe como método procedimental mais afeito à investigação de fenômenos não mais passíveis de serem analisados em termos absolutos.

Seja qual for o juízo que se possa fazer sobre a ocorrência desse fenômeno da estetização, parece inevitável remeter sua origem à expansão das indústrias audiovisuais e de massmedia e à iconização exaustiva do mundo contemporâneo, associada à progressão das indústrias da imagem, do desenho e da publicidade. Esse fenômeno implicaria em conseqüências fundamentais sobre os modos de nossa experiência – e ainda sobre a própria constituição efetiva dos mundos da vida, sobre a constituição do real, mesmo que nem sempre nos apercebamos do fato.

Este mundo "estetizado" e debilmente definido, carente de alguma consistência em que assentar algum princípio firme de valoração das práticas - tanto estéticas como éticas – seria um mundo em que o homem já haveria perdido qualquer possibilidade de estabelecer seu próprio projeto frente à ascensão da tecnociência, no enfoque reticente de Brea. É também o mundo hiper-real diagnosticado por Jean Baudrillard, em que a cultura do simulacro e a polissemia de signos prevalecem sobre o cânone da representação, colaborando na configuração de uma experiência difusa em nossos modos de apreensão do mundo.

Nas sociedades atuais, a forma contemporânea de disseminação desta estetização supõe uma dinâmica claudicante, nos termos estabelecidos pelas ascendentes e poderosas indústrias do espetáculo e entretenimento, sob cujas regras e ditos se estrutura contemporaneamente a própria lógica da instituição "Arte". Uma lógica cujo enorme potencial de absorção parece desmobilizar qualquer gesto de resistência, qualquer tensão crítica, convertendo toda a retórica vanguardista da autonegação em uma falsa aparência requerida pelo jogo de interesses criados, aquela do choque e do "novo" que os próprios interesses de renovação periódica dos padrões dominantes do mercado institucionalizado de arte impõem. Mesmo as recorrentes "mortes da arte" contemporânea, para além de servirem para retro-alimentar a especulação no bojo desse mesmo mercado, se expressam nos termos de uma estetização generalizada dos mundos da vida e as formas da experiência.

À esta idéia de uma estetização difusa das sociedades atuais, desse ruído que permeia os modos de vida e as formas da experiência - a própria realidade, justaposta desta maneira ao mundo da cultura e da arte -, poder-se-ia contrapor dois outros conceitos específicos que de alguma maneira potencializam ou alargam o alcance daquela.

A primeira noção a ser aqui abordada, a propósito do referenciado processo de estetização difusa por que o mundo vem passando, e que certamente se alinha, em sua plataforma eminentemente relativista, provocativa e instigante, a algumas outras vertentes do pensamento contemporâneo, seria a teoria da "borrosidad", ou fuzzy logic - doravante levianamente aliterada para borrosidade -, tal qual postulada por Bart Kosko[2] . O pensamento borroso sustenta de modo geral que a forma de raciocinar em termos absolutos de verdadeiro ou falso já não nos serve, e que é preciso aplicar uma lógica "nebulosa", que capte os matizes acinzentados do mundo real, onde nada é absolutamente preto e branco. As verdades e certezas tomadas como relativas, e as "áreas cinzentas" traduzidas num modo de raciocínio por aproximação, ao invés da exatidão, permitiriam reflexões e descrições mais adequadas para determinados aspectos da realidade que nos cerca que o pensamento da lógica binária aristotélica.

A investigação dos fenômenos que abarcam a experiência da contemporaneidade pelas vias difusas da borrosidade consistiria, assim, em procurar compreender o mundo em suas nuances "cinzentas", em detectar a policromia de cinzas. Ao se aplicar um raciocínio amparado no binômio "preto-no-branco" para tentar compreender ou explicar um mundo cinzento, deve-se tratar algo que é tomado como verdadeiro em certa medida como se fosse ou inteiramente verdadeiro ("o copo está cheio") ou inteiramente falso ("o copo está vazio"). Cada passo em um processo racional requer uma simplificação desse tipo e, portanto, tende a adicionar outra camada de arbitrariedade e erro ao mesmo processo.

Abramos um parêntese para uma breve digressão acerca de alguns aspectos determinantes na da arte na atualidade. Se em outras épocas a arte já foi entendida como uma imagem da realidade, para a qual a história da arte oferecia uma moldura, na contemporaneidade porém ela já "escapou" desta moldura. As definições tradicionais já não dão conta de abarcá-la, com uma profusão de novas práticas proliferando, e não apenas valendo-se de meios e linguagens plásticas, mas originando-se de mídias eletrônicos ou de propostas envolvendo a biotecnologia, etc. Deslocando um pouco o foco, as práticas do âmbito das artes visuais nos dias de hoje ocupam também um espaço social paradoxal, a um só tempo "dentro" e "fora" da sociedade. Por um lado, elas estão plenamente integradas ao tecido cultural, social e econômico ocidental, onde existe uma poderosa rede pública e privada (galerias, museus, fundações, Bienais) que apóia e promove a arte contemporânea por meio de diversos mecanismos (aquisições, subsídios, isenção fiscal) e torna possível que o investimento em arte seja uma prática relativamente estável no mercado financeiro internacional. Mas apesar disso, a arte ainda parece ocupar uma posição relativamente marginal na sociedade atual, como se fosse apenas um elemento decorativo ou uma espécie ameaçada de extinção, mantida num santuário para garantir sua sobrevivência [de fato, em termos culturais, outras manifestações expressivas, como a música, cinema ou televisão têm relevância social muito mais intensa]. A produção artística, que em outras épocas causou grande impacto em sistemas sociais, tende a ser agora encarada como um tipo de excentricidade inofensiva, sendo avaliada com certa condescendência, em muito por conta de fatores como a banalidade que reveste sua prática hoje e a implacável lógica mercantil que a um só tempo a difunde e restringe ou amortece seu potencial transformador. A borrosidade apresentaria um instrumental adequado a uma análise do estatuto ambíguo que conforma o sistema da criação e circulação da arte hoje, fornecendo talvez uma via de acesso que permita introduzir "nuances de cinza" sobre esse cenário. Verificar, por exemplo, em que medida é ainda possível ou relevante pensar no significado visual e verbal da arte, frente às demandas e imposições do mercado e da presente cultura do espetáculo - em que a importância da obra de arte [e não raro do artista] é mensurada em termos da publicidade e da notoriedade por ela atingida; e, em caso positivo, descobrir quais seriam as mecânicas de suas instâncias de comunicação.
* * *
Nesse panorama a um só tempo complexo e fugidio dos dias que vivemos, em pleno curso de um processo de globalização que se desenrola de modo tão inexorável quanto incerto, desenhou-se uma nova configuração cultural e sociopolítica do mundo que ressalta contrastes e acena com o abalo de crenças e o fim de utopias. A dinâmica que modularia a forma contemporânea do homem embater-se com o real, sua mediação com o mesmo, se dá sob a égide de uma potentíssima indústria da comunicação e impressionantes avanços tecnológicos que mais e mais influem diretamente em nossos modos de vida. Fez-se mister, assim, desenvolver novas formas de se analisar e assimilar o impacto dessas transformações junto à esfera da existência cotidiana. De modo emblemático dessa nova ordem mundial e da perda de referenciais inferida já em boa parte do pensamento pós-moderno, muitas dessas leituras - executadas por teóricos de áreas heterogêneas como a física, a economia política ou a filosofia - adotam um tom perpassado por certo "desencanto" - ou mero cinismo, como preferem os menos afeitos ao grau de abstração incutido nessas propostas. Desencanto a não ser necessariamente interpretado como um enfoque pessimista ou a ser associado de pronto à idéia de negatividade, constituindo-se antes como uma tática de abordagem que visa a formulação de diagnósticos mais compatíveis com o estado das coisas de seu tempo e ao surgimento de novas poéticas ligadas à incerteza e a definições incertas de formas e valores. Algumas dessas análises, contudo, até pela natureza relativamente "volátil" ou instável do objeto a que se dispõem analisar, eventualmente se baseiam em estruturas conceituais destoantes daquelas apregoada pelas convenções de sistemas de pensamento mais, digamos, tradicionais.

Ilya Prigogine, por exemplo, essencialmente um homem da ciência, interessado em analisar o papel e aproveitamento da mesma na sociedade e no futuro da humanidade, provocou estardalhaço e renovou a inter-relação entre ciência, filosofia e cultura quando chamou a atenção para as estruturas dissipativas da realidade [fenômenos de criação de ordem distantes do referencial de equilíbrio estabelecido pelas leis da termodinâmica, ou sistemas em não-equilíbrio] e o "fim das certezas", valendo-se também da Teoria do caos e do conceito de complexidade [que não caberia tratar aqui de forma mais demorada mas que grosso modo denotaria, na avaliação de teóricos especializados, que as coisas não apenas se "complicam", mas de alguma forma também se multiplicam, indo muito além do que seria um todo apenas justaposto, somado]. É evidenciada, na obra de Prigogine como na de pensadores atuantes em outros campos do saber, a importância da atuação da ciência contemporânea, imiscuída à filosofia ou a outras áreas, na relativização do conhecimento absoluto, estanque, e desestabilização do poder das "verdades" científicas – uma guinada na forma de se pensar o mundo que apresenta traços comuns, ainda que em graus diversos, com outras teorias abordadas neste texto.

É nesse contexto que se apresenta a segunda noção, ou conceito, igualmente emblemática da estética difusa da presente era supermoderna ou pós-industrial, proposta pelo filósofo Yves Michaud nos termos de uma arte em estado gasoso[3] – que poderia ser descrita em termos gerais como uma arte em que importa menos o objeto em si do que a experiência fugidia, flutuante, do receptor, ou espectador.

A produção artística atual, com a profusão de estilos, gêneros e subgêneros que lhe é peculiar, se apresentaria assim como uma “arte em estado gasoso”, na medida em que ela tende mais e mais a se expandir para todos os lados, assumindo uma fisionomia e uma dinâmica de apresentação volátil – num movimento que radicaliza a tendência que já se tentou definir como desmaterialização na arte -, além de romper com antigos dogmas como a premissa da "obra exclusiva". A arte contemporânea pode ser entendida, mesmo em seu presente estatuto incerto, como uma dentre muitas "realidades alternativas", com seu próprio conjunto de presunções tácitas, procedimentos e mecanismos abertamente proclamados para sua auto-afirmação e autenticação, tendo alcançado certo grau de independência da realidade "não-artística". Uma de suas características mais acentuadas reside numa perda sensível de seus elos tradicionais com o compromisso da "representação": ela já não admite que a "verdade" a ser captada pela obra de arte se ache em ocultação "exterior" – na realidade não–artística – esperando ser encontrada e receber uma tradução artística. Em vez de refletir a vida, ela passa a se somar a seus conteúdos, por meio de imagens e signos que mediam esse processo e que não mais representam, mas simulam – e a simulação, como postulado por Baudrillard, "...se refere a um mundo sem referência, de que toda referência desapareceu"[4]. Essa perda ou mudança de referenciais no âmago da visualidade contemporânea certamente contribui de modo incisivo para acentuar uma percepção "gasosa" da realidade.

A arte em estado gasoso apresentaria duas facetas ou tipos de "função": de um lado, uma hedonista, voltada para o prazer – mas uma nova forma de prazer, marcada pelo signo do cool, insinuante; e de outro, uma função expressiva cujo objetivo é demarcar identidades – inclusive suas próprias. Pensa-se aqui, segundo Michaud, em uma arte que tenha a ver com o jogo, a diversão, com práticas de lazer, mas contaminada por temas e referências cada vez mais provenientes de universos em princípio a ela estranhos; processo no qual essa arte, e a própria instituição-arte perdeu, em certa medida, parte de sua dimensão aureática, no sentido de simbolizar uma realidade transcendente, ou a "proximidade que manifesta uma distância", na bela definição de Walter Benjamin ("proximidade" esta que definitivamente parece não ter mais lugar na experiência de fruição da arte contemporânea; e, indo um pouco mais longe, se poderia acrescentar que a própria estética "não mais se revelaria como uma propriedade essencial ou definidora da arte"[5]). Uma arte ainda calcada na experiência e no sensitivo, que se dá em uma época em que as capacidades perceptivas humanas de base não mudaram, mas sim seus modos de intervenção nas condutas artísticas; e em que a arte, enfim, teria perdido parte de seu poder de transformação. E o modo como a experiência estética se dá no bojo desta arte é cada vez mais nebuloso: se o seu repertório aumenta, se vê reduzida na mesma proporção a capacidade de atenção e fruição do espectador diante da mesma, em função do bombardeio de informações e estímulos visuais e subseqüente instâncias de "anestesiamento" a que nosso olhar vem sendo submetido, bem como à profusão de códigos específicos que passaram a ser requeridos para a efetivação desta experiência pela produção contemporânea.

O termo "estado gasoso" designaria assim um estágio determinado da evolução da cultura, um momento em que a arte certamente se volatiliza enquanto objeto, mas que [ainda] permite uma compreensão hedonista da experiência estética – de natureza envolvente mas flutuante e instável.
* * *
Para concluir, essas questões e teorias sugerem que vivemos num mundo em que os fenômenos, como lembra Omar Calabrese[6], "já não falam por si sós e pela evidência. É preciso construí-los como objetos teóricos". E se não se detecta esta "objetividade imediata dos fatos", por outro lado os significados se apresentam como sugestões, permitindo convites ao seu estudo ou análise [mantendo a possibilidade eventual de sua demonstração], bem como sua interpretação e reinterpretação [também passível de ser realizada no registro da desconstrução]. Pouco ou nenhum significado se apresenta explicitamente; reforça-se a impressão que habitamos um mundo em que os signos flutuam em busca de significados e os significados se deixam levar em busca dos signos, contexto que reforçaria a pertinência da aplicação de conceitos como os que estimulam uma leitura da estética na contemporaneidade pelas vias do "cinza" e do "borroso".

notas:

[1] La estetización difusa de las sociedades actuales y la muerte tecnológica del arte, Madrid: Aleph Pensamiento, 1997.

[2] Pensamiento borroso – La nueva ciencia de la lógica borrosa. Barcelona: Crítica, 1995

[3] L'art à l'état gazeux – Essai sur le triomphe de l'esthétique. Paris: Stock, 2003

[4] In Baudrillard Live: selected interviews, ed. Mike Gane. Londres: Routledge, 1993.

[5] DANTO, Arthur C. After the end of art. Princeton, 1997.

[6] A idade neobarroca. Lisboa: Edições 70, 1988.

[ Auto-Retrato ]

(São Paulo)

A relação entre o interior e o exterior do corpo humano é a temática do artista plástico Vitor Mizael na exposição "Auto-Retrato", que o Conjunto Cultural da Caixa promove entre 7 de julho e 14 de agosto no Edifício Sé.


(detalhe)

São 24 desenhos em nanquim que abordam os lados externo e interno do homem, delineando o que realmente está por dentro e fora dele: os ossos e as roupas. "As imagens se constroem à medida que o nanquim invade o papel, deixando áreas de pleno vazio. É neste ponto, rodeado de volumes e pinceladas, que se constroem os desenhos que reconhecemos como ossos e roupas; é, afinal, no espaço vazio do processo de feitura da obra, que se constrói a identificação do ser-expectador com o humano expresso no trabalho", explica Mizael.

O artista joga com o fetiche que envolve os corpos, acoplando pequenas figuras aos desenhos. Também adiciona à superfície negra das obras frases que expressam seu próprio estado de espírito. A fascinação pelo corpo humano surgiu desde o início de sua carreira, há sete anos, e tem sido objeto de intensa pesquisa desde então.

Espaço Octogonal (1° andar)
de 7 de julho a 14 de agosto
Praça da Sé,111
terça a domingo, de 9h às 21h.

telefone: 3107-0498
e-mail: remaisp@caixa.gov.br
site: www.caixa.gov.br

[ Casos de Sacos ]

(Petrópolis)

Festival Sesc Rio de Inverno 2005

Cildo Meireles
Casos de Sacos

Curadoria de Paulo Venâncio Filho

15 de julho a 14 de agosto de 2005

SESC Petrópolis
Rua Alfredo Pachá 26, Petrópolis - RJ
24-2231-1488
Terça a sábado, 9-18h; domingos; 9-17h

[ éramos 3 - múltiplos mínimos ]

(Rio de Janeiro)

Ana Sarmento, Cristina Amiran, Gê Pinheiro, Khalil Charif, Marcelo Moraes

abertura 12 de julho, terça-feira, 20h
Exposição até 13 de agosto de 2005

Mínima Galeria Bistrô
Rua Marquês de São Vicente 189, Gávea, Rio de Janeiro - RJ
terça a sexta, 10-18h; sábados, 10-14h
21-2512-4616
minima@minima.art.br
www.minima.art.br

[ Guaritas ]

(São Paulo)

Galeria Leme tem o prazer de anunciar Guaritas - projeções da artista Elaine Tedesco.

Guaritas é a série de projeções fotográficas no espaço urbano que Elaine Tedesco está realizando durante este ano. O trabalho, iniciado em Porto Alegre será apresentado em São Paulo no mês de agosto, em setembro em Belém (Cidades Ilustradas) e em outubro em Berlin (Schwarzlicht).

As guaritas que Elaine Tedesco fotografa são construções mínimas e precárias, impregnadas pelas marcas do uso e do tempo. A série Guaritas assim como as propostas recentes apresentadas no livro da artista Sobreposições Imprecisas (São Paulo escrituras, 2003) e no projeto de intervenções Sobreposições Urbanas, Porto Alegre, 2004, estende o processo fotográfico a outras etapas - projeto e documentação.

Deslocados de um local a outro as imagens das guaritas não possuem um destino específico, migram de uma cidade a outra, de um prédio a outro. Através da projeção de slides as imagens das guaritas voltam ao espaço urbano como transparências luminosas que subvertem sua escala original e são, novamente, fotografadas.

A Galeria Leme apresenta Guaritas de Elaine Tedesco, de 9 a 13 de agosto. A exposição é composta por fotografias impressas, caixas de luz e projeções.

Guaritas e Projeções na Galeria Leme
9 de agosto - das 18:00 as 21:00 hs - na Galeria Leme - abertura
13 de agosto - das 18:00 as 21:00 hs - na Galeria Leme - encerramento

Rua Agostinho Cantu, 88
São Paulo / SP
segunda a sexta - 10:00 às 19:00
sábado - 10:00 às 17:00
55 11 3814 8184
info@galerialeme.com
www.galerialeme.com

[ Empuxo - O Circuito de Arte Eletrônica - ACBEU ]

(Salvador)




Empuxo - O Circuito de Arte Eletrônica, através da Galeria ACBEU, coloca em marcha uma mostra de arte eletrônica, com o objetivo de incitar e dar visibilidade à produção baiana, criando mais um espaço que possa contribuir para uma discussão sobre o lugar da arte e da tecnologia na contemporaneidade, com um foco específico na experimentação de novas linguagens em vídeo.

De 22 a 27 de setembro de 2005, com a participação de artistas locais e convidados, nacionais e internacionais, o Circuito busca também promover o diálogo e a troca de experiências entre os artistas, fazer um levantamento da produção local, e incentivar a pesquisa de novas formas de fruição das artes visuais.

Na última década, a arte eletrônica, percorreu os museus e as galerias dos grandes centros catalisadores de arte em todo o mundo. EMPUXO constitui uma oportunidade de apresentar alguns destes projetos, inéditos no Brasil, associados à uma emergente produção local, colocando Salvador em contato direto com o circuito e a produção artística internacional.

O edital e a ficha de inscrição encontram-se disponíveis de 27 de junho a 12 de agosto de 2005 no link www.acbeubahia.org.br/hpp/empuxo.htm ou na Galeria ACBEU, localizada à Avenida Sete de Setembro, 1883, Corredor da Vitória, CEP 40.080-002, Salvador Bahia, no horário das 14:00 às 18:00 horas de Segunda a Sexta. Podem ser feitas pessoalmente ou por SEDEX dos Correios (observando-se esta data de postagem).

A comissão organizadora é composta por Davi Cavalcanti, Mari Fiorelli, Tadeu Silva, Octaviano Netto, Eneida Sanches e Isabel Fróes, com curadoria de video-maker Flávio Lopes.

Ficha Técnica

EMPUXO: Circuito de Arte Eletrônica

• Local: Galeria ACBEU – Av. Sete de Setembro, 1883, Corredor da Vitória
• Tel.: (71) 3336-4411
• Data: 22 a 29 de setembro de 2005 (com abertura das 19 às 22 horas do dia 22 de setembro)
• Horário: segunda a sexta, das 14 às 20 horas, e sábado e domingo, das 18 às 21 horas

[ Sentidos e Processos ]

(São Paulo)

Itaú Cultural promove o seminário interdisciplinar Sentidos e Processos de 9 a 12 de agosto (terça a sexta)

O evento relacionado à exposição Cinético_Digital traz como convidado especial o artista norte-americano Bill Seaman

Artistas e pesquisadores que atuam no campo da arte associada à tecnologia participam do seminário interdisciplinar Sentidos e Processos, de 9 a 12 de agosto (terça a sexta), no Itaú Cultural. O convidado da abertura é o artista norte-americano Bill Seaman, cujos trabalhos se desdobram no campo da poesia, música e videoarte.

O seminário integra a programação ligada à exposição Cinético_Digital, em cartaz até 11 de setembro, e tem como proposta aprofundar questões presentes na mostra. As palestras e workshops vão discutir, entre outros temas, os procedimentos criativos de pioneiros e contemporâneos da arte tecnológica. A discussão avança para os deslocamentos sintáticos da poesia concreta, a música experimental do compositor suíço radicado no Brasil Walter Smetak, a cultura da mixagem, a movimentação corporal no ciberespaço e suas reconfigurações midiáticas. Segundo a eqipe de organizaçao do evento, formada por várias a´reas de expressão do instituto, o seminário será "verbovocovisual", expressão cara aos concretistas que sinaliza a junção do verbo, o sonoro e o visual.

Programação

Abertura: Poéticas Recombinantes, com Bill Seaman - dia 9 (terça-feira), às 20h
Panorama da obra do artista multimídia norte-americano

Processos e Hibridizações
Do cinético ao digital, com Monica Tavares (ECA/USP) e Suzete Venturelli (UNB), curadoras da exposição Cinético_Digital - dia 10 (quarta- feira), às 18h
De que forma as especificidades conceituais das obras contemporâneas expostas em Cinético_Digital mantêm correlação com as produções de Abraham Palatnik, Julio Plaza e Waldemar Cordeiro.

Mixagem e Hibridização da Linguagem Audiovisual, com Giselle Beiguelman e Juliana Monachesi - dia 10 (quarta-feira), às 20h
Análise dos processos de síntese e interferência digital sobre a imagem videográfica que permitem ao artista uma gama de recursos criativos originais. Como a composição, edição e interação com os códigos e interfaces do vídeo e da internet estimulam expressões e modos de composição multimídia, integrando e mixando linguagens diversas.

Harmonias e Sentidos
Buscando a ciber-harmonia: um diálogo entre a consciência corporal e os meios eletrônicos, com Analívia Cordeiro - dia 11 (quinta-feira), às 18h
Mesa-redonda teórico-prática sobre o uso contínuo de instrumentos eletrônicos e suas influências nas relações e no comportamento humano. A proposta da palestrante é contribuir para o equilíbrio das pessoas por meio da movimentação corporal com ferramentas téorico-práticas: a Endobiophilia, a Eutonia, os Métodos Feldenkrais e Laban, no campo da consciência corporal; e, no campo da nova tecnologia, Nota-Anna, um aplicativo de escrita/leitura/aprendizagem do movimento.

Um percurso musical através do design sonoro digital - workshow de Cid Campos - dia 11 (quinta-feira), às 20h
Palestra multimídia em que o compositor e músico apresenta por meio de música, poesia e imagem o percurso de trabalhos desenvolvidos em seu estúdio desde 1992. As obras envolvem artistas como Augusto de Campos, Décio Pignatari, Haroldo de Campos, Lenora de Barros, Arnaldo Antunes, Lívio Tragtenberg, Tom Zé, Adriana Calcanhotto e Denise Millan entre outros.

Processos e transformações
Salve-se quem souber, porque poder ninguém poderá mais - walter smetak, o vulcão da música, com Livio Tragtenberg e Tuzé de Abreu - dia 12 (sexta-feira), às 18h
O pensamento e a história de Walter Smetak, que construiu cerca de 150 instrumentos, compôs músicas, fez esculturas, desenhos, pinturas e poemas e escreveu 35 livros, 4 peças teatrais e 1 coreografia para dança.

Rede: criação e reconfiguração, com Fábio Oliveira Nunes e André Lemos - dia 12 (sexta-feira), às 20h
O que é web arte? Como fazer curadoria desta forma de expressão artística? E qual seu papel na chamada cultura copyleft, que propõe novas formas de deveres e direitos autorais? Como os blogs e podcasts estão reconfigurando a paisagem midiática dos jornais e dos rádios?

Seminário Sentidos e Processos – de 9 a 12 de agosto (terça a sábado)
Sala Itaú Cultural: 270 lugares
Entrada franca - ingresso distribuído com meia hora de antecedência
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149 – Estação Brigadeiro do metrô
Tels. 11.2168-1776/1777
www.itaucultural.org.br
atendimento@itaucultural.org.br

[ Especialização em Artes Visuais ]

(São Paulo)

A Especialização em Artes Visuais oferecida pela Faculdade Santa Marcelina propõe disciplinas focadas na produção artística contemporânea, com uma proposta de reflexão crítica e densa pesquisa, além da valorização da diversidade cultural presente no contexto brasileiro e internacional. O ambiente cultural da Faculdade Santa Marcelina, voltado para a pesquisa em arte, oferece um espaço com ampla infraestrutura e intensa vivência artística. Proporciona ao estudante a participação em debates, exposições, núcleos de pesquisa e publicações.

A Especialização em Artes Visuais da FASM tem como objetivo oferecer uma formação profissional e acadêmica apuradas, atendendo as necessidades de maior qualificação aos artistas visuais.
DISCIPLINAS:

Arte Contemporânea: matérias, conservação e exibição
Ateliês com artistas convidados
Ensino de Artes Visuais e Formação do Artista
Metodologia da Pesquisa em Arte
Prática de Ateliê Bidimensional
Prática de Ateliê Tridimensional
Prática de Ateliê em Mídias Contemporâneas
Processo de Criação em Artes Visuais
Tópicos em Estética e História da Arte Moderna
Tópicos em Estética e História da Arte Contemporânea

Duração: 3 semestres
Vagas: limitadas em 25 alunos por turma
Carga horária total: 360 horas
Público-alvo: portadores de diploma do curso superior, artistas plásticos, designers, arquitetos, educadores e outros que se interessam pela produção em artes visuais.

PROCESSO SELETIVO

- preenchimento de ficha de inscrição;
- comprovante de curso superior e respectivo histórico;
- curriculum vitae sucinto;
- carta com exposição de motivos para cursar a Especialização;
- prova escrita.

Documentos necessários:

- cópia simples: RG, CPF, Diploma da Graduação, Certificado de Conclusão da Graduação, Histórico Escolar da Graduação e Currículo Profissional Resumido.
- Carta descrevendo o motivo de interesse pelo curso.

Bibliografia sugerida:

ARCHER, Michael. Arte contemporânea: uma historia concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: Do iluminismo aos movimentos contemporâneos. São Paulo: Companhia das Letras, 1992

CONCESSÃO DO DIPLOMA

- freqüência de, no mínimo 75% da carga horária total em cada disciplina;
- aproveitamento de 70% na avaliação de cada disciplina;
- aprovação da monografia ou trabalho de conclusão de curso (art. 10 RES. CNE/CES nº 1/2001).
Horários: segundas-feiras e quartas-feiras, das 19h às 22h40min.
Início das aulas: agosto/2005.

Informações: (0xx11) 3824-5808
pos-graduacao@fasm.edu.br

CALENDÁRIO

Inscrição: 11 de abril a 09 de agosto de 2005
Prova escrita: 10 de agosto de 2005
Resultado: 12 de agosto de 2005
Matrícula: 12 e 15 de agosto de 2005
Início das aulas: 15 de agosto de 2005

[ Interdisciplinaridade - Módulo III: Produção e Apreciação da Arte Tecnológica ]

(São Paulo)

de 4 a 6 de agosto de 2005

Programação:

4 de agosto, quinta-feira, 19-22h: Mesa Redonda
Auditório, 3º andar
Participantes: Christine Mello, Cláudia Simas, Fernando e Adriano Guimarães, Giselle Beiguelman, Walter Silveira
Mediação: Ana Mae Barbosa

5 de agosto, sexta-feira, 19-22h: Workshop
Oficinas, 2º andar
EU OU TRO - Dani Lima e Michel Groisman
Mediação: Lilian Amaral

6 de agosto, sábado, 10h30-17h30: Curso
Auditório, 3º andar
Janelas Expressivas: o desenvolvimento da capacidade comunicativa em um indivíduo com afasia - Cláudia Simas (Hospital Sarah-Brasília)
Mediação: Ana Mae Barbosa e Lilian Amaral


SESC Pinheiros
Rua Paes Leme 195, Pinheiros, São Paulo - SP
11-3095-9400 / 0800-118220
www.sescsp.org.br
Espaço: Auditório: 100 lugares
Oficinas: 60 lugares

[ lançamento do livro Trilogias ]

(Paris / Rio de Janeiro)

Lançamento do livro Trilogias - Conversas entre Nelson Felix e Glória Ferreira.


Publicado pela Edições Pinakotheke, a obra celebra os 25 anos de carreira do artista. O livro, uma edição bilíngüe, reúne trabalhos recentes e diversos momentos da trajetória de Nelson, que é um carioca nascido em 1954 que, além de escultor, é também desenhista, artista visual, professor e arquiteto.

As Trilogias do Tempo, do Vazio e da Cruz são apresentadas nesse terceiro livro sobre o artista, que reúne doze textos críticos, publicados em diversos momentos de sua vida, por personalidades como Wilson Coutinho, Luiz Camillo Osório, Rodrigo Naves, Lorenzo Mammi.

O livro ainda possui uma iconografia riquíssima com mais de 150 reproduções, mostrando, cronologicamente, toda a trajetória do artista. Uma relação das obras reproduzidas, uma extensa bibliografia e uma série de conversas e entrevistas entre Nelson e Glória Ferreira, organizadora deste livro, também fazem parte da edição.

O livro terá dois lançamentos:

- 23 de julho - por conta das comemorações no Brasil dos 25 anos de carreira de Felix, o livro será lançado em Paris, com uma exposição sobre o artista.

- 4 de agosto - na Livraria Argumento, às 20h. Nesta mesma noite, será exibido um documentário sobre a vida e obra de Nelson Felix - Rua Dias Ferreira, 417 Leblon Tel: 2239-5294

Trilogias conversas entre Nelson Felix e Glória Ferreira (1999-2004)
organização Nelson Felix e Glória Ferreira
bilíngüe (português-inglês)
296 páginas formato: 20 x 26,5 cm
capa em papel triplex 350 gramas
miolo em papel couché fosco 150 gramas e pólen rustic 120 gramas
preço: R$ 125